Um canteiro de obras aberto na Avenida Santos Dumont para implantação do Transporte Rápido por Ônibus (BRT, na sigla em inglês) vai mudar a rotina de milhares de motoristas, passageiros do transporte coletivo, comerciantes e pedestres que se deslocam pelo Hipercento de Belo Horizonte. A partir da madrugada de terça-feira, as intervenções vão exigir o fechamento da via, no trecho entre as ruas São Paulo e da Bahia, com exceção do cruzamento da Rua Espírito Santo. Com isso, os cerca de 20 mil carros que passam diariamente pela Santos Dumont deverão fazer desvios e os passageiros de ônibus precisarão ficar atentos a mudanças no itinerário. Quatorze pontos de ônibus serão extintos e 160 linhas remanejadas para sete novos pontos de embarque e desembarque nas ruas do entorno. Um transtorno que será cumprido até outubro, prazo anunciado pela prefeitura para o fim das obras do BRT da área central, orçadas em R$ 55 milhões.
Apesar considerar as obras necessárias, o chefe do Departamento de Engenharia de Transportes da UFMG, Nilson Tadeu Nunes, afirma que o resultado do fechamento da via, nos moldes em que está sendo feito, pode resultar em um preço alto a ser pago pelo cidadão. “Qual é o plano de contingência? A cidade precisa de um plano emergencial que já deveria ter sido desenvolvido mesmo antes de se anunciar a mudança. Entre as medidas que poderiam ser adotadas está a inversão de sentido de circulação em vias, desvio de tráfego, entre outras medidas”, disse.
Avenida Paraná
As estratégias poderiam ser usadas, segundo ele, para garantir a mobilidade na Região Central, caso situações de crise ocorram e travem o trânsito. A situação pode ser ainda pior e exigir mais paciência a partir de novembro, quando o canteiro de obras mudar para a Avenida Paraná. A via será fechada para implantação da segunda etapa do BRT. “As mudanças precisarão ser bem discutidas com os comerciantes da Paraná, pois lá os desvios dos pontos de ônibus serão ainda mais impactantes. Serão mais dos que as 160 linhas. Por isso é que precisamos começar devagar, criando essa cultura com o cidadão”, afirmou o secretário de Obras, Murilo Valadares.
Questionado sobre o plano emergencial ou a falta dele, o presidente da BHTrans afirma que a empresa já tem um comitê de crise formado por um setor estratégico e outro operacional. “Temos um Centro de Controle Operacional (CCO) funcionando 24 horas por dia. Existe toda uma engenharia por trás disso, com reprogramação de semáforos, redefinição de percursos, por exemplo. No entanto, ele admite que não tem como evitar os impactos de situações extraordinárias, como um acidente, por exemplo. “Fatos inesperados poderão ocorrer, e aí, o inesperado”, disse. O presidente afirma que uma das medidas será a abertura de concurso público para novos agentes.
Informações sobre as mudanças sobre o transporte coletivo podem ser obtidas pelo telefone 156 ou pelo site da BHTrans.