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Estado de Minas

E se a tragédia carioca fosse em BH? Veja prédios antigos que estão mal conservados

Com vários construções antigas, que marcam o início da verticalização da capital, a cidade tem conservado bem os seus imóveis, mas também há exceções, como dois edifícios no Centro


postado em 27/01/2012 08:47 / atualizado em 27/01/2012 10:14

O Edifício Itatiaia está com rachaduras, infiltrações e as obras são realizadas com supervisão dos próprios moradores (foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press.)
O Edifício Itatiaia está com rachaduras, infiltrações e as obras são realizadas com supervisão dos próprios moradores (foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press.)

Obras feitas sem projetos de engenharia e acompanhamento de responsáveis técnicos acendem o alerta de autoridades de Belo Horizonte, atentas ao risco de abalos em estruturas da construção civil. O problema é comum a todas as edificações, mas torna-se ainda mais grave nos casos de prédios tão antigos quanto os que caíram na noite de anteontem no Rio de Janeiro. Entre as possíveis causas da tragédia carioca está a realização de uma obra que pode ter abalado a estrutura do imóvel e provocado a queda das três construções. A exemplo da capital fluminense, Belo Horizonte também tem arranha-céus datados dos anos 1930, 1940 e 1950, que representam o início da verticalização da cidade planejada pelo engenheiro Aarão Reis.

Apesar da afirmação da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) de que a capital não tem edifícios com risco iminente de queda, o órgão alerta para a importância dos projetos técnicos na realização de obras da construção civil. De acordo com o engenheiro da Comdec Eduardo Pedersoli Rocha, “qualquer intervenção requer parecer de um profissional especializado”, diz. O alerta é feito também pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), Jobson Nogueira, que chama a atenção para o envelhecimento do concreto armado. A mistura de brita, cimento, areia e aço, segundo ele, é padrão no método construtivo brasileiro e precisa de vistorias e manutenção constantes. Sobre as construções de alvenaria portátil, onde as paredes compõem a estrutura do prédio, as restrições para obras, segundo ele, são ainda maiores.

Mas não é o que ocorre, por exemplo, no Edifício Itatiaia, localizado na Rua da Bahia, em frente à Praça Rui Barbosa. O prédio, construído no fim dos anos 1940, tem rachaduras, problemas de reboco nas fachadas e uma situação mais grave: obras sem projeto e aval de engenheiros. Segundo os moradores, obras para a troca da tubulação hidráulica são feitas por pedreiros contratados pelo próprio condômino. Uma dessas intervenções foi flagrada ontem pela reportagem do Estado de Minas, no sétimo andar do edifício de 12 pavimentos. “As vigas de sustentação são fortes, mas não temos uma reforma. Nos 53 anos que vivo aqui, foram somente três grandes obras. E aí, quando tem infiltração, cada morador faz sua parte por conta própria”, conta a pensionista Lélia Junqueira, de 82 anos, moradora do sétimo andar.

A aposentada Clara Oliveira Assunção, de 83 anos, confirma a falta de manutenção. “Convivemos com a insegurança, sem saber se o prédio tem algum risco ou não, já que há trincas em vários locais, além de infiltração e vazamento. As tubulações são antigas. Faltam grandes obras, capazes de resolver isso tudo”, diz.

PIONEIRO


Localizado no cruzamento da Avenida Afonso Pena e a Rua São Paulo, no Centro, o Edifício Ibaté, construído em 1931, está de portas fechadas há anos. Nele, funciona apenas uma loja de sapatos na sobreloja. O gerente do comércio, Eduardo César, não teme desabamento, mas afirma que há infiltrações. O presidente do Crea afirma que se vistoriados frequentemente, os prédios que contam a história da cidade podem ser seguros. “O que precisam é de inspeção constante de profissionais qualificados, que, se for preciso, possam fazer análises estruturais e agir com o que chamamos de terapia do concreto”, garante.


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