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Estado de Minas

Tromba d´água leva medo à população de Florestal, na Grande BH


18/12/2011 07:22 - atualizado 18/12/2011 07:31

Desabamentos de casas deixaram 35 famílias desabrigadas na cidade
Desabamentos de casas deixaram 35 famílias desabrigadas na cidade (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A/Press)
Um tromba d’água, de pouco mais de duas horas, levou pânico e destruição ao município de Florestal, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a 70 quilômetros da capital. A tempestade começou por volta das 2h de ontem e deixou em alerta os 6,6 mil habitantes da cidade. Apesar dos estragos, ninguém ficou ferido. De acordo com Comissão Municipal de Defesa Civil, choveu na cidade 150mm de sexta-feira para sábado, quase a metade do previsto para todo o mês. Um dos maiores prejuízos foi de granja de frangos na Fazenda Velha, onde morreram 15 mil de 26 mil aves atingidas pelas águas. Segundo a prefeitura, 150 casas foram inundadas e 35 famílias ficaram desalojadas.

As partes mais atingidas pelas inundações na cidade foram o Centro e Bairro Fluminense, onde passa o Ribeirão das Lages, também chamado de Camarão, que transbordou. A marca das águas em algumas casas chegou a 1,5 metro de altura e houve perda total de móveis e eletrodomésticos em algumas residências. Durante todo o dia de ontem boa parte das casas de Florestal estava sem água e energia elétrica.

Unidades do Corpo de Bombeiros de Divinópolis, Contagem e Belo Horizonte enviaram equipes de socorro, que usaram barcos e lanchas, além de mergulhadores e um helicóptero. O tenente-coronel Luiz Matos, do 10º Batalhão de Bombeiros Militar, comandou as operações de salvamento e resgate de pessoas ilhadas. Ele confirmou que não houve vítimas. Como há previsão de mais chuvas na região, militares continuam de plantão na cidade.

O prefeito de Florestal, Derci Alves Ribeiro Filho (PMDB), decretou estado de emergência em função dos estragos. Ele disse que 10 famílias foram encaminhadas para um abrigo municipal. O padre Rafael, da Igreja de São Sebastião, colocou o salão da paróquia à disposição dos desabrigados. O prefeito informou também que quatro pontes de madeira e uma de concreto desabaram. A rodovia MG-818, que liga a cidade ao município vizinho de Pará de Minas, foi interditada, já que corre o risco de cair em função dos abalos provocados pelo Ribeirão das Lages.

PREJUÍZOS Boa parte da Central de Desenvolvimento Agrário de Florestal (Cedaf), ligada à Universidade Federal de Viçosa), onde estudam 3 mil alunos, foi inundada, mas sem prejuízos materiais, já que as águas atingiram partes externas do câmpus. A dona de casa Ivone Dias de Almeida não teve a mesma sorte. Sua casa na Rua Chico Alves, onde moram seis pessoas, perto do ribeirão, foi alagada e a perda foi quase total. “Acordei às 2h45 e a água já estava alta dentro do meu quarto. Chamei as outras pessoas e só deu tempo de sair”, disse, enquanto recolhia objetos.

A aposentada Aparecida Ferreira Goncalves afirmou que tem casa na Rua Jovelino de Faria há 33 anos e nunca viu uma chuva igual. “Moro em Belo Horizonte e venho para cá nos fins de semana. Hoje cheguei e me deparei com tudo destruído. Até o campinho de futebol no quintal ficou debaixo d’água. Vou voltar para BH e depois ver que providências vamos tomar”, contou. Já a fazendeira Cleuza Urbano Resende, 51 anos, se mostrava revoltada. Ele contou que mora numa propriedade rural e quando ficou sabendo da inundação foi para a cidade ajudar os amigos. “Cortei minha canela em um pedaço de ferro e fui ao posto de saúde para tomar uma injeção antitetânica, mas lá me informaram que sábado não é dia de vacinação. Agora vou para Belo Horizonte para me tratar”, disse, mostrando uma faixa que cobria o ferimento na perna.

Os frangos mortos na granja foram recolhidos no começo da noite de ontem e levados para um aterro. Os que sobreviveram foram remanejados para um local seco, de acordo com João Lucas Ramiro, de 24 anos, técnico agropecuário da Granja Brasília, que tem sede em Pará de Minas e é associada ao empreendimento de Florestal. Amaury Soares de Paula, de 60, que já foi proprietário da granja atingida e hoje aluga o espaço, declarou que há anos vem pedindo à prefeitura para construir barragens secas na zona rural, de modo que a água da chuva seja escoada em dias de tempestades. “Aqui é uma região que chove muito e é muito montanhosa. Essas barragens secas são essenciais para evitar tragédias”, avaliou.

JUATUBA Ontem foi dia de limpeza em Juatuba, na Grande BH. Equipes da prefeitura e da Defesa Civil percorreram áreas alagadas por temporal na sexta-feira para ter a dimensão dos estragos. Um córrego e um rio ficaram acima do nível e inundaram váriasmoradias, causando prejuízos.


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