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Estado de Minas

Censo do IBGE revela movimentos e contrastes que marcam as regiões do estado

Cidades com muitas mulheres, outras com mais homens, solitários, alfabetizados...


postado em 18/12/2011 07:04 / atualizado em 18/12/2011 08:30

Muitas caras e diferenças marcantes. O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais completa radiografia sobre os municípios brasileiros, confirma a tendência de Minas de retratar contrastes do país e parece renovar uma vez mais a máxima do escritor mineiro Guimarães Rosa de que “Minas são muitas”. Compilados em 2010, os dados revelam peculiaridades dos 853 municípios espalhados por 586 mil quilômetros quadrados e evidenciam diferentes condições econômicas e sociais. Mais: dão pistas de movimentos que estão mudando a distribuição de homens, mulheres, jovens ou idosos pelo estado e interferindo na realidade de parte das cidades.

“Minas é uma miniatura do Brasil”, define a demógrafa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Minas, Luciene Longo. “É um estado muito grande, com situações distintas que revelam um retrato fiel do Brasil”, acrescenta. Como no país, ela lembra, o Sul do estado concentra as cidades mais desenvolvidas e com melhores indicadores sociais. O Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha, por sua vez, ainda vivem situação mais precária do ponto de vista de saúde, educação, emprego e renda. Mas, ainda que as diferenças entre regiões persistam, a demógrafa aponta que a atividade econômica e outros fatores interferiram, por exemplo, na distribuição de homens e mulheres.

Delta, no Triângulo Mineiro, é um exemplo. Considerado a principal fonte de emprego da cidade, o corte de cana para produção de álcool e açúcar fez o município ter o maior percentual de população masculina do estado. São 56,1% de homens, contra 43,9% de mulheres. Belo Horizonte, por sua vez, leva o título de “cidade das mulheres” e conta com uma população feminina de 53,1%, contra 46,9% de homens. Para Luciene, uma explicação para o desequilíbrio é a violência urbana. “Nas cidades pequenas é preciso fazer uma investigação caso a caso, mas em BH é fácil entender porque a mortalidade masculina entre jovens é maior. Na faixa etária entre 20 e 29 anos, eles morrem quatro vezes mais do que as mulheres e, em geral, são vítimas de homicídios ou acidentes de trânsito”, diz.

Os dados do censo mostram ainda as cidades onde há mais gente morando no campo que no perímetro urbano e aquelas nas quais as casas estão mais ocupadas por solitários. As tabelas também mostram que, em municípios onde a taxa de fecundidade supera a de Minas e do Brasil, a população de crianças é destaque. Entre os que lideram a lista de maior população de crianças, todos estão no Norte de Minas ou no Vale do Jequitinhonha, regiões com baixa escolaridade e menor acesso a serviços de saúde. Já Biquinhas, na Região Central, ocupa o terceiro lugar em menor número de crianças de zero a cinco anos e o mesmo posto no maior percentual de idosos em Minas.


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