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Estado de Minas

Pobreza amplia sofrimento de famílias e viciados em Minas


postado em 07/11/2011 06:26 / atualizado em 07/11/2011 06:52

Soldado Abrão Costa conhece de perto drama de quem tem filhos viciados(foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)
Soldado Abrão Costa conhece de perto drama de quem tem filhos viciados (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)
Devido às condições em que vive, quase sempre sem recursos e em moradias pequenas, a população de menor poder aquisitivo tem mais dificuldades em enfrentar o problema do consumo de droga por um integrante da família. “A droga entra em todas as classe sociais, mas é claro que, devido à falta de estrutura, fica mais difícil o enfrentamento do problema por parte das famílias mais pobres”, diz o soldado Abrão Costa Martins Júnior, de Itaobim, que auxilia moradores da região no encaminhamento de dependentes químicos para centros de recuperação.

Desesperadas, pessoas que têm filhos viciados em crack fazem o que podem para amenizar as consequências do problema. Às vezes, tomam decisões extremas. É o caso da aposentada Lúcia (nome fictício) moradora de Araçuaí. A mulher conta que o filho, Marcelo (nome também fictício), de 28 anos, por conta dos efeitos do uso do crack, já destruiu móveis e eletrodomésticos. O rapaz – que confessa ter se viciado aos 21 anos – também se envolveu em roubos e foi preso. Além disso, o uso intenso do entorpecente acarretou problemas neurológicos.

Hoje, o jovem aguarda vaga em um centro de internação. Mas, enquanto não é internado, a família faz o que pode para mantê-lo em casa. Uma das alternativas encontradas por Lúcia foi acorrentar o filho ao pé da cama toda vez que ele apresenta a chamada “crise de abstinência”. A corrente é amarrada a uma das pernas de Marcelo. Ela conta que não se trata de cárcere privado, pois o uso da corrente é aceito pelo filho. Segundo a mulher, o jovem sempre é bem tratado e a corrente não o machuca.

Outra moradora de Itaobim, Lucília Gomes dos Santos comemora o fato de ter conseguido encaminhar o filho, Marcos (29 anos), para um centro de recuperação em Brumadinho. “Para sustentar o vício, meu filho começou a pegar coisas em casa para vender. Depois, passou a vender seus objetos pessoais. “Ele ficou só com a roupa do corpo”, conta a mãe. Ela diz ainda que outra consequência foi que o rapaz passou a roubar os clientes da oficina mecânica do pai, onde ele trabalhava. “Ele recebia o dinheiro dos clientes, usava para comprar a droga e não terminava o serviço”.


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