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Estado de Minas QUARENTÃO COM UM BELO MIRANTE

Conjunto JK se revitaliza e prepara para entrar no roteiro turístico da Copa 2014


postado em 20/03/2011 07:39 / atualizado em 21/03/2011 10:39

Do 36º andar do bloco da Rua Guajajaras, turistas e visitantes podem, além da vista de 360 graus de toda capital, contemplar num largo horizonte pelo menos quatro cadeias de montanhas no entorno da cidade(foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)
Do 36º andar do bloco da Rua Guajajaras, turistas e visitantes podem, além da vista de 360 graus de toda capital, contemplar num largo horizonte pelo menos quatro cadeias de montanhas no entorno da cidade (foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)


Quarenta anos depois de sua inauguração, uma das primeiras obras modernistas do gênio Oscar Niemeyer, o Conjunto JK, integrado por dois prédios com 1.086 apartamentos e 5,5 mil moradores, no Bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte, se renova como parte de um eixo arquitetônico e histórico da cidade e se prepara para ser a vedete dos turistas da Copa'2014. Do seu mirante, no terceiro cume mais alto de prédios do país, os visitantes podem, além da vista de 360 graus de toda a capital, contemplar num largo horizonte as serras do Curral, da Piedade, do Cipó e da Água Limpa, com seus mais variados relevos e tons.

A nova atração da capital vai contar com cantina, sala de suvenir com a trajetória do idealizador do conjunto, o então governador Juscelino Kubitschek, assim como uma mostra da riqueza do projeto arquitetônico, além de uma maquete que servirá como referência do conjunto, que já faz parte do Compêndio Arquitetônico do Mundo. Para melhor conforto, nesta viagem até o mirante a administração do condomínio já mantém contrato para modernização dos elevadores. Os prédios fazem, há três anos, parte do roteiro turístico da capital, contando com monitores que acompanham visitantes, principalmente estrangeiros, interessados em conhecer a fonte de inspiração para a construção de Brasília e de grandes monumentos mundo afora.

O conjunto passa por processo de tombamento pelo patrimônio histórico e cultural do município. Mas já se chegou ao consenso de que os prédios não serão tombados, como se propôs a princípio, mas apenas as áreas de uso coletivo e a fachada externa. A vizinha Praça Raul Soares já está protegida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) desde 2008 e, depois, foram tombados o entorno da praça e o eixo da Avenida Olegário Maciel, segundo o arquiteto e restaurador Carlos Henrique Bicalho, chefe do Departamento de Identificação e Documentação do Patrimônio Histórico do município.

“Trabalhamos com cronograma de prioridades e os prédios do conjunto JK não correm risco de descaraterização, estando inclusive sendo revitalizados”, explica o arquiteto. Os moradores até já estão isentos de IPTU: “Sempre estamos atendendo moradores menos informados que temem a desvalorização do patrimônio, mas mostramos as vantagens do tombamento”, afirma Carlos Bicalho.

Uma cidade vertical, como o JK, precisa de infraestrutura de grande porte. Os mais de 100 funcionários são treinados a lidar com pessoas de todas as idades com os mais diversos problemas, como dificuldades de locomoção, emocionais e de relacionamento. Uma brigada de incêndio faz plantão permanente 24 horas. A qualquer sinal de problemas, ela é chamada e aciona serviços de emergência. Ao menor sinal de alarme, todos os moradores dispõem de um manual de ações em casos de sinistros, falta de energia e paralisação de elevadores.

O porteiro Valdir Ribeiro trabalha há 20 anos no prédio e a supervisora Rogéria Márcia Vinci, há 16. Eles acham que muita coisa mudou em quatro décadas: “Sinto que há atenção especial às pessoas, o que facilita o relacionamento entre todos. Às vezes aparece algum problema, mas nada de maior gravidade”, afirma Valdir. Os funcionários fazem ronda constante em todos os andares, estão atentos aos apartamentos onde moram idosos desacompanhados e ao circuito interno de câmeras.

Revitalização

Porteiro Valdir Ribeiro e supervisora Rogéria Vinci estão sempre atentos a todos os problemas dos moradores(foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)
Porteiro Valdir Ribeiro e supervisora Rogéria Vinci estão sempre atentos a todos os problemas dos moradores (foto: Jackson Romanelli/EM/D.A Press)
O condomínio de arquitetura modernista vem acompanhando o processo de revitalização do Centro, fenômeno mundial que a capital incorpora, com a retirada de ambulantes, instalação de câmeras e reforma de calçadas, praças e espaços públicos. O processo volta a transformar a Região Central em área habitacional, com a recuperação de antigos prédios de apartamentos, abandonados, que entraram para o boom imobiliário. O Conjunto JK se valorizou no mesmo ritmo. Nele, ainda podem ser encontrados para venda e aluguel apartamentos de um ou dois quartos, raros na região, a preços acessíveis.

O condomínio é formado por dois prédios: o Bloco A, da Rua Timbiras, de 23 andares e 647 apartamentos, foi inaugurado em agosto de 1970. O Bloco B, na Rua Guajajaras, de 36 andares e 439 apartamentos, foi aberto em outubro do mesmo ano. Juntos, contam com área de lazer de 6.244m2, quatro quadras de peteca, quatro de futebol de salão, parque infantil e área para caminhada. São 17 elevadores, 10 no bloco A e sete no B. O conjunto tem 13 tipos de apartamentos, desde quarto e banho (que seriam quartos do hotel), com 30 m2, até duplex e moradias com 200m2 e três quartos, área de serviço e dependências. Hoje, abriga em torno de 5,5 mil moradores, população superior a mais de 200 municípios mineiros; 100 funcionários, entre os quais porteiros 24 horas; e sistema de vigilância eletrônica em todos os andares.

Na parte comercial são 74 lojas, um terminal turístico e delegacias das polícias Civil e Militar, além do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, boates, casa de shows, academias, agências de turismo, papelarias, restaurantes e lanchonetes, lavanderia e templo religioso.

Cidade com lei

1.086 apartamentos em dois prédios de 23 e 36 andares
5,5 mil moradores
6.244m2 de área de lazer com seis quadras, parque infantil e área para caminhada
17 elevadores, 10 no Bloco A e sete no B
13 tipos de apartamentos, de quarto e sala a duplex com 200m2
100 funcionários
74 lojas, boates, casa de shows, agências de turismo, papelarias, restaurantes, lanchonetes, lavanderia e igreja
Mirante com vista de 360 graus


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