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Estado de Minas

Morador revela que cenas de violência na Afonso Pena são frequentes


postado em 03/03/2011 07:09

“Quem mora no tradicional trecho da Avenida Afonso nas proximidades da Rua Piauí já se acostumou a ouvir na madrugada a gritaria de prostitutas e travestis que ganham a vida nos arredores. Estamos acostumados à imundície, a caminhar pela calçada evitando pisar em poças de urina, montes de fezes e dezenas de preservativos usados, deixados pelos donos da madrugada naquele quarteirão. Não é raro aos desavisados que por ali passam depois das 22h avistar cenas de sexo dentro dos carros, às vezes na própria rua, enquanto outras pessoas se drogam. Também há figuras ainda mais sombrias, como cafetões e traficantes, que exploram os que se prostituem neste pedaço do nobre e tradicional Bairro Funcionários. Tivemos de nos acostumar também ao som ensurdecedor de funks, trances e axés, lançado por poderosos alto-falantes dos carrões de entediados e endinheirados rapazes que também frequentam as madrugadas das calçadas da Afonso Pena, em busca de uma dose a mais de diversão.

Agora, a violência de tiros e agressões passou a ser personagem cada vez mais frequente nesta vizinhança. Já ouvi relatos de porteiros e vizinhos sobre os homicídios que acontecem nas noites daquele pedaço, mas até a madrugada de ontem não tinha visto nada além de vestígios de sangue e peças de roupa abandonadas na rua, junto a estilhaços de vidro de automóveis e a outros resíduos da frenética atividade noturna do quarteirão. Mas, desta vez, em mais uma noite de insônia, enquanto fumava na janela do apartamento, fui apresentado à aterrorizante face da violência. Lá embaixo, um jovem se aproximou e disparou seis vezes contra um alvo fora do meu campo de visão; segundos depois, alguém atirou mais três vezes, para garantir o serviço. Apaguei as luzes e busquei um canto seguro da casa. Um silêncio pesado pairou no ar. Perplexo, impotente e assustado, fiquei no escuro pensando na vida, artigo que não vale muito nestes tempos estranhos.”

J.C., morador de edifício vizinho, que assistiu à execução


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