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Estado de Minas BH SEM LEI

Ressaca da baderna na Praça do Papa incomoda moradores da região


postado em 28/02/2011 07:18 / atualizado em 28/02/2011 07:29

Lixo espalhado, garrafas de bebida jogadas nos jardins, além de casais tresnoitados no gramado, eram indícios de uma madrugada quente. O cenário foi visto por quem chegou bem cedo domingo à Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, para curtir um dos principais cartões-postais da cidade. O ambiente incômodo, criticado por aqueles que se propuseram a aproveitar a manhã na área verde, é o rastro da ação de baderneiros. Também na madrugada deste domingo, eles transformaram a praça num baile funk a céu aberto. A situação lamentável foi escancarada por reportagem publicada no domingo no Estado de Minas, que acendeu a esperança de moradores de que providências sejam tomadas para pôr fim à balbúrdia.

Há 30 anos morador de um dos metros quadrados mais caros da cidade, o comerciante Oswaldo Ribeiro, de 82 anos, espera agora uma ação por parte do poder público. “A expectativa é de que alguém escute o nosso grito. O ambiente da praça à noite é pesado demais. Tem mulher de peito de fora, casais fazendo sexo dentro do carro”, conta Ribeiro, relatando que o incômodo é tanto que o som dos carros parece estar debaixo do travesseiro, opinião compartilhada por outro morador do bairro, o médico dermatologista Francisco Maia, de 69.

Sem alternativa, moradores das proximidades se viram para suportar a situação. Já quem não é vizinho da Praça do Papa, evita frequentar o local em certos horários. “Sempre gostei de vir aqui, por causa da vista. Era um clima de lual, violão. Ontem, passei na praça à noite e vi uma farra com música eletrônica. Os caras estavam dançando break, eles também arrastam o pedal das motos no asfalto. Me deu uma sensação muito ruim e preferi não ficar”, afirma o estudante João Pedro Nemer, de 21, que passeava com o cachorro Faruk na área verde pela manhã.

Apesar de a Praça do Papa ser uma das opções de lazer preferidas do casal Nilton e Mariella Novaes, de 37 e 33 anos, e da filha deles, Camila, de 5, a família passou a ter um cuidado especial quando vai ao local, depois de se deparar com cenas desagradáveis. “Já chegamos aqui muito cedo e encontramos pessoas aparentemente drogadas”, comenta Mariella. “Depois disso, começamos a chegar um pouco mais tarde à praça, quando há mais crianças”, acrescenta Nilton.

Pós-festa

Prestes a fazer uma sessão de fotos na área verde, a fotógrafa Juliana de Moura Ribeiro, de 34, se espantou com a quantidade de lixo espalhada pelo cartão-postal. “Quando cheguei aqui, achei a praça muito suja. Fiquei bem assustada, pois parece que teve um evento e ainda não foi limpo. Essa sujeira afasta quem quer aproveitar a praça”, afirma. Numa vistoria ao ponto turístico ontem, o EM constatou plástico, papel e latas no chão. Em uma das lixeiras, lotadas de garrafas de vodca e vinho, era possível encontrar uma embalagem de papéis de seda, usados para fazer cigarros de maconha.

“Vemos que a praça está bem cuidada, mas há um descaso por parte dos frequentadores”, afirma o estudante Ramon Silva Queiroz, de 21, que, na manhã de ontem, foi passear na praça com a namorada Maria Júlia Graciano Alcântara, de 19. “O cenário aqui parece com um pós-evento”, afirma. A situação é confirmada até pela Polícia Militar. O cabo Milson Antônio da Silva, da 127ª Companhia do 22º Batalhão da PM fazia ontem o policiamento da área e conta que, normalmente, às 7h, quando chega à área verde, vê muitas pessoas embriagadas. “Mas, nessa hora, quem tem que usar droga já usou. Não podemos tirar as pessoas da praça”, diz.


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