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Estado de Minas SUSTENTABILIDADE

Tecnologia que lava jeans com o ar gera economia recorde de água

Em uso há quatro meses, máquina espanhola de ozônio, trazida com exclusividade ao Brasil pela Damyller, é considerada revolucionária


22/01/2023 04:00 - atualizado 23/01/2023 11:48
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pecas colecao atmo jeans damyller
(foto: Thiago Justo/Divulgação)
 
Entramos em uma nova era de lavanderia do jeans. Este marco é anunciado pelo gerente de sustentabilidade da Damyller, Pedro Daminelli. A marca catarinense trouxe para o Brasil uma tecnologia de ozônio, inédita e exclusiva, que vai deixar a produção ainda mais sustentável.

Diante deste avanço, estima-se a economia por mês de 6,6 milhões de litros de água e 10 toneladas de produtos químicos. Para o consumidor, a vantagem é ter peças que vão durar mais.
“Quando entrei neste ramo, o jeans era lavado com pedra e água. Com o tempo, passamos também a usar produtos químicos. Agora não. Nesta nova era, usamos o mínimo de água e nenhum produto químico, apenas ozônio”, aponta Pedro, que é químico e biólogo e trabalha há 30 anos na empresa.

Desenvolvida na Espanha, a nova máquina foi descoberta em uma viagem de pesquisa a Amsterdã, na Holanda, e entrou em ação há quatro meses. Por um ano, a Damyller tem exclusividade de uso no Brasil. Depois desse período, quer compartilhar a tecnologia com todo o segmento.
 
“Além de oferecer um jeans amigo da natureza para os nossos clientes, queremos que as outras marcas sigam o mesmo caminho para ganhar em qualidade e sustentabilidade”, destaca a consultora de estilo Damylla Damiani, filha do fundador da marca, Cide Damiani.
 
top e saia jeans colecao atmo damyller
(foto: Thiago Justo/Divulgação)

O jeans passou a ser lavado e clareado com o ar que respiramos. Parece ficção científica, mas já é realidade. Dentro da máquina, o oxigênio da atmosfera se transforma em ozônio, o mesmo gás da camada de ozônio.

Utiliza-se uma quantidade mínima de água, suficiente para umedecer as peças, que podem ganhar diferentes tonalidades de azul, a depender da potência do equipamento.

No total, 80% da produção passa pelo tratamento com ozônio, o que, em um ano, vai resultar em cerca de um milhão de peças (os outros 20% são produtos que necessitam apenas de um processo de amaciamento, com uso reduzido de água).

A estimativa é de que a nova tecnologia reduza em 95,7% o consumo de água e em 85% o de produtos químicos.
 
diferentes tonalidades de azul
(foto: Thiago Justo/Divulgação)

O ozônio não zera a água, mas elimina totalmente o cloro. Esta parte interessa diretamente a nós, consumidores. A substância química era usada na etapa de clareamento, o que acabava enfraquecendo o tecido e, em consequência, reduzindo a durabilidade do produto.

E tem mais: “Com o tempo e o efeito da luz, a peça lavada com cloro vai ficando amarelada. Agora isso não acontece”, observa Damylla.
 
Existe outra vantagem para quem vai vestir a roupa: a esterilização. Com o uso do ozônio, elimina-se qualquer micro-organismo que esteja no tecido (tanto que as lavanderias dos hospitais recorrem a essa substância).

Damylla aproveita para avisar que as peças continuam a ter toque macio. “Acho que é um diferencial bem importante aliar design e conforto em um produto sustentável.”
De olho no futuro 
Usando a linguagem fashion, podemos dizer que a Damyller não segue tendência ao investir em sustentabilidade. Esse é um conceito que sempre esteve “na moda” para a empresa.

Desde 1979, ano da fundação, já existia a preocupação de fazer um jeans que causasse o menor impacto possível ao meio ambiente. “Construir o futuro: esse foi o pensamento do meu pai desde o começo”, conta Damylla.

A Damyller faz uma a duas viagens internacionais de pesquisa em busca de novas tecnologias que possam somar na qualidade do produto e em sustentabilidade.

camisa jeans colecao atmo damyller
(foto: Thiago Justo/Divulgação)

Houve um salto significativo na lavanderia a partir de 2008, com a compra da primeira máquina a laser. Hoje são cinco, adquiridas ao longo de 11 anos.

Esta tecnologia permite “desenhar” no jeans marcas de uso, o que se chama de efeito vintage, usando menos água e menos produtos químicos. “Com o laser, em um minuto, conseguimos criar um efeito no jeans como se ele tivesse 10 anos de uso”, diz Pedro.
 
Em 2010, a empresa comprou a primeira máquina de ozônio. Para acompanhar a evolução da tecnologia, adquiriu a segunda em 2019. Três anos depois, sobe mais um degrau da sustentabilidade com a tecnologia Atmos, que tem sido apontada como revolucionária.
 
Agora fica a pergunta: tem como ser mais sustentável? Pedro garante que sim.

“Faz 30 anos que trabalho no ramo e a cada viagem, a cada ano encontramos uma evolução. Pode ter certeza de que a Damyller vai continuar a buscar o que tem de melhor no mercado e evoluir sempre”, avalia o gerente de sustentabilidade, lembrando que a escolha da matéria-prima também entra nessa equação.

Tecidos tingidos com anilina, corante considerado poluente, já não entram mais na fábrica.


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