(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas Arte final

Adeus ao ídolo Jair Bala: estrela que sobe para brilhar na eternidade


01/01/2023 04:00

Jair Bala
Jair Bala é o sexto melhor artilheiro do América e o terceiro técnico que mais dirigiu o clube americano (foto: Divulgação)

 
O futebol brasileiro se despediu de mais um de seus grandes ídolos: Jair Félix da Silva. Ou, simplesmente, Jair Bala. Maior ídolo da história do América, Jair Bala morreu aos 79 anos, em consequência de um acidente vascular cerebral (AVC). Nos últimos anos, o ex-jogador passou por várias internações e lutou bravamente pela vida, mas acabou vencido pelo AVC. Desde a década de 2000, Jair Bala era integrante do programa “Alterosa Esporte”, da TV Alterosa, e se tornou um craque também como comentarista esportivo, representando o América, sua maior paixão futebolística, na Bancada Democrática.

"EU, ELE E PEPE..." Natural de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, o capixaba iniciou carreira no modesto Estrela do Norte-ES. Mas brilhou intensamente no América. Defendeu outros importantes clubes como Flamengo, Botafogo, Comercial-SP, Ponte Preta, Cruzeiro, Palmeiras, XV de Piracicaba, Bahia, Paysandu e Santos. 
 
O presidente de honra do América, o jornalista, advogado e escritor Afonso Celso Raso, lembrou uma das honras de Jair em fazer parte do ataque que ele considerava o mais sensacional da história, que recordamos nas palavras do próprio Jair: "Fiz parte do ataque mais poderoso do planeta", dizia com o orgulho que era mesmo para se ter. "Nosso ataque era Duval, Mengalvio, Eu, Ele e Pepe!", completava. E Pelé foi substituído exatamente por Jair Bala no jogo contra o Vasco da Gama, no Maracanã, quando o Rei do Futebol marcou seu milésimo gol. "Tenho na memória o gol de bicicleta contra o Uberlândia, no Mineirão, sacramentando o título mineiro de 1971. Bom caráter, boa gente, vai deixar saudades. Merece o descanso eterno. Que Deus abençoe a família de Jair Félix, o ídolo Jair Bala", deseja Afonsinho.
 
Jair era casado com dona Sônia, administradora de empresa. Seu filho, Jair Albano Félix, foi árbitro de futebol e também diretor de futebol no América. 

"COELHÃO DO MEU CORAÇÃO!"  Apesar da inesquecível passagem pelo Santos, foi mesmo no América que Jair se consagrou, tornando-se "mineiro de coração". Foram duas passagens como jogador no Coelho: entre 1964 e 1965 e 1970 e 1971. Em ambas ele foi artilheiro do Campeonato Mineiro: 25 e 14 gols, respectivamente. Ao todo, foram 78 gols em 144 jogos com a camisa americana, ocupando o sexto lugar entre os maiores goleadores do clube. Após penturar as chuterias, ele brilhou como treinador no comando do América, tornando-se até hoje o terceiro técnico que mais comandou o time americano: 232 jogos.

 NA BANCADA Irreverente, sempre alegre e perspicaz, Jair Bala atuou como comentarista esportivo no programa “Alterosa Esporte”, onde defendeu brilhantemente seu América na Bancada Democrática da TV Alterosa, desde a década de 2000. Em um dos tantos programas de que participou, ele profetizou a carreira de sucesso do atacante Richarlison, autor do gol mais bonito da Copa do Catar. Revelado pelo América, o jogador da Seleção Brasileira e do clube inglês Tottenham lamentou a morte de Jair Bala: "O senhor foi um dos primeiros a apostar em mim, quando eu ainda era um menino. Disse que eu iria pra Seleção, e eu cheguei lá. Todos os americanos vão te reverenciar pra sempre. Gratidão eterna! Vai com Deus, mestre Jair Bala!", desejou o atacante pelo Instagram.

MARCA REGISTRADA Um disparo acidental de arma de fogo quase acabou precocemente com sua carreira. Mas acabou se tornando uma marca registrada: o apelido Jair Bala. A história aconteceu em 1960, quando ele ainda era conhecido por Jairzinho, na categoria de base do Flamengo. O promissor meia-atacante foi ao escritório para pedir um "bicho", quando o ex-funcionário do clube, Willian, pegou uma arma para assustar o garoto. Durante a brincadeira, aconteceu o disparo acidental e a bala bateu no chão e voltou na coxa esquerda de Jair. 
 
    Como o projétil não atingiu nenhum órgão vital, os médicos decidiram não retirar a bala. Assim, o projétil, que quase impediu sua carreira, acabou se tornando o melhor adjetivo para seu estilo rápido e mortal contra os zagueiros adversários. Adeus, Jair Bala!


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)