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Estado de Minas Lifestyle

Passarela autoral

Desfile apresentado na Pop Up Galeria exibe coleções de pequenas marcas traduzidas em casualidade e conforto


03/07/2022 04:00 - atualizado 02/07/2022 21:41

Modelo segurando uma bolsa
Pim Estilo (foto: FOTOS @LUCIANACHEINFOTOGRAFIA)

As lindas folhas de bananeiras criadas pela artista Rita Lessa e arranjadas na boca da passarela funcionaram como cenário perfeito para o desfile que a Pop Up Galeria apresentou, na semana passada. As protagonistas foram sete marcas abrigadas pela loja, todas elas com características parecidas: Anne Folle, BNômade, Less, Lobb, Miêtta, Oand e Pim Estilo trabalham com criações autorais elaboradas no modelo slow fashion, “pegada” artesanal e detalhes exclusivos capazes de transformá-las em objetos de desejo.

Zeca Perdigão costurou as histórias contadas por cada criativo, adentrando no conceito trunk show e investindo em uma apresentação descontraída, fiel ao espírito das roupas, um lifestyle casual e confortável que, em alguns casos, pode ir além das ruas e desembarcar em ocasiões mais importantes.

A responsável pela ideia foi Adriana Coutinho, dona do negócio e profissional conhecida no mercado pela ampla bagagem no varejo de moda. Há quatro anos, ela investiu no projeto de uma pop up, selecionando algumas marcas para exporem na galeria Orlando Lemos, no Jardim Canadá. Deu tão certo que foi convidada para transportá-lo para o Diamond Mall, ocasião em que anexou outros segmentos além da moda, como arte, design, linha home, e introduziu também o second hand pela primeira vez no shopping.

Quem visita o ponto de vendas vai se deparar com uma curadoria apurada e uma conversa entre todas as áreas. O mosaico de ofertas é considerável,  inclui desde as pequenas empresas fashion até – vejam só! –  o azeite artesanal da Degusta, que, por sinal, é capitaneado por uma estilista, a Claudinha Pimenta.
Modelo com vestido longo

Nesse point que convida a descobertas coabitam, no momento, os originais jogos americanos da Less by Rita Lessa, as telas/colagens de Eduardo Recife, os pássaros em madeira de Márcio Amorim, o mobiliário do antiquário Desiguais. E, ainda: os oratórios contemporâneos da Lulu Laboratório, os objetos/adornos em papier marche de Alexandre Pastor, as caixas em acrílico recheadas com plantas e flora do Cerrado e da Amazônia de Sandra Mota, entre outras cósitas mais. E, se você voltar depois, pode se deparar com uma mudança de cenário, com outras atrações que Adriana vai agregando à medida que garimpa novidades.

Para a empresária, que teve passagens por marcas ícones do mercado belo-horizontino – como a Chicletes com Banana, Patachou, Arezzo –, comandou, por algum tempo, a loja Lulu, na Savassi (para a qual reformou completamente, um imóvel tombado pelo Iepha), e empreendeu feiras de moda importantes, como a Galeria, no terraço da Daslu, e a Casar/BH, o comércio exige olho atento e agilidade para acompanhar os cenários econômicos, o desejo do consumidor, as oportunidades.

Modelo com conjunto laranja

Desfile 

“Por isso, resolvi fazer esse trunk show para divulgar a loja, porque acho que nada substitui e cria mais desejos do que um desfile. Pensei que, com o movimento das roupas vestidas, a arte e os objetos iriam juntos”, relata. Próximo passo foi chamar as marcas que gostariam de participar do evento e referendar o convite a Zeca Perdigão. “Adriana tem uma força incrível de aglutinar essas pessoas criativas, conversar com elas, e faz uma curadoria muito especial”, elogia o stylist.

Segundo ela, em um momento ainda pandêmico e seus reflexos econômicos, a grande sacada é acreditar no coletivo, projetos em que todos colaboram financeiramente, compartilham mailings e usufruem dos resultados positivos. Outro ponto a favor nesse tipo de negócio é a atemporalidade das roupas. “São peças que não passam pela liquidação, têm valor de janeiro a janeiro, podem ser mostradas a qualquer momento”, enfatiza Adriana.
Ela explica os critérios que segue para abrigar as marcas, nove no total incluindo o second hand. “Cada marca tem um propósito de estar aqui, vai acrescentar alguma coisa no conjunto, seja sustentabilidade, inclusão social, autoralidade, criação de estampas, bordados, tingimentos artesanais. Vejo que há uma preocupação muito grande delas com o trabalho artístico priorizado em detrimento do resultado comercial conseguido”.

DNA 

Entre as marcas que desfilaram no trunk show, a Anne Folle e a Miêtta surgiram no concurso Ready to Go, chancelado pelo Sindivest-MG e realizado no Minas Trend, durante cinco anos.

A primeira se destaca pela ênfase nas estampas e pelo estilo nonchalance; a segunda por suas malhas que abraçam o corpo, passaporte para a casualidade, e pelos prints e ornamentos minimalistas que, na atual coleção, remetem à ideia de ninho. A novidade, agora, é a linha de bolsas, que segue a linha da estamparia.

Já no caso da Less, o lado artístico de Rita Lessa foi transportado para roupas com modelagens amplas - vestidos, kaftãs, conjuntos de calças e blusas oversize, que remetem ao conforto e contam com a originalidade do seu traço inconfundível. A BNômade, de Beatriz Barbosa, tem uma pegada street, trabalha com linho, algodão e viscose, e as peças são urbanas, vão do vestido longo à calça mais ajustada. Pequenos ornamentos, bordados estratégicos, detalhes artesanais em crochê delicado, diferenciam a marca.

Na Oand, predomina o crochê em todas as suas versões, estruturado em bolsas variadas, cheias de bossa, que encontram eco na tendência handmade da moda atual. E na Pim, a grande sacada, além da proposta de inclusão social e diversidade, são justamente as estampas gráficas do artista Augusto Corrêa, que tem Síndrome de Down. Ele espalha motivos geométricos, quadradinhos e círculos, sobre a superfície das roupas, criando belos efeitos decorativos.


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