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Estado de Minas ESTILO

Mãos mágicas

Queridinho das mineiras quando se fala em mechas, Alexandre Moreira conquistou público fiel usando a química para chegar a resultado mais natural, sem danificar tanto os fios


postado em 01/03/2020 04:00

Na adolescência, Alexandre Moreira gostava de observar os cortes dos músicos das bandas britânicas(foto: Kayo Ribas/Divulgação)
Na adolescência, Alexandre Moreira gostava de observar os cortes dos músicos das bandas britânicas (foto: Kayo Ribas/Divulgação)


Para marcar um horário com ele é preciso esperar pelo menos dois meses. Alexandre Moreira tem a agenda lotada por um motivo justo: ele se tornou referência em mechas em Belo Horizonte. Há sete meses com o salão próprio Alexandre + CO, o hairstylist recebe as clientes como sempre sonhou: em um espaço com identidade e aconchego de casa. Lá, ele segue a tendência de fugir do loiro platinado para chegar a fios cada vez mais naturais, recorrendo à química mais como recurso de iluminação do rosto.
 
Os ambientes do salão foram planejados para o cliente se sentir em casa(foto: Kayo Ribas/Divulgação)
Os ambientes do salão foram planejados para o cliente se sentir em casa (foto: Kayo Ribas/Divulgação)
 
O salão fica em uma casa no Bairro Belvedere. Sem placa na porta, nem dá pistas de ser um ponto comercial. “Não queria mesmo que tivesse cara de salão. Quando você entra, parece que está numa casa”, comenta Alexandre. Assinado pela arquiteta Ana Bahia, o projeto buscou o aconchego de uma residência. Na sala principal, que é toda aberta, sem paredes, cadeiras e espelhos usados nos atendimentos convivem com ambientes que fazem o cliente se sentir em casa.
 
Os cortes médios e curtos estão em alta(foto: Kayo Ribas/Divulgação)
Os cortes médios e curtos estão em alta (foto: Kayo Ribas/Divulgação)
 
 
Tem mesa que pode servir de escritório, lareira decorada com plantas e quadro e um canto com poltrona, tapete e luminária. Na varanda, uma área com sofá fica de frente para a piscina. O uso de madeira, tijolo à vista e um tom de marrom escuro se misturam a elementos de um estilo industrial, evidenciado pelas estruturas metálicas das luminárias de teto, resultando em um certo minimalismo.
A questão do aconchego era muito importante, já que as mulheres podem passar até oito horas no salão, entre mecha, corte e tratamento. “Isso me fez pensar muito no conforto, para que esta experiência de horas seja agradável”, destaca. O lavatório fica em uma área que se beneficia da iluminação natural com o teto de vidro. O cardápio conta com lanches rápidos, como cappuccino com pão de queijo e chá com biscoito, mas futuramente o plano é servir refeições completas.
 
Devido à especialidade de Alexandre, o salão é muito focado em mechas, mas outros serviços também estão disponíveis, como corte, tratamento, unhas e maquiagem. Aliás, o hairstylist gosta de pensar no visual completo dos clientes, considerando corte, cor e estilo dos fios. “Beleza para mim é a pessoa estar em harmonia com o seu universo”, opina. Para isso, ele não dispensa uma conversa para analisar tom de pele, estilo de roupa, tipo de trabalho e qual imagem a pessoa quer passar.
Alexandre sempre se interessou por cabelos. Desde criança, ele dava pitaco no corte de todos da família. Os anos foram se passando e a sua atenção se voltava cada vez mais para o estilo dos fios. Na adolescência, ele gostava de observar os cortes dos músicos das bandas britânicas. “Nunca achava aqui um barbeiro que fizesse igual, só corte comum, então comecei a cortar o cabelo dos meus primos, totalmente na intuição, e eles gostavam”, conta. “Sempre tive muita sensibilidade para beleza.”
 
Logo, trabalhar com cabelo foi uma escolha natural. Alexandre decidiu fazer curso de cabeleireiro ainda no fim do colégio e começou bem novo na profissão. “Quando conheci o universo da beleza não saí mais de salão”, conta o hairstylist, que tem 35 anos e 18 de carreira. Primeiro ele trabalhou em um salão como assistente, depois em outro como cabeleireiro principal. Até que surgiu a oportunidade no Tif’s Mangabeiras, que mudou a sua vida. Lá Alexandre descobriu que gostava mesmo de fazer mechas e, no boca a boca, antes das redes sociais, as clientes fizeram a sua fama.
 
Naquela época, Alexandre conta, quem sabia fazer mecha se destacava. A técnica de mãos livres, sem papel-alumínio, sem calor, ainda era pouco divulgada no Brasil. E ele conseguiu conquistar as mulheres chegando a um resultado diferente do que se conhecia aqui, com mais naturalidade e menos danos aos fios. “As clientes pediam um cabelo com passagem de cor suave, porque às vezes a raiz ficava marcada, e também um cabelo saudável. Então, tinha muita responsabilidade de não danificar os fios na época dos platinados. Afinal, usávamos uma das químicas mais fortes”, relembra.
 
As mulheres continuam buscando o mesmo de 10 anos atrás: naturalidade e cabelos saudáveis. A diferença é que os loiros claríssimos agora dão lugar a pelo menos dois tons abaixo. Alexandre confirma que esta é uma tendência universal, buscar as mechas mais para iluminar do que para ficar loira. “Hoje, temos colorações menos agressivas, que não contêm amônia, mas as clientes estão muito mais conscientes. Sabem que mecha é para iluminar, é um jogo de sombra e luz para valorizar o que ela quer destacar, seja tom de pele, cor do olho ou rosto. Não é necessariamente para ficar loira”, comenta.
 
O antes e o depois da influenciadora Raquel Mattar mostram a diferença entre o loiro claríssimo e as mechas mais naturais(foto: Kayo Ribas/Divulgação)
O antes e o depois da influenciadora Raquel Mattar mostram a diferença entre o loiro claríssimo e as mechas mais naturais (foto: Kayo Ribas/Divulgação)
 
(foto: Kayo Ribas/Divulgação)
(foto: Kayo Ribas/Divulgação)
 
CORTE Segundo Alexandre, o corte é parte importante desse processo, já que ajuda a valorizar as mechas, e vice-versa. Um bom corte, na opinião dele, tem forma, durabilidade e fácil manutenção em casa. Por isso, ele gosta de dar dicas de como a cliente deve fazer o penteado no dia a dia.
Sobre tendências, o hairstylist avisa que não se usam mais fios tão longos, estão em alta os cabelos médios e curtos. “Hoje em dia, as mulheres têm mais coragem de cortar o cabelo e usar mais curto”, diz. Mas, se a cliente quiser cortar só um dedinho, ele procura dar forma ao cabelo. “Não é um longo chapado, tem camadas, movimento, para que fique mais bonito”, defende.
 
Se tem química, os fios precisam de tratamento. Por isso, um dos focos do salão é a terapia capilar com profissional especia- lizado. Alexandre quer ensinar para as clientes o hábito de manter o cabelo saudável. O indicado é tratar os fios duas vezes por semana. “Existe a cultura de fazer tratamento só quando se aplica a química, mas o certo é no mínimo uma vez por se- mana. Queremos mostrar que isso é indispensável para ter um cabelo com efeito natural, senão os fios ficam sempre danificados”, pontua. O salão oferece desde peeling do couro cabeludo até tratamento para as pontas.
 
A equipe é treinada para que possa oferecer o mesmo atendimento de Alexandre tanto nos cortes quanto nas mechas. Atualmente, o salão conta com mais quatro cabeleireiros. Ao lado de Alexandre trabalham cinco assistentes, que ficam disponíveis para finalizar os cabelo com babyliss ou escova, por exemplo. Com orgulho, ele conta que emprega os seus três irmãos.


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