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Estado de Minas MERCADO

Rumo ao exterior

Com uma linha home composta por produtos para decoração feitos a mão, Elisa Atheniense investe na exportação


postado em 08/12/2019 04:00 / atualizado em 06/12/2019 11:26

Almofadas, mantas e pufes criados por Elisa Atheniense(foto: Nello Aun/Divulgação)
Almofadas, mantas e pufes criados por Elisa Atheniense (foto: Nello Aun/Divulgação)


A paixão pelo étnico e o gosto pelo handmade sempre definiram o estilo de Elisa Atheniense. Foi a partir desses conceitos que ela vem construindo a linha home da sua marca, que começou timidamente e hoje já alcançou o mercado internacional. Em setembro, a estilista levou uma parte da produção para a Maison & Objet, em Paris, uma das maiores feiras do setor de decoração e lifestyle, referência para visitantes do mundo inteiro.
 
Estiveram em evidência a linha mais sofisticada de tressê em almofadas, cestos e mantas. A ação é fruto da sua parceria com distribuidoras cuja função é levar as coleções para eventos comerciais importantes nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Elisa não é neófita no segmento de exportação: suas bolsas e acessórios chegaram bem mais longe do que ela poderia supor quando se iniciou no negócio da moda, há cerca de 30 anos, alcançando 170 clientes só nos Estados Unidos e conceituadas lojas na Europa e no Japão.
 
Cestaria decorativa da linha home(foto: Elisa Athenisense/Divulgação)
Cestaria decorativa da linha home (foto: Elisa Athenisense/Divulgação)
 
 
“Percebi que era um momento favorável para testar outros mercados, já que o feito a mão é muito valorizado lá fora. A ida para a Maison & Objet foi uma oportunidade de fazer contatos no exterior e verificar de perto a aceitação dos produtos”, explica a estilista. O resultado, segundo ela, foi positivo, com agenda cheia e conversas com grupos importantes.
 
A linha home nasceu de seu flerte com o segmento da decoração carente de novidades. “Minhas experiências na área das bolsas foram o ponto de partida para desenvolver objetos e adornos que acrescentassem na decoração. Tirei partido também da minha facilidade para desenvolver matérias-primas diferentes e fiz a transposição de uma coisa para a outra”.
 
O handmade aquece os ambientes (foto: Julia Lego/Divulgação)
O handmade aquece os ambientes (foto: Julia Lego/Divulgação)
 
 
Quem conhece o trabalho fashion de Elisa Atheniense percebe claramente o diálogo e a unidade que existem entre as duas bases. Os mesmos parâmetros impressos nas bolsas e acessórios em couro valem para a casa. O processo criativo tem em comum cartela de cores, materiais, formas. “Tudo tem o mesmo DNA”, garante. Além de almofadas, mantas e cestos, ela lançou ainda uma pequena linha de mobiliário formada por pufes, mesinhas, banquetas, cabeceiras para camas em que tramas variadas fazem o diferencial. O couro predomina para os interiores: neoprene e cordas náuticas estão presentes nas criações voltadas para o exterior.
 
A qualidade e o acabamento, itens considerados essenciais na conquista de mercados sofisticados, estão na mira da estilista. “Tudo é muito bem elaborado, feito manualmente e com técnicas artesanais como tressê, tricô, crochê, tear e, agora, cestaria e macramê. O tipo de produção já seleciona naturalmente o cliente que queremos atingir”, ressalta.
 
Mobiliario revestido pelas tramas criadas pela designer(foto: Nello Aun/Divulgação)
Mobiliario revestido pelas tramas criadas pela designer (foto: Nello Aun/Divulgação)
 
 
Dirigido a esse público exigente que valoriza o feito a mão, os processos produtivos são realizados no Sul de Minas e no Rio Grande do Sul. Elisa viaja frequentemente para esses polos para acompanhar o trabalho dos artesãos. “Para se ter ideia, nossa almofada em couro envolve várias etapas, que vão do desenvolvimento da matéria-prima, passando pela espessura adequada, pelo corte, para depois ser tecida a mão”.

Decoradores Além de vender para lojas especializadas, a Elisa Atheniense Home também desenvolve alguns projetos em parceria com decoradores e arquitetos em Belo Horizonte e outras cidades. “Estamos em ótimos pontos comerciais, principalmente em São Paulo, alcançando os melhores profissionais. E o conceito do que oferecemos também é percebido lá fora”, pontua, acrescentando que, atualmente, o segmento de decoração corresponde a 50% do total dos seus negócios.
O investimento na área tem várias razões, entre elas a atemporalidade e perenidade dos objetos. “É diferente da moda, na qual a velocidade é muito maior. É um outro ritmo. No entanto, percebo que o meu trabalho com as bolsas já há muito tempo segue a mesma filosofia. Não estou presa a modismos, as coleções são atemporais, pontuadas por novidades, mas sempre dentro do que sei e do que gosto de fazer”.
 
A estilista tem muitos planos de ampliação da linha décor. Há cerca de um ano, vem investindo na cerâmica, em parceria com uma ceramista de Brumadinho, com peças utilitárias e decorativas que estão sendo oferecidas nos showrooms de Belo Horizonte e de São Paulo. Nesse trabalho, ela desenvolve cartela de cores, texturas e formatos de acordo com seu olhar. “Minha ideia é estabelecer mais collabs com pessoas que tenham potencial. Há muita gente talentosa por aí e acredito que essas trocas são muito positivas para os dois lados”, frisa. Uma linha para escritório também está encaminhada envolvendo itens elaborados em couro, como caixas, porta-lápis e canetas, entre outros. 

Passado O interesse de Elisa pelo fashion vem de longe: aos 18 anos, já vendia uma pequena produção entre as colegas do colégio. A princípio, eram peças simples, muito artesanais, mas criativas o bastante para provocar o desejo daquelas meninas que gostavam de novidades.
Com os irmãos seguindo os passos do pai advogado, ela fugiu à regra: desde a adolescência gostava de moda, de roupas, de bijuterias e de inventar coisas novas, além de ter tino comercial e muita disposição para ganhar o próprio dinheiro.
 
Vocacionada para o setor que escolheu, aos 21 anos, por recomendação de Jefferson Birman, na época um dos donos da Arezzo, foi buscar aperfeiçoamento na Itália, onde ficou por seis meses e teve a oportunidade de entrar em contato com processos industriais de Primeiro Mundo.
“Comecei pequenininha, frequentei muito a Rua Guarani com suas lojas de couro, pesquisando materiais e produzindo em fabriquetas de fundo de quintal. Primeiro vieram os cintos, que eram vendidos na garagem da casa dos meus pais, o quarto do motorista virou um escritório”, relembra. Quando o movimento de entra e sai ficou muito grande, os pais a alertaram de que ali era uma zona residencial. Era hora de procurar um local para dar abrigo ao negócio, e ela alugou uma sala com amigos em outra casa.
 
Do primeiro cinto que criou, executado em uma fábrica na Rua Jaguarão, no Bairro Bonfim, até então, a trajetória da estilista tem como denominador comum um olhar diferenciado. Com a profissionalização, encontrou também a identidade da sua marca de bolsas. “Sempre gostei do tressê, de misturar materiais, de trabalhar com bijuterias nas coleções. Meu caminho sempre foi nesse sentido”, pontua.
 
 
 


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