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Festa para todas

Com 40 anos de mercado, a Kalandra se reinventa a cada coleção para oferecer moda sofisticada e inclusiva privilegiando o plus size


postado em 19/05/2019 04:09

(foto: breno mayer/divulgação)
(foto: breno mayer/divulgação)



Muito antes do mercado apostar no plus size como nicho, a Kalandra já atendia esse tipo de público – a mulher jovem ou madura que precisa se abastecer com uma numeração maior. Ao longo do tempo foi se aprimorando no segmento, estudando os pontos do corpo feminino a serem valorizados, o que pode e o que não pode nesse universo cheio de nuances. Esse know how permite que a grade de ofertas se estenda até o número 54 – sim, 54 -, sem que as peças percam a forma ou a beleza.


O foco são as roupas de festa, o que data de 25 anos atrás. A Kalandra tem um storytelling interessante: foi criada por Flávia Castro, há quase quatro décadas, sem um intencionalidade definida. Ela começou a estampar tecidos, particularmente com a técnica do tie dye, ainda muito cultivada nos dias atuais, e a partir daí confeccionava vestidos, saias, blusas. As pessoas gostavam e compravam. Algumas lojas passaram também a se interessar e, quando percebeu, já contava com uma, duas costureiras, para dar conta do recado. Foi então que oficializou o negócio, primeiro como Tutti Frutti, posteriormente Kalandra.


Com o novo nome, marcou presença ativa na cena fashion mineira, participando de feiras e conquistando clientes em todo o país, alguns deles fiéis até hoje. Era o tempo do puro linho, das cambraias, da camisaria diferenciada, da seda, de eventos importantes como a Minas Mostra Mulher. Em determinado momento, porém, Flávia notou uma demanda para a área das festas e fez a migração do produtos, bem antes da febre que fez Minas Gerais a capital da moda festa.


Como conta Ana Flávia, que junto com as irmãs Roberta e Ana Carolina herdaram o negócio, a mãe faz parte daquele time de mulheres bem-prendadas, que faz de tudo um pouco - aprendeu o corte e costura autodidaticamente e até hoje, apesar de aposentada da confecção, cria uma linha de camisas sofisticadas em rendas, aplicações de guipure, bordados em linha de seda e pitada de pedraria. “Ela produz essas coleções cápsulas no ritmo dela e eu as levo para vender no Minas Trend. Ela também se encarrega de suprir a demanda de pedidos. Tem um atelier na sua casa, em Lagoa Santa, com máquina de costura, mesa de corte, onde trabalha. É uma modelista de mão cheia e até seis anos quem cuidava dessa parte na empresa era ela”, explica a empresária, que é responsável pela área comercial da grife.


As irmãs Castro têm honrado a responsabilidade que receberam de levar a Kalandra à frente, o que não foi difícil porque nasceram praticamente no chão de fábrica, e já trabalhavam com a mãe. Ana Carolina cuida do estilo e Roberta do financeiro e da produção, embora o último item seja compartilhado por todas elas. Parte dessa produção é criada e pilotada dentro da fábrica, a outra é terceirizada como manda o mercado atual. “A roupa de festa demanda uma atenção especial, particularmente devido aos bordados”, enfatiza Ana Flávia.


Ela é o cartão de visitas da marca, presente em todas as feiras e sempre de olho no bloco de pedidos. Conhece todos os clientes, o que lhe possibilita sentir os desejos e dificuldades dos lojistas e para que lado os ventos estão soprando. O diálogo é fundamental para que a marca vá se adaptando a um mercado que se difere substancialmente dos outros - muda a cada estação e precisa estar atento às demandas das consumidores, ponto final da cadeia produtiva.

Novos paradigmas Depois do advento dos bordadões, o que se percebe é uma economia nesse quesito. Nada de peças completamente cobertas de pedras e paetês – a ordem do momento é o comedimento, investir nos bordados localizados, nas aplicações, na mistura de lisos com bordados. “A crise tem nos ensinado muito, a roupa precisa ter um custo-benefício, uma versatilidade. Principalmente, agora, com a moda dos casamentos na praia ou em resorts, temos que ter o que oferecer, já que esses eventos exigem um estilo despojado, mais fluidez, estampas. As mulheres querem comprar algo que possam usar mais vezes e que lhe ofereça liberdade”, diz.


Ela ressalta ainda, como regra de sucesso, a capacidade de cada marca se reinventar. Diante dos novos paradigmas, a Kalandra resolveu voltar na sua história para ofertar também a linha coquetel chique com tempero de moda e uma cápsula do casual. Nelas, podem ser encontrados os cortes a laser, as misturas bicolores ou tricolores, o color blocking, os plissados misturados às rendas, os vestidos mais limpos com foco na modelagem, as blusas, as calças e até bermudas no estilo alfaiataria, além de uma pitada de estamparia para completar o leque. A opção para os lojistas tem dado certo, revela a empresária.
Mas o forte da Kalandra são mesmo os tamanhos maiores: a grade começa no 40 e vai até 54. “Sempre brinco com os clientes nas feiras que eles podem comprar as numerações pequenas com os concorrentes, mas as maiores, do 44 em diante, ele encontrará na Kalandra. Uma coisa é a mulher da passarela. A nossa é a mulher real, que quer algo fashion, e tem dificuldade de achar. E não são somente as mulheres maduras, mas as jovens também, que são mais cheinhas. Esta é nossa expertise há muitos anos”. Know how que passa pelo favorecimento do corpo desse público e inclui esconder um braço, valorizar o busto, ajustar e desajustar certas regiões, trabalhar cores e tecidos compatíveis...


A coleção verão 2020, que foi apresentada no Minas Trend e no salão Casa Moda, em São Paulo, nomeada Jardim dos Sentidos, tem como tema o Inhotim e a rica composição dos elementos do Instituto, traduzida na assimetria de cores, nos recortes e bordados exclusivos. As esferas de aço da japonesa Yayoi Kusama são referências para os bordados em pérola, o dourado das obras de Tunga pode ser visto nas rendas e pedrarias. Hélio Oiticica dá luz aos pespontos coloridos e aos recortes geométricos. O print das estampas e os plissados vêm das folhagens e do paisagismo de Burle Marx.
O segmento New Dress, dirigido para mulheres de espírito jovem, homenageia Cildo Meireles com os tons de vermelho. Além dos cortes a laser, dos bordados em linha de seda com miçangas, chatons e cristais, o destaque são os shapes em formatos assimétricos, sereia, evasê, os fluidos e os recortes inusitados. Na cartela de cores, as apostas são o kiwi e o pop orange. Quanto aos tecidos, sobressaem a zibeline, o tule, os georgetes.


As peças da Kalandra podem ser encontradas, particularmente nas loja do Nordeste. “Além da região, nossos clientes estão em São Paulo e interior paulista. Mas vendemos para todo o país”, ressalta Ana Flávia.


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