Depois de 19 dias de atraso, teve início nesta segunda-feira o segundo semestre letivo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A volta às aulas ocorreu, no entanto, em meio ao movimento grevista dos funcionários técnico-administrativos, responsáveis por setores como biblioteca, colegiado, seções de ensino e demais serviços administrativos da instituição, que estão com funcionamento afetado em razão da greve.
Os trabalhadores deram início à paralisação no dia 28 de maio e reivindicam, além do fim dos cortes no orçamento anunciados pelo governo federal, melhores condições de trabalho, aprimoramento da carreira e reposição de perdas salariais, entre outros itens. Nesta segunda-feira pela manhã, integrantes do movimento panfletaram na entrada do compus Pampulha, explicando as razões do movimento aos alunos e cobrando um posicionamento do governo federal em relação às demandas.
Além da greve dos servidores, os estudantes ainda terão que conviver com a paralisação de obras executadas na universidade. A UFMG teve que parar as mudanças por causa da redução de R$ 50,7 milhões, de um total de R$ 263 milhões previsos na Lei Orçamentária Anual (LOA) em 2015. O MEC anunciou que o orçamento das universidades federais seria reduzido em 10% nas verbas de custeio e em 50% nas de investimento. De acordo com a universidade, os cortes vão incidir sobre o custeio dos setores da Administração Central (16%) e sobre os recursos para investimentos (50%).
Mesmo com os cortes, a atividade acadêmica e as bolsas de graduação, monitoria e extensão estão garantidas, além do custeio das unidades acadêmicas, totalizando R$ 30,8 milhões.
Veja o histórico do contingenciamento
6 de março de 2015
Reitoria assume regime de contingenciamento. Houve suspensão do pagamento de contas de água e luz e demissão de funcionários terceirizados de segurança, portaria e limpeza.
9 de junho de 2015
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, em audiência no Senado Federal, anunciou perdas da ordem de R$ 9,4 bilhões no Orçamento da União para a educação.
11 de junho de 2015
O risco de encolhimento do programa Ciência sem Fronteiras põe em alerta a comunidade da UFMG atendida pelo programa.
1º de julho de 2015
Grupos de pesquisa apontam dificuldade para desenvolver os estudos por falta de produtos básicos nos laboratórios e falta de manutenção de equipamentos.
6 de julho de 2015
Capes comunica aos programas de pós-graduação corte de 75% nos recursos de custeio e de 100% nos recursos de capital
8 de julho de 2015
Reitor da UFMG se reúne com o secretário de Educação Superior (SESu) do MEC e reivindica preservação dos valores previstos no LOA para garantir atividades na UFMG.
30 de julho de 2015
Novo decreto do governo determina corte de R$ 1 bilhão no orçamento do MEC.
Agosto de 2015
UFMG apresenta novo plano orçamentário.