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Estado de Minas CARREIRA

Adaptação é questão de sobrevivência profissional

Novos modelos de trabalho surgem no mercado e as grandes empresas têm buscado outras formas de atender às suas necessidades. Vivemos o fim da carteira assinada?


postado em 07/03/2019 14:08 / atualizado em 07/03/2019 15:25

(foto: sasint/Pixabay )
(foto: sasint/Pixabay )


O mercado de trabalho atual não exige só qualificação e atualização em dia, mas obriga cada profissional a ponderar sobre o futuro do trabalho. Você já parou para pensar nisso? As relações entre empregadores e empregados estão mudando drasticamente, principalmente em função da transformação digital que extingue postos e cria novas profissões. A consequência é o surgimento de diferentes posições dos profissionais, mudando o conceito de trabalhador ideal. Desse cenário, surge outra questão: a carteira assinada está com os dias contados? Para Cai Igel, CEO da Alstra, empresa de consultoria, a resposta é “sim”. Com uma ressalva: “Para diversas atividades, esse modelo de contratação está ultrapassado. O impacto da tecnologia no mercado em conjunto com as mudanças culturais de propósito e equilíbrio pessoal está tendo grande influência nos modelos de contratação. As empresas precisam de acesso rápido e flexível a diversas competências profissionais que nem sempre têm dentro de casa. Dessa forma, o modelo de execução por projeto e não por atividade está cada vez mais difundido. Os profissionais, por sua vez, querem ter mais protagonismo sobre suas carreiras, sair de estruturas burocráticas e ter um bom equilíbrio profissional e pessoal”.

Cai Igel que, como empreendedor, atua na estruturação e mentoria de startups, formado em administração de instituições financeiras pelo DIHK (Alemanha) e ex-CEO da Unibanco Securities e ex-CCO do Grupo Unibanco, alerta que vamos ter um período de transição, o qual sofrerá ajustes e amadurecimentos. O empregador ganha acesso rápido e flexível a talentos aos quais antes não tinha acesso, bem como profissionais muito focados em entrega. Mas terá que alinhar seu modelo de gestão para não criar atritos entre funcionários e profissionais independentes. “O profissional independente tem entregas e prazos claramente definidos e isso gera uma discrepância de produtividade que tem que ser administrada.” 
Por sua vez, destaque o CEO da Alstra, “os profissionais passam, obrigatoriamente, por um processo de evolução e de 'empreendedorismo', tendo que aceitar que o emprego fixo e a remuneração depositada todo mês dependerão muito mais de suas efetivas entregas aos clientes. O modelo é infinitamente mais efetivo, mas os benefícios superam em muito esses desafios, seja por uma remuneração muitas vezes maior ou pelo protagonismo e liberdade que esse modelo traz consigo”.

Assim, cada vez mais o mercado absorve novos modelos de trabalho. Um que se destaca neste cenário é o de projetos sob demanda. “O modelo é simples. Empresas cada vez mais precisam de profissionais específicos para resolver problemas e implementar oportunidades. Essas demandas têm início, meio e fim e requerem competências que muitas vezes as empresas não têm em seus quadros de funcionários. Empresas passam a trabalhar em ciclos de projetos e não de atividades rotineiras. Esse processo é extremamente dinâmico e requer alta flexibilidade na contratação de profissionais. A Alstra organiza e digitaliza este processo, garantindo acesso pelas empresas a um novo mercado de talentos de forma ágil e segura.”

Tem ainda o chamado test & hire. Conforme Cai Igel, neste modelo, “o profissional tem o interesse em ser contratado para um projeto, mas também para ser contratado como funcionário pela empresa. Porém, apenas se tiver certeza que o conjunto (cultura, time etc.) se alinham ao seu perfil. Neste caso, a empresa contrata o profissional sob demanda e o trabalho é iniciado imediatamente. Assim, ambos têm a oportunidade de se conhecer por alguns meses e, se concordarem que o “fit” é bom, a empresa o contrata permanentemente”.
 
Cai Igel, CEO da Alstra, diz que cada vez mais o mercado absorve novos modelos de trabalho, como o de projetos sob demanda (foto: Arquivo Pessoal)
Cai Igel, CEO da Alstra, diz que cada vez mais o mercado absorve novos modelos de trabalho, como o de projetos sob demanda (foto: Arquivo Pessoal)


Cai Igel explica que o modelo de contratação tradicional leva de dois a quatro meses para o profissional começar a trabalhar. “Esse profissional passa por um processo seletivo e começa a trabalhar sem nunca ter provado, na prática, se encaixa no time ou se entrega o que é esperado. Isso gera dois problemas: primeiro, o custo de oportunidade, porque a empresa deixa de gerar valor até que o profissional seja contratado. Segundo, mesmo passando por todos os testes de seleção, a probabilidade desse profissional não encaixar ainda é alta e, nesse caso, tem-se o desgaste natural e o processo de seleção tem que ser reiniciado.”

RISCO Profissionais que atuam como freelancer também só aumentam. “Ele geralmente tem um ganho financeiro líquido superior ao modelo assalariado e também liberdade na escolha do projeto e da empresa em que vai trabalhar. Ele tem a oportunidade de trazer mais equilíbrio à vida pessoal e profissional. Esses são os principais motivos do aumento em escala desse perfil de profissional. O maior risco que ele tem é não encontrar um projeto para trabalhar. Especialmente porque, enquanto trabalha em um projeto, não tem tempo para prospectar o próximo trabalho após finalizar o atual.” A Alstra, aliás, é um canal de prospecção para os profissionais: “Eles focam no que sabem fazer e nós encontramos novos projetos alinhados com os seus perfis”. 

De acordo com Cai Igel, as principais características exigidas de profissionais freelancers são transparência em quais realmente são suas competências e no trabalho sendo executado. Foco em execução, conversas de corredor e cafezinhos não fazem parte desse modelo. Adaptabilidade a diferentes ambientes de trabalho e comunicação assertiva e articulada.
 

As empresas precisam de acesso rápido e flexível a diversas competências profissionais que nem sempre têm dentro de casa. Os profissionais, por sua vez, querem ter mais protagonismo sobre suas carreiras, sair de estruturas burocráticas e ter um bom equilíbrio profissional e pessoal

Cai Igel, CEO da Alstra

 
 
Na visão de Cai Igel, o emprego, como conhecemos, será restrito às áreas “core” das empresas (core business: atividade central). Mas mesmo estas terão que se adaptar a nova cultura e modelos de trabalho. Diante disso, é natural que muitas profissões, simplesmente, desapareçam impulsionadas pelo avanço da tecnologia, da inteligência artificial (AI): “Isso é verdade. Mas, AI e robôs ainda terão que ser modelados e construídos por humanos. Além disso, devemos lembrar que as relações pessoais que dominam os negócios e relacionamentos, e evoluem há milênios, ainda têm e terão seu valor na geração de valor”.
Diante de tantas mudanças e dúvidas, como saber qual caminho profissional seguir? Principalmente a nova geração, que está sendo formada num mundo de mudanças cada vez mais velozes. “As novas gerações devem, certamente, seguir o caminho da nova tecnologia ou das artes. A geração atual deve se atualizar diariamente com as novas tecnologias. Quem não se atualizar constantemente, perde.”

AUTOCONHECIMENTO Nesta Era Digital, na qual se cobra tanto a formação técnica, inovadora e avançada, como fica o lado humano do profissional? Qual o valor e a importância do autoconhecimento e mesmo da gestão de pessoas? Cai Igel avisa que não importa qual o seu perfil ou ambiente externo em que vive. O importante é fazer o que você gosta porque só assim será feliz e terá a chance de fazer algo maior. Nenhuma formação acadêmica, trabalho ou experiência tem valor prático na criação de valor e de sua sustentabilidade se não suportadas pelos resultados que tenham impacto positivo no mundo, na empresa, na família ou no seu círculo de amizades. “O autoconhecimento é a base para guiá-lo neste caminho. Essa é a peça básica para que a pessoa seja feliz e tenha a capacidade de fazer coisas acima da média. Você tem que entender as mudanças, conhecer e aceitar suas forças e deficiências, ser humilde para aprender, ter objetivos concretos a curto, médio e longo prazos, e assim terá o que precisa para o caminho da autoconfiança e do sucesso.”

SAIBA MAIS
 
Fique por dentro de novos modelos de trabalho*:

As organizações vêm rompendo com o padrão verticalizado. À medida que a estrutura hierárquica se desfaz, surgem novos modelos de trabalho. 

Holocracia
Na holocracia, os colaboradores são divididos em “círculos” autônomos, que integram uma unidade maior. Cada nível funciona de maneira democrática e aberta. A pessoa desempenha um papel específico para atingir a meta estabelecida.

BYOD
BYOD é a sigla para “bring your own device”, ou “traga o seu próprio dispositivo”, em tradução livre. Trata-se de uma metodologia emergente. Ela sugere que o profissional leve ao escritório o seu próprio recurso eletrônico (laptop, smartphone ou tablet), a fim de utilizar a tecnologia com a qual já está habituado.

Trabalho remoto
Uma das principais características desse modelo, também conhecido como home-office, é a flexibilidade que oferece ao colaborador. Ele pode compor o calendário de atividade de acordo com sua disponibilidade, ficando livre da rigidez de um horário estrito.

ROWE
A sigla significa “results only work environment” ou “ambiente de trabalho orientado a resultado”, em tradução livre. A metodologia se refere principalmente à mensuração do desempenho de cada profissional. A base utilizada é o resultado obtido, e não o tempo gasto.

*Fonte: www.santandernegocioseempresas.com.br
 


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