Haddad em coletiva com Rodrigo Pacheco e Arthur Lira
Em evento da revista Exame nessa quarta-feira (13) à noite, que reuniu alguns dos principais empresários dos país, ele afirmou que os gastos devem ter sempre um "retorno positivo" e que a função do governo é mapear os perigos.
"O trabalho de um governo sério é localizar os riscos fiscais. A gente mapeia até os riscos judiciais. A gente tem feito trabalho nos tribunais para localizar causas que podem trazer problemas muito grandes", explicou.
Ele citou a necessidade de falar "não" a alguns pedidos, o que pode ser um problema nas negociações com o Congresso Nacional e empresários. Para compensar, despejou elogios na atuação de deputados, senadores e no diálogo com setores da economia nacional.
Prestes a viajar na comitiva presidencial de Lula que vai a Nova York neste mês, Haddad espera embarcar após ter anunciado detalhes do Plano de Transição Ecológica --a ideia de impulsionar o desenvolvimento baseado na preservação ambiental e combate às mudanças climáticas.
O ministro quer usar a novidade para buscar investimentos. "Vamos usar a nossa matriz energética, que é a mais limpa do mundo", disse.
Diante dos empresários e sem ser contestado, Haddad adotou um discurso otimista e lembrou todo o caminho percorrido desde sua nomeação, em dezembro do ano passado. Também considerou inadmissível o índice de crescimento brasileiro do ano passado, de 2,9% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto a média mundial foi de 3,4%.
"Este país não pode crescer menos do que a média mundial, não temos o direito de oferecer à sociedade menos do que isso, com tudo o que o destino colocou nas nossas mãos", disse.
Um dos pontos do qual mais se vangloriou foi o texto da reforma tributária que, segundo ele, ninguém acreditava ficar pronto no primeiro semestre de 2023. Esta foi outra fonte de elogios na relação com o Congresso Nacional.
Haddad disse acreditar que, após conversas com o senador Eduardo Braga (MDB-AM) e com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o cronograma de votação será cumprido até o próximo mês.
"Precisa gostar muito de risco para investir no Brasil. Quando converso com fundos estrangeiros, eles não querem saber quando as contas públicas vão estar ajustadas. Querem saber: tem gente séria pilotando a economia para que a trajetória seja consistente? Sim. Tem sistema tributário cristalino, transparente e justo? Sim. Tem vantagens competitivas em relação a seus concorrentes? Sim", afirmou.

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