posto de gasolina em BH

Em posto de combustíveis, na Avenida do Contorno, em BH, gasolina aumentou quase R$0,40

Leandro Couri/EM/D.A.Press

O aumento da gasolina já bateu à porta do consumidor nesta quinta-feira (1º/6) após mudança na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Em Belo Horizonte, os postos de gasolina amanheceram com o litro da gasolina quase R$ 0,40 mais alto, valor acima dos R$ 0,24 de reajuste previstos pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro).

Nesta manhã, a reportagem do Estado de Minas percorreu postos de combustíveis de Belo Horizonte e constatou um aumento maior do que o esperado nas bombas de alguns estabelecimentos. No posto Bretas, na Avenida do Contorno, com Rua Niquelina, no Bairro Santa Efigênia, na Região Centro-Sul, a gasolina é encontrada por R$ 5,39. Até ontem (31/5), o litro era vendido por R$ 5,08, o que significa um aumento de R$ 0,31.

No Posto da Mamãe, localizado na esquina da avenida do Contorno com rua Raul Mendes, no bairro Floresta, Região Centro-Sul de BH, o reajuste chega a quase R$ 0,40, com a gasolina sendo vendida também a R$ 5,39. No entanto, há postos na Via Expressa que ainda não fizeram o reajuste e seguem com o preço antigo de, em média, R$ 4,87.

O reajuste pegou os consumidores de surpresa. O motofrentista Giuliard Espindola Corrêa, de 42 anos, ficou sem palavras ao ver o preço na bomba nesta manhã: "Não tem nem como falar. É só desgosto", disse. Ele avalia que o aumento vai pesar no bolso. "Daqui pra frente tem que fazer um balanço. Deveria aumentar R$0,15, mas aumenta quase R$0,50", comentou em conversa com a reportagem do Estado de Minas.

O representante comercial Warley Alves Silva, de 40, depende do carro para trabalhar e gasta, em média, R$200 por semana para abastecer. Ele diz que não vai conseguir encher o tanque e a saída vai ser "ir abastecendo do jeito que dá". "É muito ruim, porque nosso salário não acompanha. Faz muita diferença, principalmente no final do mês. Eu tenho que visitar meus clientes, e dependo de abastecer sempre", contou.

Representante comercial Warley Silva abastece o carro em posto de BH

Representante comercial Warley Silva reclama do aumento da gasolina: 'Nosso salário não acompanha'

Leandro Couri/EM/D.A.Press


Sobe e desce dos preços

O aumento do preço da gasolina ocorre menos de um mês após a Petrobras anunciar mudança na política de preço do reajuste dos combustíveis, que era baseada no mercado internacional, e derrubou os preços em quase R$0,40. A indignação com um novo aumento foi justamente a principal reclamação dos consumidores ouvidos pelo EM. "Eu estava tão satisfeito que tinha abaixado e agora aumentou de novo. Nem estava sabendo que tinha mudado", reclama o raspador Marco Antônio dos Santos, de 40.

Para ele, essa novela no preço dos combustíveis prejudica, inclusive, o planejamento financeiro das famílias. "Abaixa e sobe de uma vez assim a gente até perde a noção de quanto está gastando por mês Agora vai pesar no bolso", avalia. Morador de Ribeirão das Neves, ele veio à BH para fazer uma entrega e conclui que irá receber menos pelo serviço, já que não contava com o aumento do combustível.

"Enfiar a mão no bolso não é brincadeira, não. Ficar gastando o que não ganha. Vim buscar uma máquina aqui na cidade, não estava contando com esse aumento. Agora vou ganhar menos da metade do que eu imaginava", disse rindo.

A padronização do ICMS da gasolina fixa o valor único por litro em R$ 1,22. Antes, cada estado tinha uma alíquota diferente. O impacto previsto para o consumidor pelo Sindicato dos Servidores da Tributação, Fiscalização e Arrecadação do Estado de Minas Gerais (Sinfazfisco) e pelo Minaspetro era de R$ 0,24.