Vitrine de carne em açougue de Curitiba (PR)

Vitrine de carne em açougue de Curitiba (PR)

Eduardo Matysiak/Futura Press/Folhapress
Às vésperas da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, o governo diz que o país asiático decidiu nesta quinta-feira (23) retomar a compra de carne bovina brasileira.

No fim de fevereiro, foram suspensas temporariamente as exportações de carne bovina para a China após a confirmação de um caso de mal da vaca louca em um animal em Marabá (PA).

A suspensão ocorre por um protocolo de 2015 assinado pelos dois países que estabelece um autoembargo nas vendas à China quando uma nova ocorrência de vaca louca -encefalopatia espogiforme bovina- é identificada no Brasil.

Integrantes do Ministério da Agricultura e Pecuária embarcaram para a China no começo da semana numa comitiva junto com empresários do setor.

Antes da viagem, os técnicos da pasta já haviam fornecido todas as informações relevantes sobre o caso à China. Mas a retomada das exportações ainda dependia de decisão do parceiro asiático.

Uma análise de técnicos do Ministério da Agricultura concluiu, no início de março, que o caso de Marabá foi "atípico -ocorrido por causas naturais em um único animal de nove anos de idade e com todas as providências sanitárias adotadas prontamente.

Segundo integrantes da comitiva que está na China, o fim do embargo já começa a valer nesta quinta.

A comitiva para a China tem cerca de dez empresários convidados pelo Ministério da Agricultura -sendo que 43 são do setor de carnes, como Joesley e Wesley Batista, executivos da J&F, controladora da JBS.

Os custos de viagem e hospedagem serão pagos pelos empresários, segundo o Ministério da Agricultura.

O Brasil produziu 26 milhões de toneladas de carnes bovina, suína e de frango no ano passado, 4% a mais do que em 2021.

A participação do mercado externo na produção brasileira vem aumentando. No ano passado, 28% das carnes "in natura" foram para o mercado externo, acima dos 27% de 2021.

Os dados de produção são do peso das carcaças obtidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); os de exportação, da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Além do fim do embargo às exportações de carne bovina brasileira, membros do governo esperam que, durante a visita de Lula, a China autorize mais frigoríficos brasileiros a exportarem para o país.

Desde 2019, o gigante asiático não concede novas certificações para que empresas brasileiras possam exportar carnes bovinas, suínas e de frango.

A viagem presidencial à China será entre 26 a 31 de março.