Lula

Na corrida eleitoral em 2022, Lula pregava a volta a setores abandonados pela empresa durante o Governo Bolsonaro, como petroquímica, fertilizantes e energias renováveis

Reprodução/TV Brasil
Em mais uma guinada em relação às gestões anteriores, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou nesta terça-feira (7/2), "a maior seleção pública de projetos socioambientais" da história da companhia.


A empresa reservou R$ 432 milhões para cerca de 50 projetos que serão escolhidos via seleção pública. "Representa dez vezes mais do que investimos em nosso edital de 2021", disse Prates, em vídeo distribuído pela companhia.


A estratégia de investimentos sociais da companhia havia sido alterada pelo então primeiro presidente da Petrobras no governo Jair Bolsonaro, Roberto Castello Branco, que focou o orçamento da área em projetos ligados à educação básica e chegou a rever também os patrocínios culturais.


O tema permanece entre as prioridades do programa, que agora também foca em direitos humanos e inovação. Na área de educação, serão avaliados projetos apoiados pela Lei Federal de Incentivo ao Esporte, informou a estatal.


As diferenças com relação às gestões bolsonaristas aparecem também no discurso sobre o papel da Petrobras.

 

 


Enquanto Castello Branco defendia que o retorno da empresa à sociedade se dava por meio do pagamento de impostos e dividendos, Prates diz querer "ampliar o impacto positivo e fazer a diferença na vida de mais pessoas, no cotidiano das comunidades e na conservação do meio ambiente".


"A Petrobras está comprometida em transformar os seus resultados em retorno para a sociedade", afirmou, no comunicado sobre a chamada pública. "Acreditamos que o crescimento da companhia deve andar junto com o desenvolvimento das comunidades e com a conservação do meio ambiente."


A chamada será feita em duas etapas: na primeira, a empresa analisará projetos das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul, com a expectativa de contratar mais de 20 projetos com período de três anos de duração.

Com e sem Bolsonaro

 


O edital tem valor bem superior aos lançados pela estatal no governo Bolsonaro: em 2022, a empresa contratou R$ 12 milhões em três projetos; em 2021, foram R$ 41 milhões em 23 projetos.


Antes de Bolsonaro, os números eram maiores: R$ 180 milhões e 68 projetos em 2018; e R$ 160 milhões e 57 projetos em 2014. Em valores corrigidos pela inflação a partir do fim de cada ano, seriam hoje R$ 229 milhões e R$ 257 milhões, respectivamente.

 

 


"Queremos aprovar projetos transformadores, criar parcerias duradouras e incentivar ideias inovadoras", disse Prates, no vídeo. "Juntos podemos gerar novas oportunidades e gerar um impacto positivo para a sociedade."


As diferenças de propostas para a estatal entre os governos petista e bolsonarista já se anunciaram durante a campanha, quando a candidatura de Lula pregava a volta a setores abandonados pela empresa, como petroquímica, fertilizantes e energias renováveis.


Em vídeo divulgado logo após sua posse, Prates reforçou essa diferença. "Queremos uma Petrobras que se orgulhe de ser grande e de impulsionar todas as regiões e negócios onde atue", afirmou, em contraposição a Castello Branco, que defendeu que "o relevante é ser forte e não ser gigante".