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Estado de Minas MARKETING

Disposição para aprender e recomeçar após os 60 anos de idade

Talento, experiência e competências técnicas são utilizados por empreendedores 60+ para criar, buscar e desfrutar das mais diversas oportunidades mercadológicas


02/05/2022 04:00 - atualizado 02/05/2022 07:14

A fotógrafa Lenice Morici
A fotógrafa Lenice Morici, de 63 anos, viu seu mercado encolher na pandemia e começou a empreender na área de costura (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

No mundo do empreendedorismo on-line, cada vez mais a presença do público 60+ se torna relevante. Se antes o universo digital causava desconfiança e estranhamento, hoje é uma realidade e a busca por qualificação e domínio da tecnologia é um caminho sem volta, instigante.

Por mais de 20 anos,  Lenice Morici trabalhou com fotografia. Com a pandemia, seu setor foi um dos primeiros que pararam, eventos cancelados, distanciamento social obrigatório e teve de fechar seu estúdio fotográfico. No horizonte, “um branco na vida” não só dela como na do mundo. Mas Lenice, com 63 anos, não é de desanimar e jogar a toalha.

Desta vez, o incentivo chegou pela filha, Bárbara, com a ideia de fazer máscaras. “Desenferrujei a máquina antiga que foi da minha mãe e comecei a comprar tecidos e elástico. Ofereci para uma vizinha, que  me adicionou no grupo de WhatsApp e  em outros grupos, e graças a Deus, consegui um bom faturamento. Depois, veio a ideia de confeccionar pijamas. Comprava malha e cortava na minha mesa de vidro da sala e levava para a costureira fechar.”

Com ajuda do filho, Felipe, Lenice abriu um perfil comercial no Instagram e postou fotos dos pijamas com descrição e preços, além de postar nos grupos. “Meus filhos me ensinaram a fazer posts e assim foi. O trabalho de corte já não cabia na minha sala. Mudamos para um espaço maior, fiz um quarto de ateliê, comprei máquinas. Já tinha tido experiência de confecção há 30 anos e comecei a trabalhar de forma independente. Sou modelista, costureira, arrematadeira, tudo no meu ritmo, frenético, diga-se de passagem.”

Atualmente, Lenice Morici é estilista da loja Giggle, no Belvedere. “As proprietárias Gisele e Bárbara, mãe e filha, eram minhas vizinhas, mas não nos conhecíamos. Foi por meio do grupo de WhatsApp que me procuraram, compraram alguns pijamas e pediram para copiar uma blusinha. Começou assim, e já tem quase dois anos essa parceria. Ganho por peça, tipo atacado, compro os tecidos, pesquiso tendências e vou em busca do melhor. Existe uma troca maravilhosa, conversamos por FaceTime, WhatsApp, celular e pessoalmente também.” Tecnologia, inovação, criatividade e disposição para trabalhar nunca foram barreiras para Lenice.

VIVER O PRESENTE

Sem perder tempo, em 2022, Lenice voltou para a faculdade atraída pela tecnologia, com a possibilidade de estudar totalmente on-line: “Estou fazendo o primeiro semestre de moda. Faço meu horário. Ainda tenho muita coisa a alcançar, metas e planos. É uma luta diária, um dia de cada vez, sem preocupação de quando era mais jovem. Agora temos mais tempo para nos dedicar a qualquer tarefa que nos é proposta”. Lenice destaca que, em relação à tecnologia, por ser fotógrafa e editora de Photoshop, ela se sente confortável com o mundo virtual. 

Já o administrador de empresa Márcio Pedrosa, de 67, é um exemplo de sucesso desse público. A idade nunca foi um impeditivo ou obstáculo. O trabalho faz parte da vida, assim como a veia empreendedora. Durante 20 anos, atuou como executivo de multinacional no segmento da indústria química de gases industriais, medicinais e combustíveis, tendo até 280 colaboradores.

“Em meados de 1997, por meio de uma parceria, eu e meu sócio iniciamos um empreendimento na área de gramados sintéticos, e obtivemos grandes resultados de imediato. Em 2018, iniciou-se um período difícil para o setor, eram necessários novos negócios, novas ações, conhecer de perto o marketing digital. Enfim, precisávamos nos reinventar”, diz.

E foi o que fizeram. Foram à luta na busca de habilidades e competências para continuarem competitivos e gerando resultados. Nessa época, Márcio Pedrosa assumiu a administração da empresa e passou a buscar qualificação, formação e conhecimento nas áreas que inovavam o setor.

Foi quando percebeu que, para conseguir resultados, deveria “fazer ações voltadas para o incremento do negócio de vendas, consultoria em projetos de grama sintética. Daí surgiu a Gramaonline, elaboramos o site www.gramaonline.com.br, focamos no segmento de landscape, decorações, playground, jardins, eventos, buffet, miniquadras, consultoria e outros. E novos caminhos e novidades estão chegando”.

QUEDA DE MITOS

O preconceito do etarismo no mercado de trabalho carrega mitos, desconhecimento e ideias preconcebidas que dificultam a vida do grupo 60 . E a falta de habilidade com a tecnologia que permeia o mundo atual é o principal deles, sempre apontado como entrave para contratação e novas oportunidades.

Para o administrador de empresas e professor Elber Sales, de 51,  isso é um grande mito. “Começamos com aulas presenciais e com a pandemia, tivemos de ir para o digital. A resposta não poderia ter sido melhor. Na última aula que ministrei 100% on-line pela plataforma zoom, tinha uma aluna de 78 anos e outra de 82 acompanhando e fazendo perguntas pelo chat e por áudio. Isso é simplesmente espetacular”, conta.

Como não fazem parte dos chamados nativos digitais, Elber Sales, que também é um empreendedor, proprietário da Cachaça Bandarra, lançada no mercado em 1999,  destaca que os mais velhos puderam acompanhar toda a evolução tecnológica e a transição de algo que já foi mais complexo e dominado por poucas pessoas, para estruturas bem mais fáceis de acessar, a custos bem menores.

No comércio on-line, Elber Sales conta que muitos dos 60 preferiam adquirir ou vender produtos à “moda antiga”, por insegurança e medo, e se viram obrigados a aderir a esse universo durante a pandemia. Isso impulsionou a entrada desse público no mundo digital, eliminando todas as barreiras.

A necessidade fez com que descobrissem que não era um bicho de sete cabeças como pensavam. Eles vêm descobrindo que comércio on-line não significa mais apenas ter um site próprio de e-commerce.

Elber Sales destaca que as vantagens apresentadas pelo comércio on-line são enormes.  Mas a principal é a possibilidade de escalar as vendas com um significativo aumento da base de clientes, que podem estar em qualquer lugar do mundo e não somente no raio de atuação do empreendedor. Já os desafios, ressalta, sempre vão existir para qualquer pessoa que deseja empreender, independentemente da idade.

Como montar uma loja virtual do zero


1 – Registre o seu domínio ou URL

2 – Escolha um servidor ou host de qualidade. Nesse momento, leve em conta capacidade de armazenamento, limite de tráfego, disponibilidade do servidor, suporte e preço

3 – Estruture a plataforma da loja virtual. Vários passos são exigidos, desde  navegabilidade até tecnologias de  segurança

4 – Escolha um template adequado

5 – Defina as formas de pagamento

6 – Faça um planejamento logístico

7 – Cadastre os primeiros produtos

8 – Realize a divulgação

9 – Faça a sua primeira  venda na loja virtual
Fonte: Escola de E-commerce (https://www.escoladeecommerce.com/)



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