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Estado de Minas OTIMISMO NO VAREJO

Varejo aposta em Páscoa mais rentável este ano

Após tombo na pandemia, expectativa é de vendas de R$ 2,19 milhões em produtos ligados à festa cristã, como bacalhau e ovos de chocolate


31/03/2022 04:00 - atualizado 31/03/2022 00:27

Ovos de Páscoa e caixas de chocolate no Supermercado BH, na capital mineira
No Supermercado BH, a aposta é na diversificação do portfólio, com itens presenteáveis de barra, caixas e embalagens jumbo, com melhor custo/benefício, além dos tradicionais ovos (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Após dois anos de pandemia da COVID-19, que limitou a circulação de pessoas e atrapalhou as vendas, a Páscoa promete ser mais generosa com os comerciantes. Segundo projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as vendas do varejo voltadas para a data devem totalizar R$ 2,16 bilhões em 2022. Se for confirmada essa previsão, o volume de vendas terá um crescimento de 1,9% em relação à mesma data do ano passado, já descontada a inflação.

Apesar da alta, o volume movimentado ainda será 5,7% abaixo do alcançado antes do início da crise sanitária em 2019 (R$ 2,29 bilhões). Sob os impactos da pandemia, em 2020, o varejo registrou o menor volume de vendas (R$ 1,67 bilhão) em uma década. Com o avanço da vacinação e a flexibilização das medidas de circulação de consumidores, o comércio conseguiu se recuperar parcialmente de lá pra cá.

Um importante indicativo da expectativa do varejo para essa data costuma ser o volume de produtos típicos importados. De acordo com registros da Secretaria de Comércio Exterior apurados pela CNC, a quantidade importada de chocolates, por exemplo, neste ano (1,43 mil toneladas), avançou 8% em relação ao ano passado, não conseguindo, porém, igualar as compras de 2019 (1,87 mil toneladas).

Já o bacalhau, outro produto tipicamente comprado no exterior nesta época do ano, apresentou recuo de 17% nas quantidades importadas frente à Páscoa de 2021.

EFEITO DO CÂMBIO 


A valorização do real também impactou a quantidade importada do principal produto na Páscoa. A taxa de câmbio, que às vésperas da festa cristã de 2021 estava em R$ 5,70 por US$ 1, atualmente se encontra próxima aos R$ 5 por dólar – um recuo de mais de 12% em relação ao ano passado.

A queda nas importações de bacalhau, na contramão do aumento das quantidades importadas de produtos à base de chocolate, é um indício de que o varejo está apostando na melhor saída de produtos mais baratos a partir da aceleração dos índices gerais de preços.

A cesta de bens e serviços, composta por oito itens, revela que praticamente todos devem estar mais caros que na Páscoa passada. 

Na média, para um IPCA-15 na casa de 10,5%, os itens relacionados a essa data deverão estar 7% mais caros que no mesmo período de 2021 – maior alta desde 2016 (+10,3%).

PORTFÓLIO 

Milene Antunes, gerente de loja da Kopenhagen em Belo Horizonte
Milene Antunes, da Kopenhagen, conta que a loja ampliou os pedidos este ano (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

O diretor comercial do Supermercados BH, Bruno Santos, acredita em crescimento de vendas, embora com diferença em relação aos produtos típicos desta data. “Com a pandemia afetando menos a vida do brasileiro, entendemos que em 2022 a Páscoa terá um novo significado, promovendo a retomada dos encontros sociais e familiares. A expectativa é de crescimento com a venda de produtos sazonais para preparo de alimentos, como o bacalhau”.

Porém, os ovos de Páscoa não devem acompanhar essa tendência. “As indústrias, a cada ano, estão diversificando o portfólio de produtos, ampliando os itens presenteáveis de barra, caixas e embalagens jumbo, justamente por serem de maior custo/benefício para o cliente e reduzindo os investimentos nos ovos de Páscoa”.

ANTECIPAÇÃO 


Nas lojas de chocolates, a expectativa também é positiva para a Páscoa deste ano. Margherita Iannazzo, de 63 anos, proprietária da unidade da Cacau Show localizada na Avenida Getúlio Vargas, na Savassi, está otimista em relação às vendas. “O primeiro ano da pandemia não serve como parâmetro, porque realmente foi atípico. Em 2021, as vendas já melhoraram e este ano, contrariando as expectativas, foram antecipadas. Esperamos uma boa Páscoa.”

Ela conta que, este ano, os clientes não estão deixando a compra dos ovos para a última hora. “As vendas de Páscoa ocorrem geralmente nos últimos 10 dias que antecedem a data. E este ano está sendo um período atípico, porque empresas estão fazendo compras antecipadas, além das pessoas físicas. É um ânimo a mais para nós!”

Marguerita prevê que nos últimos dias possa até faltar produto. “Diria que as vendas estão de 15% a 20% maiores que no ano passado. A expectativa maior é estabilizar no parâmetro, mas é claro que podemos continuar nesse ritmo acelerado e chegar na última semana e não ter vários itens. Às vezes, ocorre de um produto ou outro acabar antes da Páscoa. Nossos pedidos são feitos com meses de antecedência. Nesses dias, até finalizamos o pedido de Natal. É feito com antecedência para que a fábrica se planeje em relação aos insumos, embalagens e outras coisas. O estoque que tenho hoje é o final.”

PREÇOS 

Em relação aos preços, ela admite que haverá alterações, mas que existem produtos para todos os bolsos. “Principalmente levando-se em conta que tudo é baseado no dólar e no preço dos combustíveis. Mas os preços são tabelados desde o início da campanha até o fim. "Temos opções a partir de R$ 9,90, com preços acessíveis. Mas temos até de R$ 990, que é o ovo de sete quilos, que é também vendido na loja. Além de ser um produto de sorteio aos clientes da loja, também é comercializado aqui”, completa.

ESTOQUE AMPLIADO 

Milene Antunes, gerente da loja da Kopenhagen localizada na Avenida Prudente de Morais, Bairro Cidade Jardim, conta que, para a Páscoa deste ano, foi feito um pedido maior de ovos. “Este ano, a expectativa está muito alta. No ano passado e no retrasado estávamos em um período mais crítico da pandemia, funcionando com a loja fechada. Então, não superou as nossas expectativas, mas acabamos vendendo tudo. Este ano foi feito um pedido maior de ovos, justamente para conseguir suprir essa demanda.” Segundo a gerente, o proprietário do estabelecimento prevê um crescimento de 50% a 60% em relação ao ano passado.

Outra tendência, de acordo com ela, é que os consumidores estão antecipando as compras, com receio de deixar para a última hora e ficar sem o produto desejado.“Tem muita gente procurando agora. Aqui temos alguns ovos que vêm em pouca quantidade. Ano passado teve gente que procurou na última semana e não tinha mais. Por isso, influenciamos muito para que as pessoas antecipem as compras.”

Já os preços mostram que a crise econômica passa longe dos consumidores da marca. “Temos ovos de 150g custando a partir de R$ 66,90, mas temos lembranças de Páscoa, como miniovinhos com uma cenoura, por R$ 39. Mas aqui na loja temos ovos de até R$ 400. Nosso tíquete médio está em R$ 65, mas na Páscoa, geralmente, as pessoas levam dois, três. Então, eles gastam em média R$ 200, R$ 300.”

*Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho








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