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Estado de Minas ECONOMIA

Boa logística está entre os atributos de Minas para atrair investimentos

Infraestrutura para escoamento da produção feita no estado e acessibilidade a grandes centros consumidores colocam Minas na rota dos investimentos


21/06/2021 04:00 - atualizado 21/06/2021 07:31

Condições para o escoamento da produção industrial a partir de Minas foram decisivos para empresas como o Grupo Cristália, que planeja sua segunda fábrica no estado(foto: Cristália/Divulgação)
Condições para o escoamento da produção industrial a partir de Minas foram decisivos para empresas como o Grupo Cristália, que planeja sua segunda fábrica no estado (foto: Cristália/Divulgação)

A perspectiva da redução de custos logísticos com a melhoria na infraestrutura, por meio da construção do rodoanel metropolitano de Belo Horizonte e dos programas de concessões de rodovias estaduais e federais, é apontada pelas empresas entre os principais fatores que contribuem para atração de investimentos da iniciativa privada para Minas Gerais, a despeito do impacto da pandemia de COVID-19 sobre a economia.

As tradicionais atividades de mineração, metalurgia, produção de celulose e de alimentos no estado também estão sendo favorecidas, neste caso, pelo ciclo de valorização dos preços das chamadas commodities, itens básicos e minerais cotados no exterior.

A boa condição de escoamento de produtos e a localização considerada estratégica do estado, com acesso a grandes mercados consumidores, impulsionaram o Grupo Cristália, do ramo farmacêutico, na decisão de implantar uma segunda unidade industrial mineira, desta vez em Montes Claros, no Norte de Minas, onde a empresa vai produzir diferentes tipos de medicamentos.

Entre eles estão remédios injetáveis (kit intubação) usados na sedação de pacientes graves com a COVID-19. O empreendimento deverá gerar 700 empregos diretos. Anunciado no início deste mês, o projeto tem orçamento de R$ 300 milhões.

O Grupo Cristália adquiriu a área da antiga unidade têxtil da Santanense (do Grupo Coteminas) para a montagem da fábrica de medicamentos, que deverá iniciar a produção em 2022, como informou o presidente da companhia, Ricardo Pacheco.

“Minas Gerais possui uma localização estratégica no mapa, com fácil acesso para os principais pontos do país. Além disso, conta com mão de obra qualificada e tem uma política bastante atrativa de incentivos fiscais”, enfatiza o executivo.

Além das condições destacadas pelo presidente do grupo, o imóvel escolhido se encontra em excelente estado, segundo a empresa, o que reduz custos com construções e acelera o tempo de obra. A empresa tem unidade em Pouso Alegre, no Sul do estado, onde são fabricados medicamentos parenterais de grande volume, como soros e soluções fisiológicas.

Investimentos da ordem de R$ 40 milhões foram realizados para modernização da planta de Pouso Alegre, que também passou a produzir injetáveis e medicamentos anestésicos do kit intubação, com o objetivo de atender à demanda dos pacientes graves do coronavirus.

“Em função da pandemia da COVID-19, estamos aumentando o quadro de funcionários no local, já que readequamos a produção e temos agora escalas que cobrem 24 horas por dia, sete dias por semana. Atualmente, o local conta com cerca de 200 postos de trabalho”, assegura Ricardo Pacheco.

Entre os protocolos de intenção de investimentos destacam-se projetos como um centro de distribuição da multinacional Amazon, em Betim, na Grande BH(foto: Governo de Minas/Divulgação)
Entre os protocolos de intenção de investimentos destacam-se projetos como um centro de distribuição da multinacional Amazon, em Betim, na Grande BH (foto: Governo de Minas/Divulgação)
Expansão 

Está em implantação em Montes Claros uma outra grande indústria farmacêutica, da Eurofarma, investimento orçado em R$ 1 bilhão e que conta com financiamento do Banco do Nordeste. O empreendimento deverá gerar 600 empregos diretos.

A planta da Eurofarma em Montes Claros tem 170 mil metros quadrados e deve entrar em produção no primeiro semestre de 2022. A unidade vai produzir de antibióticos – entre eles a Amoxicilina e Benzetacil –, além de fármacos sólidos e hormonais,  como Selene, Tamisa e Testosterona, visando atender aos mercados do Brasil e da América Latina.

“A cidade foi escolhida (para receber o empreendimento) após a viabilização de um distrito industrial pela Codemig (atual – Codemge Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), além de ser um local de fácil acesso rodoviário e aéreo e por ter mão de obra qualificada”, informa a Eurofarma.

Minas Gerais recebe uma série de outros grandes empreendimentos, entre os quais se destacam: fábrica da Heineken, com recursos de R$ 1,8 bilhão e a previsão de gerar 350 empregos, em Sete Lagoas (região Central); unidade da siderúrgica Belgo-Mineira Bekaert (R$ 314 milhões), em Itaúna (Centro-Oeste), com a geração de 700 empregos; a nova usina da Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA), investimento de R$ 1 bilhão e a previsão de gerar 1,7 mil empregos, em Canápolis, no Triângulo; e a Yara Fertilizantes, envolvendo R$ 2,2 bilhoes de investimentos e que deverá contar com 740 trabalhadores, em Serra do Salitre, no Alto Paranaíba.

Além dos projetos da indústria,  destacam-se investimentos de empresas do comércio eletrônico, como a multinacional Amazon. A empresa anunciou, em novembro do ano passado, a maior expansão que definiu no Brasil, com a abertura de novos centros de distribuição em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Distrito Federal (Santa Maria) e Rio Grande do Sul (Nova Santa Rita). Serão oito centrais de armazenamento e despacho de produtos no país.

Atacado Assaí terá a terceira loja em Minas, completando 186 unidades em 22 estados e no Distrito Federal(foto: Supermercados Assaí/Divulgação)
Atacado Assaí terá a terceira loja em Minas, completando 186 unidades em 22 estados e no Distrito Federal (foto: Supermercados Assaí/Divulgação)

Supermercados surfam na onda da expansão

Considerados atividade essencial desde o começo da pandemia de COVID-19, os supermercados não enfrentaram, como outros setores, tantas restrições por causa do distanciamento social como medida para deter o coronavírus, a não ser a redução de horário de funcionamento, combinada à limitação de pessoas dentro das lojas.

Contudo, a pandemia não impediu o aquecimento vivido pelo setor em Minas. No ano passado, as redes de supermercados abriram 69 unidades e geraram 7.266 postos de trabalho, totalizando 7.383 lojas e 212.747 empregos no território mineiro.

Os investimentos do setor em novas lojas, reformas e adequações chegaram a R$ 660,8 milhões, de acordo com a Associação Mineira de Supermercados (Amis). Com as recomendações para as pessoas ficarem em casa para evitar a propagação do vírus, muitas pessoas deixaram de ir a bares e restaurantes – cujo funcionamento ficou restrito.

Por outro lado, aumentaram as compras nos supermercados. Prova disso é que, segundo a Amis, o setor supermercadista mineiro teve crescimento de 10,97% nas vendas e apurou faturamento de R$ 41,39 bilhões.

Neste ano, a expansão continua.  O presidente-executivo da Amis, Antônio Claret Nametala, diz que a entidade projetou a abertura de 70 novas lojas em 2021, com recursos da ordem de R$ 720 milhões e a geração de 7,3 mil vagas.

“Porém, essas projeções foram feitas considerando-se um cenário já livre da pandemia. Como veio a segunda onda da COVID-19, o momento é de incertezas quanto a esses números. Mas o setor continua investindo, apesar das dificuldades”, pondera Claret Nametala. 

Ele salienta que, assim como outros segmentos, os supermercados têm enfrentado muitos desafios, entre eles o próprio suprimento das famílias em plena crise sanitária e a adoção das medidas de prevenção para diminuir os riscos de transmissão do coronavírus nas lojas. Ele também reclama que as margens de lucro do setor foram reduzidas.

“Os supermercados compõem um setor essencial no atendimento diário à população e essa essencialidade ficou ainda mais evidente durante a pandemia, quando muitos outros setores precisaram ficar fechados, e coube ao nosso segmento manter o papel de suprir as demandas diárias das famílias”, afirma.

Na avaliação dos supermercadistas, essa tarefa foi cumprida, mas os custos subiram para as empresas com as adequações aos protocolos sanitários e a elevação das cotações das commodities agrícolas, o que afetou os preços dos alimentos. “Dessa forma, os supermercados venderam mais, mas as margens foram reduzidas”, observou o presidente- executivo da Amis.

Entre os investimentos do setor está a expansão do Assaí Atacadista. A companhia decidiu abrir a terceira loja em Minas, instalada em Betim, na Grande BH. As outras duas unidades estão localizadas em Contagem, também na região metropolitana da capital, e em Uberlândia, no Triângulo. Presente em cinco regiões do país, com faturamento de R$ 39,4 bilhões por ano, o atacado mantém 186 lojas em 22 estados e no Distrito Federal. 


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