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Estado de Minas Consumo e crise

Carne e batata mais caras em BH


10/06/2021 04:00

Item típico do prato feito encareceu 5,67%, no 3º lugar entre vilões (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Item típico do prato feito encareceu 5,67%, no 3º lugar entre vilões (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Como na média nacional, a inflação oficial medida na Grande Belo Horizonte pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou aumentos das despesas com todos os nove grupos de produtos e serviços acompanhados pelo IBGE. O IPCA subiu mais na Região Metropolitana de BH, frente à média nacional, tanto nos primeiros quatro meses do ano, com alta de 3,44%, quanto no período acumulado dos últimos 12 meses, em que o custo de vida avançou 8,68%. O ranking dos 20 produtos e serviços que mais encareceram em maio na capital mineira e entorno foi liderado pelo etanol, com variação de 10,80%, seguido de produtos para a pele, cujos preços subiram 6,41%.

Na terceira posição ficou a batata-inglesa, com elevação de preços de 5,67%, também na média. Os dados do IBGE indicaram que os alimentos e bebidas não têm dado trégua ao consumidor. Além da batata, item típico do prato feito, os gastos com comida foram influenciados principalmente pelos reajustes aplicados aos preços das carnes (2,26%), do lanche (2,85%) e da refeição (0,51%). A pressão só não foi maior porque as quedas dos preços das frutas (-10,96%), tomate (-8,27%), hortaliças e verduras (-8,85%) contrabalançaram as altas de maio.

O IPCA surpreendeu analistas da economia, a exemplo de Étore Sanchez, economista-chefe da corretora Ativa Investimentos. “Nossa surpresa foi extremamente concentrada em combustíveis (gasolina e  etanol). Vale pontuar também a surpresa altista com alimentação fora do domicílio”, afirma. Variações inesperadas no IPCA têm sido sistemáticas, na avaliação de Sanchez e devem levar a uma revisão das projeções para o aumento do custo de vida neste ano.

Com o resultado do indicador na média nacional de maio, o custo de vida permanece bem acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central para 2021 que é de no máximo 5,25%. O centro da meta é de 3,75%, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.

O indicador oficial de inflação do mês passado mostrou, ainda, que o movimento de elevação dos preços não retrata o que os economistas chamam de pressão de demanda, ou seja, uma influência do consumo sobre o custo mais elevado dos produtos. Foi o que observou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O pesquisador destacou que embora haja um cenário de recuperação da economia, o país enfrenta desemprego elevado e a renda achatada.

“Não dá para falar em inflação de demanda não. Ainda temos um contexto de desemprego alto e renda comprimida”, ressaltou Kislanov. Em relação ao grupo de despesas com transporte, o pesquisador deu ênfase ao aumento de preços do transporte por aplicativo. (MV)



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