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Estado de Minas INVESTIMENTOS

Bancos devem conter juros na compra da casa própria, dizem especialistas

Expectativa no mercado imobiliário é de que sonho das famílias de comprar imóvel não será afetado por elevação da Taxa Básica de Juros


18/05/2021 04:00 - atualizado 18/05/2021 07:25

(foto: PIXABAY)
(foto: PIXABAY)

Brasília – Desde 2016, o Banco Central (BC) iniciou uma série de cortes da Taxa Básica de Juros (Selic, que remunera os títulos do governo no mercado financeiro e serve de referência para as operações nos bancos e no comércio). Ela baixou de 14,25% ao ano, naquela época, ao menor patamar da história do indicador, de 2%, em agosto do ano passado.

As mudanças, embora durante a pandemia de COVID-19, aqueceram o mercado imobiliário e aumentaram as chances de quem deseja comprar imóveis. No entanto, pela segunda vez seguida, recentemente, a autoridade monetária elevou os juros, agora de 2,75% para 3,5% ao ano. Analistas do mercado financeiro acreditam que a taxa pode chegar a 5,5% no fim de 2021.

A elevação da Taxa Selic, que, aparentemente, representa um empecilho, não vai afetar o sonho da casa própria, de acordo com especialistas no setor imobiliário. Por enquanto, o comprador pode ficar tranquilo, porque a expectativa é de que os bancos não repassem os juros ao consumidor.

“As perspectivas são de que não haverá aumento nos juros do financiamento no médio e longos prazos. Prevemos estabilidade porque as taxas já estão em patamares muito altos. Mesmo se chegarem a 5,5%, ainda estarão abaixo dos padrões praticados pelo Brasil em passado recente”, informa Eduardo Aroeira, presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF).

Aroeira lembra que há várias modalidades de crédito, como o pré-fixado (que não tem impacto com as alterações da Selic), atrelado à poupança (pode ter leve oscilação) e o tradicional, com parcelas fixas, que também não se altera. “Ou seja, o momento para comprar imóvel continua favorável”, afirma o presidente da Ademi-DF.

Marcus Araújo, fundador da Datastore, empresa especializada em pesquisas de demanda para o setor imobiliário, assinala que o aumento dos juros já era esperado. O Índice de Intenção de Compra por Imóveis Residenciais dos brasileiros, indicador criado pela Datastore, mostra que, em todas as faixa de renda, de R$ 1,5 mil mensais às grandes fortunas, o total de 14,250 milhões de grupos, ou 28,08% de todas as famílias no país, está interessado em comprar imóveis em até 24 meses.

“Essa é a maior demanda imobiliária do século 21 e avança pelo quinto mês consecutivo. Esse índice vem crescendo desde julho de 2020 e não para de subir. Em julho, nós tínhamos 11 milhões. Agora, já aumentamos em torno de 5 milhões de famílias”, destaca Marcus Araújo. Por isso, segundo ele, o mercado precisava ser regulado com juros mais altos. “Nós não temos registro de uma quantidade tão grande de famílias interessadas em adquirir imóveis”, afirma o fundador da Datastore.

Cesar Durão Terral, sócio-executivo da Terral Incorporadora, reforça que tanto o tomador de crédito para financiamento de imóveis quanto o que quer financiar a produção estão em vantagem, já que a Selic se mantém abaixo de dois dígitos. “O mercado imobiliário ainda tem muito espaço para crescer. E é importante destacar que o que leva a crer que o consumidor final não será afetado pela decisão do BC é que o custo do dinheiro no Brasil continua nas alturas e o spread também (diferença entre a taxa de juros cobrada pelos bancos e a que remunera o aplicador), além da grande competição entre os bancos”, disse Terral.

Crescimento

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) considera acertada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a Selic de 2,75% a 3,5% ao ano. Para a entidade, é uma medida técnica para incentivar o crescimento econômico no longo prazo e controlar a inflação, que acumula alta de 6,17% nos últimos 12 meses, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Mesmo com o aumento da Selic, os juros reais seguem negativos em 2,6%, mantendo a atratividade do mercado imobiliário para o investidor e para o consumidor final”, analisa a associação.

De acordo com a Abrainc, o volume de financiamentos do setor deve seguir em um ritmo forte, com base no avanço já constatado nas contratações de crédito, que foi de 112% no primeiro trimestre deste ano. “Os juros seguem em patamares baixos e, mesmo com essa ligeira variação, o mercado imobiliário segue atrativo”, comenta Luiz França, presidente da Abrainc. O executivo reforça que as boas condições para aquisição da casa própria permanecem, assim como o interesse de quem pretende investir no setor.



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