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BC eleva taxa básica de juros para 3,5%


06/05/2021 04:00

Decisão do Banco Central é a segunda consecutiva e analistas já projetam elevação para 5% até o fim deste ano (foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil - 13/4/20)
Decisão do Banco Central é a segunda consecutiva e analistas já projetam elevação para 5% até o fim deste ano (foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil - 13/4/20)

Em meio à segunda onda da pandemia de COVID-19 no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, elevou ontem a taxa básica da economia (Selic), de 2,75% para 3,50% ao ano. A decisão foi unânime. Para a próxima reunião, prevista para os dias 15 e 16 de junho, o comitê sinalizou que vai manter o ritmo de alta da Selic, pois informou no comunicado que “antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude”. “O Copom ressalta que essa visão continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, destacou a nota da autoridade monetária.

A alta de 0,75 ponto percentual na taxa básica era esperada pelo mercado e dá continuidade ao novo ciclo de alta dos juros básicos iniciado na última reunião do colegiado, em 17 de março. Pelas projeções dos analistas, a Selic deve encerrar 2021 em 5,50% ao ano, conforme dados do boletim Focus, do BC. Há quatro semanas, as previsões estavam em 5%.

No comunicado, o Comitê reiterou a necessidade de o governo persistir na agenda de reformas e ajustes necessários na economia brasileira. Segundo a nota, isso é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. “O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia”, acrescentou.

Esse foi o segundo aumento consecutivo dos juros, na esteira da alta recente da inflação. Com isso, o Brasil voltou a registrar uma das maiores taxas de juros reais (descontada a inflação) do mundo. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em 1,60% ao ano. O país tem o terceiro juro real mais alto do planeta, considerando as 40 economias mais relevantes. Atualmente, o País só registra taxa real inferior às de Turquia (6,84%) e Indonésia (1,66%). Dos 40 países avaliados, 33 mantém atualmente juros reais negativos, em um ambiente econômico ainda pressionado pela pandemia.

No caso do Brasil, a alta recente de juros está ligada às preocupações do Banco Central com o avanço da inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do país –  fechou março com elevação de 6,10% no acumulado de 12 meses. Os preços de combustíveis e alimentos seguem afetando o índice. Em documento divulgado ontem, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário básico, que utiliza câmbio variando conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC) e juros do Relatório de Mercado Focus, o BC alterou a projeção do IPCA de 2021 de 5% para 5,1%. No caso de 2022, a expectativa foi de 3,5% para 3,4%. O centro da meta de inflação perseguida pelo BC este ano é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).


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