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Estado de Minas

Economia dos EUA desaba

PIB teve queda de 4,8% no primeiro trimestre. Retração mais aguda desde 2008 põe fim ao mais longo período de expansão


postado em 30/04/2020 04:00 / atualizado em 29/04/2020 23:21

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse ontem que os empréstimos ajudam a dar confiança ao mercado (foto: Eric Baradat/AFP %u2013 3/3/20)
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse ontem que os empréstimos ajudam a dar confiança ao mercado (foto: Eric Baradat/AFP %u2013 3/3/20)

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou contração de 4,8% no primeiro trimestre, a queda mais expressiva desde a Grande Recessão da década passada, segundo as primeiras estimativas em ritmo anual publicadas pelo Departamento do Comércio. No período, o dano provocado pela COVID-19 ficou restrito principalmente ao fim de março e, mesmo assim, os dados mostram um impacto brutal, uma situação que a economia americana não registrava desde o quarto trimestre de 2008.
 
A medição utilizada nos Estados Unidos compara um trimestre com o precedente e faz uma projeção sobre a evolução no ano, se o ritmo de crescimento for mantido. O Departamento do Comércio advertiu que “nem todos os efeitos econômicos da pandemia de COVID-19 podem ser quantificados na estimativa do PIB para o primeiro trimestre de 2020”. A contração aguda reflete a paralisação das atividades nas últimas duas semanas de março, quando milhões de americanos perderam seus empregos em consequência das medidas para tentar conter o vírus. “A queda do PIB no primeiro trimestre foi, em parte, devido à resposta para conter a COVID-19”, explicou o Departamento.
 
No comunicado, aponta que “isso levou a mudanças repentinas na demanda, à medida que empresas e escolas passaram para um funcionamento remoto ou cancelaram operações, enquanto os consumidores cancelaram, restringiram ou redirecionaram suas despesas”. “A recessão global pelo coronavírus atingiu a economia americana com uma força tremenda, encerrando 10 anos de crescimento sustentável”, afirma uma nota da Oxford Economics.
 
Estados Unidos lideram a lista de países com mais vítimas fatais da COVID-19, com mais de 58 mil mortes. Esses dados mostram um forte golpe em relação ao último trimestre de 2019, quando a economia cresceu 2,1% e os analistas estavam mais concentrados nos possíveis efeitos das políticas comerciais de Donald Trump. O consultor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, havia alertado à CNN que esses dados do primeiro trimestre provavelmente mostrariam “a ponta do iceberg”.
 
No primeiro trimestre, o consumo caiu 7,6%, disse o Departamento de Comércio, que explicou que vários setores foram afetados. A radiografia desse período também mostra que as pessoas viajaram menos e as importações caíram. Os analistas projetam um impacto mais profundo no segundo trimestre, com uma contração que pode atingir dois dígitos, mostrando os efeitos das semanas mais difíceis de confinamento. “Esses dados mostram apenas a tempestade antes do furacão no segundo trimestre”, disse Ian Shepherdson, da Pantheon Macroeonomics. O Departamento de Comércio indicou que um segundo relatório preliminar com dados mais completos será publicado em 28 de maio.

Taxa de juros Com a economia sofrendo impactos severos a pandemia do novo coronavírus, os integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) decidiram ontem, por unanimidade, manter a taxa dos Fed funds na faixa entre 0% e 0,25% ao ano. O Fed também decidiu manter a taxa de desconto em 0,25% e a taxa de juros sobre excesso de reservas (IOER, na sigla em inglês) em 0,10%.O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que os gastos dos consumidores não serão recuperados em relação aos níveis registrados antes da pandemia do coronavírus até que seja retomada a confiança deles e dos empresários. “Esperamos até haver bastante confiança de que a economia está no caminho.” De acordo com Powell, o Fed não está com nenhuma pressa para voltar a subir os juros ou reduzir as medidas de estimulo monetário para tornar as condições de crédito nos EUA menos restritivas. “Nossos empréstimos ajudam não apenas em si, mas ao dar confiança ao mercado”, afirmou Powell.
 
Desemprego Para Jerome Powell, a taxa de desemprego nos Estados Unidos chegará a “um nível alto no segundo trimestre” deste ano, mas é incerto qual será este patamar. Nas últimas cinco semanas, 26,45 milhões de pessoas perderam o emprego no país devido à pandemia do coronavírus. “Quando os gastos dos consumidores voltarem, as pessoas serão de novo contratadas”, apontou Powell. Ele destacou que o Fed quer que os cidadãos que ficaram sem ocupação por causa da covid-19 voltem ao trabalho o mais rápido possível.
 
Mas o presidente do Fed ressaltou que a taxa de desemprego não voltará no futuro próximo a níveis historicamente baixos. O indicador estava em 3,5% em fevereiro e atingiu 4,4% em março. “O choque atual é extraordinário, nada parecido com o que ocorreu na minha vida”, definiu. Ele fez os comentários em entrevista coletiva virtual, após a decisão do Fed de manter as taxas de juros estáveis.


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