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Estado de Minas COVID-19

Ajuste vai de adaptações internas a férias coletivas

Fiat adota medidas para respeitar distanciamento de 2 metros entre os empregados da produção, e reforça higienização, assim como a Ambev. Minerva paralisa frigoríficos


postado em 18/03/2020 04:00

 Viagens de empregados da Embraer foram limitadas e a empresa também adotou o teletrabalho (foto: Embraer/Divulgação %u2013 11/7/18)
Viagens de empregados da Embraer foram limitadas e a empresa também adotou o teletrabalho (foto: Embraer/Divulgação %u2013 11/7/18)

A pandemia do novo coronavírus tem alterado a dinâmica de trabalho de grandes empresas com polos de produção em Minas Gerais. As medidas chegaram ao chamado chão de fábrica e vão de adaptações estabelecendo distância mínima de dois metros entre os empregados durante o exercício das atividades diárias, até a concessão de férias coletivas aos empregados.
 
A linha de montagem da Fiat Automóveis, em Betim, na Grande Belo Horizonte, segue normal, com a produção de 1.500 carros por dia, informou a montadora italiana por meio de sua assessoria de imprensa, mas incorporou mudanças. A empresa se reorganizou para respeitar a distância mínima de dois metros entre os trabalhadores ao longo da jornada, inclusive na linha de produção.
 
Nos refeitórios da planta industrial, a capacidade de assentos foi reduzida à metade e eles foram redistribuídos para permitir o distanciamento adequado dos empregados. Houve também ampliação do horário de atendimento aos empregados para evitar filas e concentração.
 
Em nota, a Fiat Chrysler, proprietária da marca, anunciou a intensificação dos procedimentos de limpeza das áreas comuns da empresa e, também, que disponibilizou aos colaboradores postos onde é possível higienizar as mãos com álcool em gel. Enquanto isso, os setores administrativos da multinacional adotaram a prática do home office.
 
Alvo de um comunicado falso que circulou ontem nas redes sociais e dizia que suas atividades seriam suspensas por 15 dias, a cervejaria Ambev permanece com as linhas de produção em funcionamento. Assim como a Fiat, medidas de prevenção e higiene foram adotadas. Funcionários que dão expediente nos escritórios da cervejaria podem fazer teletrabalho e as viagens nacionais e internacionais estão restritas.
 
Ainda ontem, o frigorífico Minerva anunciou que concederá férias coletivas de até 20 dias, a partir do dia 23, a empregados de quatro das suas 10 fábricas no país, em razão da pandemia do coronavírus. Serão paralisadas as fábricas de Janaúba, no Norte de Minas, José Bonifácio (SP), e duas unidades em Mato Grosso: Mirassol D'Oeste e Paranatinga.
 
Comunicado emitido pelo grupo destaca que uma das medidas preventivas adotadas desde segunda-feira é o regime de trabalho home office para parcela do quadro de funcionários das áreas administrativas, dos escritórios corporativos de São Paulo e de Barretos (SP). A partir de amanhã, o JBS, maior produtor global de proteína animal, vai conceder férias coletivas de 20 dias para empregados de cinco das 37 fábricas que a companhia tem no Brasil. O setor de carne está em alerta, diante do fechamento do mercado europeu e da forte queda da demanda na Ásia, que deverão elevar a oferta de carne dos frigoríficos e, por consequência, reduzir os preços da commodity.
 
Quarentena A Embraer, por sua vez, suspenderá as viagens aéreas domésticas e internacionais previstas de todos os funcionários da companhia em função do avanço da doença respiratória. A companhia, uma das maiores fabricantes de aviões, destacou que serão consideradas exceções as viagens críticas ao negócio.
 
Aqueles trabalhadores que estão em viagem, neste momento, foram orientados a consultar um médico no retorno ao país. A quarentena é obrigatória para funcionários que mantiveram contato com pacientes, cujos examos tenham testado positivo para a COVID-19.
 
A companhia informou também que está estimulando o trabalho remoto para aqueles empregados que têm essa possibilidade. “Funcionários com 60 anos ou mais, mulheres grávidas e colaboradores que estão recebendo tratamento médico também estão sendo mais fortemente aconselhados a trabalhar em casa até novas orientações”, informou a Embraer. Os possíveis impactos na linha de produção não foram mencionados. (Com agências)

Gol corta voos internacionais

A companhia aérea Gol vai suspender voos para o exterior até 30 de junho. A medida, segundo a empresa, visa a adequar suas operações ao novo cenário de demandas por transporte aéreo em meio à pandemia de coronavírus.
 
A empresa afirma ainda que está acatando as restrições de viagem impostas pelas autoridades dos países nos quais opera, na América do Sul, América Central e Caribe, além de recomendações das autoridades dos Estados Unidos.
 
As operações no mercado doméstico também serão reduzidas. A previsão é de corte de 50% a 60% da malha aérea percorrida pela Gol. Ao todo, entre operações nacionais e internacionais, a companhia espera diminuir entre 60% e 70% suas operações até meados de junho.
 
“A Gol acompanha de perto as recomendações dos órgãos responsáveis não só com relação à saúde e bem-estar de quem a escolhe para voar, mas também ligadas à flexibilização das políticas de remarcação e cancelamento de viagens nacionais e internacionais”, afirma a companhia em nota.

Volkswagen suspenderá produção em SP

Em razão da pandemia do coronavírus, que se espalha rapidamente no país, a Volkswagen informou aos sindicatos de metalúrgicos nesta semana a intenção de suspender toda a produção das quatro fábricas da companhia no país por 10 dias a partir do dia 31. As quatro unidades da marca alemã em São Bernardo do Campo, São Carlos e Taubaté, em São Paulo, e a de São José dos Pinhais, no Paraná, empregam cerca de 15 mil trabalhadores, incluindo os setores administrativo e as linhas de montagem. A decisão ainda será confirmada nos próximos dias.
 
O grupo também anunciou ontem na Europa que vai fechar a maioria das fábricas na região por duas a três semanas. “A produção será interrompida em nossas fábricas da Espanha, Setúbal, em Portugal; a de Bratislava, na Eslováquia e nas fábricas italianas de Lamborghini e Ducati antes do fim de semana”, disse o presidente do grupo, Herbert Diess.
 
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) tem se reunido diariamente com representantes das empresas associadas para discutir ações conjuntas para enfrentar o surto da COVID-19. Segundo fontes do mercado, uma das propostas, que ainda não é consenso, seria o fechamento de várias fábricas no mesmo período. O setor emprega ao todo mais de 125 mil trabalhadores.
 
O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, disse, no início do mês, que havia riscos de acabarem os estoques de componentes importados da China no fim deste mês ou início de abril. O fechamento de fábricas pode ocorrer também devido a esse desabastecimento.

Proposta de paralisação

O Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas deve apresentar hoje às empresas do polo industrial proposta para que a produção seja paralisada durante os próximos 15 dias, com as opções de antecipação de férias coletivas ou adoção de licenças remuneradas. O presidente do sindicato, João Alves de Almeida, informou que a medida tem por objetivo proteger os trabalhadores do avanço do coronavírus em Minas Gerais, garantindo prazo de negociação com a entidade para que não haja prejuízo aos empregados. A proposta será entregue por e-mail às mais de 500 indústrias da região, que empregam cerca de 18 mil metalúrgicos.


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