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Estado de Minas CORONAVÍRUS

Bolsa se recupera e sobe 2,36%. Dólar vai a R$ 4,486

Mercado financeiro tem dia de oscilação com avanço do número de infectados com novo vírus. OCDE corta em 0,5 ponto o crescimento da economia global por causa da doença


postado em 03/03/2020 04:00

Mercado de ações nos Estados Unidos teve forte alta ontem, influenciando avanço na bolsa brasileira, que fechou aos 106,62 mil pontos(foto: Spencer Platt/afp)
Mercado de ações nos Estados Unidos teve forte alta ontem, influenciando avanço na bolsa brasileira, que fechou aos 106,62 mil pontos (foto: Spencer Platt/afp)

 
Em meio ao receio de uma recessão global provocada pelo novo coronavírus, o dólar subiu e voltou a bater recorde nominal desde a criação do real. O euro superou a barreira de R$ 5 pela primeira vez, mas recuou no fim do dia. A bolsa, no entanto, subiu pela segunda sessão seguida. O mercado de ações teve um dia de recuperação. Em alta, o índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou o dia aos 106.625 pontos, com alta de 2,36%. O indicador alternou altas e baixas durante a manhã, mas consolidou os ganhos durante a tarde. Na sexta-feira, o Ibovespa chegou a operar abaixo de 100 mil pontos por alguns minutos.
 
A Bolsa de Nova York teve uma alta espetacular ontem, após uma semana de fortes perdas, graças à expectativa envolvendo ações de apoio à economia por parte dos Bancos Centrais devido ao impacto do novo coronavírus. O Dow Jones Industrial Average avançou 5,09%, a 26.703,32 pontos, e o índice tecnológico Nasdaq ganhou 4,49%, a 8.952,17 unidades. O indicador S&P 500 das maiores empresas de Wall Street subiu 4,60%, a 3.090,23, após a pior semana da Bolsa americana desde 2008 nos Estados Unidos.

Os investidores esperam algum “anúncio sobre uma possível ação coordenada” dos Bancos Centrais “após um conferência por telefone prevista para a terça-feira”, disse Karl Haeling, da LBBW. Os ministros da Economia e presidentes dos Bancos Centrais dos países-membros do G7 farão uma conferência para coordenar ações diante da epidemia do novo coronavírus, informou ontem o departamento americano do Tesouro à AFP. O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, “dirigirão a conferência por telefone com seus pares do G7 na manhã de terça-feira” em Washington, revelou um porta-voz. Uma reunião semelhante do Eurogrupo está prevista para amanhã. O novo coronavírus já atinge 69 países e territórios, levando ao fechamento de fábricas, cortes na produção e cancel
 
Em alta pela nona sessão seguida, o dólar comercial encerrou o dia a R$ 4,486, com alta de R$ 0,005 (+0,13%). A cotação oscilou bastante ao longo da sessão. Na máxima do dia, por volta das 11h50, a cotação chegou a R$ 4,502. A divisa chegou a cair para R$ 4,475 durante boa parte da tarde, mas voltou a superar os R$ 4,48 na última hora de negociação. Desde o começo do ano, o dólar acumula valorização de 11,81%. O euro comercial também fechou com recorde. Depois de ultrapassar os R$ 5 várias vezes ao longo do dia, a divisa encerrou a segunda-feira vendida a R$ 4,996, com alta de R$ 0,056 ( 1,12%).
 
O Banco Central (BC) amenizou as intervenções no câmbio. Diferentemente dos últimos dias, a autoridade monetária não leiloou novos contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro. O BC apenas rolou (renovou) R$ 650 milhões de contratos de swap que venceriam em abril.
 
Nas últimas semanas, o mercado financeiro em todo o mundo tem atravessado turbulências em meio ao receio do impacto do coronavírus sobre a economia global. Com as principais cadeias internacionais de produção afetadas por causa da interrupção da atividade industrial na China, indústrias de diversos países, inclusive do Brasil, sofrem com a falta de matéria-prima para fabricar e montar produtos.
 
A desaceleração da China, segunda maior economia do planeta, também pode fazer o país asiático consumir menos insumos, minérios e produtos agropecuários brasileiros. Uma eventual redução das exportações para o principal parceiro comercial do Brasil reduz a entrada de dólares, pressionando a cotação.
 
Entre os fatores domésticos que têm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima.

Crescimento menor A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu na manhã de ontem sua previsão para o crescimento global em 2020 em 0,5 ponto percentual, de 2,9% para 2,4%, de olho nos impactos econômicos do coronavírus. Este é o nível mais baixo desde 2009. Para a entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial pode ser até mesmo negativo no primeiro trimestre deste ano e cair para 1,5% em 2020, caso a epidemia se agrave. “Os governos precisam agir com rapidez e força para superar o coronavírus e seu impacto econômico”, defende a OCDE.
Para 2021, porém, a projeção de crescimento global foi elevada de 3,0% para 3,3%. “As contrações na produção na China (epicentro da epidemia) estão sendo sentidas em todo o mundo, refletindo o papel fundamental e crescente do país asiático nos mercados globais de cadeias de suprimentos, viagens e commodities”, argumenta a instituição, que também cortou sua previsão de crescimento da China em 2020 de 5,7% para 4,9%.
 
Para os Estados Unidos, a OCDE vê um impacto mais limitado, ainda que tenha reduzido suas projeções de crescimento do PIB de 2% para 1,9% em 2020. A OCDE destacou ainda que a economia global tornou-se mais conectada com a China em relação a 2003, quando o surto de SARS também impactou os mercados. “A China desempenha um papel muito maior nos mercados globais de produção, comércio, turismo e commodities. Isso amplia as repercussões econômicas para outros países”, diz a entidade, que projeta um grande impacto negativo sobre Japão, Coreia do Sul e Austrália.
 
Entre as medidas para a contenção dos impactos econômicos do coronavírus, a OCDE destaca a necessidade de se apoiar as economias de baixa renda e aumentar os estímulos fiscais, além de relaxamentos monetários em países com espaço para tal. Entre eles, a entidade destaca o Brasil.

Impactos no Brasil A OCDE falou também que o Brasil tem espaço para relaxar ainda mais sua política monetária, como forma de conter os impactos econômicos do surto de coronavírus. A entidade, contudo, por mais que preveja impactos negativos da epidemia sobre países exportadores de commodities, manteve sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 1,7% em 2020.
 
“Os ventos contrários adicionais e a incerteza relacionados ao surto de coronavírus tornam essencial que as políticas monetárias continuem favoráveis em todas as economias”, afirma a entidade. “Estímulos monetários ajudarão a economia a restaurar a confiança, embora o impacto de recentes e esperadas mudanças nas taxas de juros de países desenvolvidos deve ser modesta.” Em meio ao cenário desfavorável, a OCDE também defende a necessidade de uma política fiscal rígida em países emergentes, citando Brasil e Índia, mas destaca que programas de assistência a grupos sociais de baixa renda devem ser garantidos e apoiados por investimentos.


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