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Estado de Minas FÓRUM DE DAVOS

Governo vai se abrir para comprar de estrangeiras

Ministro da Economia anuncia adesão a acordo entre países para aquisições. Para ele, com empresas de outras nações reduz-se risco de corrupção nos negócios públicos


postado em 22/01/2020 04:00 / atualizado em 22/01/2020 07:42

Paulo Guedes, ministro da Economia:
Paulo Guedes, ministro da Economia: "O Brasil está querendo entrar para a primeira liga, para a primeira divisão de melhores práticas. Isso realmente é um ataque frontal à corrupção" (foto: Fábio Rodrigues Pozzebon/ABR )

O Brasil vai aderir ao acordo de compras governamentais do qual fazem parte países da Europa, Estados Unidos, China e Japão, entre outros. O anúncio foi feito ontem, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a jornalistas brasileiros durante o Fórum Econômico Mundial 2020, em Davos. “Agora passamos a admitir empresas de fora para todas as compras que a gente fizer, (será) um tratamento isonômico”, explicou ele.
 
Segundo Guedes, a adesão faz parte de uma das promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro, de atacar a corrupção. “O Brasil está querendo entrar para a primeira liga, para a primeira divisão de melhores práticas. Isso realmente é um ataque frontal à corrupção”, argumentou. “Um tema importante na campanha de Bolsonaro era acabar com a corrupção, e sabemos que boa parte da corrupção foi permitida realmente em coisas de governo: empreiteiras, obras governamentais, coisas desse tipo”, citou.
 
O ministro foi questionado se a decisão, por outro lado, não impediria a promoção de políticas industriais e disse que é preciso “saber o que você quer”. “Você quer ter as melhores práticas, receber os maiores fluxos de investimentos, se integrar às cadeias globais de negócio ou continuar sendo o que disse durante a campanha: 200 milhões de trouxas servindo a seis empreiteiras, seis bancos... Não! O Brasil não pode ser uma fábrica de bilionários às custas de seus consumidores. É isso o que o Brasil é”, disparou.
 
Guedes disse ainda que o Brasil quer mais crescimento, competição, melhores oportunidades e se livrar de corrupção. “O PA são as melhores práticas, e quando o governo comprar alguma coisa entra todo mundo. Não dá para fazer aqueles acordos de campanha: eu ajudo a te eleger e depois você me dá recursos públicos”, afirmou. Questionado por uma jornalista francesa sobre se era muito difícil fazer reformas no Brasil, Guedes respondeu que “é muito”. “Mas o Congresso está trabalhando”, continuou.
 
Um dos trunfos do ministro no evento de Davos é o de ter aprovado a reforma da Previdência. Na edição do ano passado, o ministro disse que iria para Londres algumas semanas depois, viagem que nunca ocorreu neste primeiro ano de governo. Quando cobrado sobre a ida à Inglaterra, ele brincou: “É que eu achei que ia aprovar a reforma da Previdência em apenas seis dias...”

Crescimento Guedes, afirmou ainda que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 2,5% em 2020 – acima da última revisão realizada pela sua pasta, que projeta alta de 2,4% para a economia. A estimativa foi feita durante o painel “Perspectiva Estratégica – América Latina” do Fórum Econômico Mundial. Ele comparou a economia brasileira com uma “grande baleia, de dimensões continentais” e disse que o governo está “removendo os arpões que travavam o crescimento” do país, citando o descontrole fiscal. Com o controle dos gastos, disse, o Brasil está mudando seu mix econômico e vai aumentar a participação do setor privado na economia. “O mix sempre foi com o lado fiscal solto e o monetário preso e, agora, é com o lado fiscal preso e o monetário, solto”, afirmou.
 
Ele comemorou a aprovação da reforma da Previdência que, disse, teve aprovação da população e atacou frontalmente os privilégios do funcionalismo público. “Não apenas o governo estava gastando muito, como era um gasto de baixa qualidade”, pontuou, afirmando que “ao contrário de países como a França, a reforma teve apoio popular”.
 
Segundo o ministro, agora a prioridade deve ser aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos gatilhos emergenciais, garantindo aos governos regionais e ao governo federal a possibilidade de congelar a folha de pagamentos dos seus funcionários, bem como desacelerar a taxa de crescimento do débito. “Atacamos a Previdência, atacamos os pagamentos de juros na dívida pública e, agora, a folha de pagamentos”, afirmou.

Encontros Representante brasileiro no Fórum de Davos,  Guedes, terá conversas com presidentes de multinacionais, fundos de pensão e um encontro com o ministro das Finanças suíço no segundo dia do evento. O ministro também participa de painéis sobre industrialização e sobre América Latina.
O ministro começou o dia de ontem se reunindo com o professor Klaus Schwab, criador do Fórum Econômico Mundial. Em seguida, participou do painel Formando o Futuro da Manufatura Avançada, que discutirá os avanços tecnológicos na indústria. Ainda pela manhã, Guedes se reuniucom o presidente do Grupo UBS (conglomerado financeiro da Suíça), Axel Weber, e com o presidente e diretor jurídico da Microsoft, Brad Smith. O ministro participou também de um almoço privado com representantes do banco Itaú–Unibanco, onde fez uma apresentação.
 
À tarde, depois de participar do painel Perspectivas Estratégicas: América Latina, Guedes se reúniu com os ministros das Finanças da Suíça, Ueli Maurer, e de Assuntos Econômicos e Educação, Guy Parmelin. De lá, o ministro encontra-se com Mark Machin, presidente e diretor-executivo (CEO) do fundo de pensão Canadian Pension Investment Board.
 
O ministro encerrou a tarde com mais três encontros com representantes de multinacionais. Ele conversou com o presidente da administradora de sistemas de pagamento Visa, Ryan McInerney; com o CEO global da siderúrgica indiana Arcelor Mittal, Lakshmi Mittal; e com o presidente e CEO da montadora Chevron, Mike Wirth. O segundo dia do ministro em Davos terminou um jantar oferecido pelo professor Klaus Schwab.
 
O Fórum Econômico Mundial começou segunda-feira em Davos, com uma solenidade de abertura. O evento segue até anmanha no resort suíço. Ainda não está definido se Guedes seguirá da Suíça para a Índia, para acompanhar a comitiva do presidente Jair Bolsonaro, que viajará ao país asiático neste fim de semana. Caso o ministro emende as duas viagens, o retorno a Brasília só está previsto para o dia 28.



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