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Estado de Minas CONSUMO

Aumento nos preços da carne salga a ceia de fim de ano

Comparação de preços feita pelo site Mercado Mineiro revela que pernil de porco, peru, chester e tender tiveram altas maiores do que em 2018


postado em 16/12/2019 04:00 / atualizado em 16/12/2019 17:49

O açougueiro Celso Miranda, de 53 anos, tenta contornar as reclamações dos clientes e prevê queda do preço da carne(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
O açougueiro Celso Miranda, de 53 anos, tenta contornar as reclamações dos clientes e prevê queda do preço da carne (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Os aumentos dos preços nos açougues, que têm surpreendido o consumidor e já alcançaram o frango e os cortes de porco, além do boi, contaminaram as carnes típicas das ceias de Natal e ano-novo. Na Grande Belo Horizonte, essas estrelas do almoço e do jantar da festa cristã – pernil de porco, chester, tender e peru – já estão mais caras na comparação com a mesma época do ano passado. Novo levantamento de preços feito pelo site de pesquisas Mercado Mineiro, a pedido do Estado de Minas, mostrou que as remarcações no varejo, de 2018 para este ano, ultrapassaram a alta recente da proteína e atingem impressionantes 89% no preço médio encontrado.
 
O percentual foi o maior observado na comparação do quilo do pernil suíno, que encareceu de R$ 8,88, na média, em dezembro do ano passado, para R$ 16,80 na pesquisa realizada no início deste mês. O levantamento de preços do Mercado Mineiro comparou os mesmos produtos em 55 estabelecimentos comerciais de Belo Horizonte e região metropolitana, incluindo açougues e frigoríficos, coletados em dezembro do ano passado e neste mês.
 
Os pesquisadores documentaram em fotos os dois momentos da despesa paga pelo consumidor, como destaca o diretor do site, Feliciano Abreu: em dezembro de 2018, o quilo do pernil suíno congelado era vendido, em oferta, a R$ 7,98 e, neste mês, o mesmo produto foi cotado a R$ 16,80 o quilo na prateleira do supermercado. Embora tenha se tratado de uma oferta usada como base de comparação em 2018, a diferença dos preços é difícil de ser compreendida pelo consumidor.
 
O comércio tem justificado o avanço dos preços da carne como resultado dos recordes que as exportações brasileiras bateram em outubro e novembro, devido à demanda crescente da China e do resto da Ásia, diante da peste suína que dizimou rebanhos na região. Como os preços da proteína são cotados no exterior, recebem o impacto dessas cotações. Outro fator é que, pelas leis da economia, se a oferta baixa, como consequência da elevação dos embarques ao mercado internacional, os preços tendem a subir também no mercado de consumo interno.
 
(foto: Mercado Mineiro/Divulgação)
(foto: Mercado Mineiro/Divulgação)
Os índices de inflação mostram também que os preços sobem, com a demanda maior motivada pelas festas de fim de ano. Os reajustes observados pelo Mercado Mineiro se descolam da inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 3,27% nos últimos 12 meses até novembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
Ainda com base na pesquisa do site Mercado Mineiro, o menor aumento de preço por quilo pago pelo consumidor que já comprou carne típica da ceia de Natal, neste ano, foi o encontrado para os preços do tender, de 13%. A carne custava R$ 39,98 o quilo, na média de dezembro do ano passado, e agora o quilo é oferecido a R$ 44,98.
 
“Se hoje a carne está valendo ouro, o leitão e o bezerro estão valendo diamante”, observou Feliciano Abreu, ao se referir à valorização dos animais no pasto, no momento da reposição deles para posterior engorda e abate. Se esse custo é alto, significa que os preços podem continuar elevados na ponta do varejo, para manter a remuneração do produtor. Uma queda, por sua vez, pode representar mais à frente prejuízo na fazenda.
 
"O brasileiro é muito criativo. Se não tiver uma coisa, dá um jeito de colocar outra para manter a comemoração de Natal" - Edmar Sena, de 60 anos, cuidador de idosos (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Na semana passada, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, afirmou que os preços da carne no varejo devem cair, mas pouco,  acomodando-se em níveis que não voltarão aos preços do início deste ano. Os pecuaristas reclamam, da mesma forma, da elevação dos custos com ração, que também acompanham a alta do dólar.

No mês passado, de acordo com balanço parcial da Faemg sobre o desempenho do agronegócio, a arroba do boi gordo chegou a ser negociada a R$ 230, representando recorde, e baixou a R$ 205 no começo deste mês. No início de 2019, o valor médio foi cotado a R$ 140. Os aumentos contaminaram os preços da carne de porco e do frango, que proporcionaram bom desempenho aos exportadores em 2019.

SUBSTITUIÇÃO


O brasileiro tenta não ficar refém do preço alto, mesmo em tempos difíceis, e busca uma maneira para contornar a situação. O cuidador de idosos Edmar Sena, de 60 anos, contou que substituiu principalmente a carne de boi e os cortes nobres de porco, para fugir dos maiores reajustes. “A gente escolhe outras partes menos nobres para ir mantendo o consumo de carne do jeito que era antes. O brasileiro é muito criativo. Se não tiver uma coisa, dá um jeito de colocar outra para manter a comemoração de Natal. Mas é claro que ela poderia ser melhor”, completou.
 
''Consumo de carne acabou. Agora é omelete. Infelizmente, não tenho condições de continuar comprando carne com o preço elevado assim'' - Margareth Aguiar, de 60 anos, aposentada(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
''Consumo de carne acabou. Agora é omelete. Infelizmente, não tenho condições de continuar comprando carne com o preço elevado assim'' - Margareth Aguiar, de 60 anos, aposentada (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
 
Um dos produtos mais procurados neste momento de elevados patamares de preços nas principais carnes é o ovo, que, por sua vez, encareceu. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esaq/USP, a alta percebida para o ovo tipo extra branco, já supera a registrada na quaresma. A aposentada Margareth Aguiar, de 60, troca a carne no almoço feito em casa pelos ovos. “O consumo de carne acabou. Agora é omelete. Infelizmente, não tenho condições de continuar comprando carne com o preço elevado assim”, destacou. O açougueiro Celso Miranda, de 53, tenta contornar as reclamações dos clientes e prevê queda do preço da carne. “Se realmente o preço cair, e creio que vai cair, vai melhorar bastante”, diz.
 

QUANTO CUSTA


Comparativo de preços por quilo em R$


Chester Perdigão
Preço médio
em dez/18 .........................14,92
Preço médio
em dez/19 ........................20,99
Aumento .............................41%

Peru Perdigão
Preço médio
em Dez/18 .........................14,88
Preço médio
em dez/19 .........................18,48
Aumento ............................24%

Tender Bolinha
Sadia
Preço médio
em dez/18 ........................39,98
Preço médio
em dez/19 .......................44,98
Aumento ............................13%


Pernil Suíno 
Sadia Congelado
Preço médio
em dez/18......................... 8,88
Preço médio
em Dez/19........................ 16,80
Aumento........................... 89%


Fonte: Mercado Mineiro

* Estagiário sob a supervisão da subeditora Marta Vieira


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