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Estado de Minas CARNE

Exportação de carne bate recorde, mas preço deve recuar pouco

Consumo chinês foi o principal responsável pelo desempenho da proteína bovina e entidade que representa o setor trabalha com projeção de novo crescimento em 2020


postado em 11/12/2019 04:00 / atualizado em 11/12/2019 08:35

Jorge Camardelli, presidente da Abiec, avalia que os preços da carne devem ter um ligeiro recuo em 2020 (foto: Abiec/DivulgaçãoAntônio)
Jorge Camardelli, presidente da Abiec, avalia que os preços da carne devem ter um ligeiro recuo em 2020 (foto: Abiec/DivulgaçãoAntônio)



São Paulo – Enquanto o brasileiro tem pensado em adiar os planos para o churrasco, o setor de carnes comemora o volume recorde de exportações em 2019: 1,83 milhão de toneladas, uma alta de 11,3% na comparação com o desempenho de 2018. Neste ano, o mercado internacional chegou à participação história de 25% do total produzido no país. Tradicionalmente, esse número varia entre 20% e 22% da produção de carne do Brasil. Os dados foram divulgados ontem pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que representa 31 empresas. Juntas, elas exportam 92% de todo o volume embarcado a partir do Brasil.

A previsão é que o faturamento com as exportações chegue a US$ 7,5 bilhões em 2019, o que representa um aumento de 13,3% em relação ao resultado do ano passado. A demanda chinesa, que se acentuou nos últimos meses, foi a principal responsável pelo crescimento e pela alta do preço do produto. Em 2018, o valor médio da tonelada foi de US$ 4 mil, enquanto neste ano chegou a US$ 4.073.

Mas a China, sem dúvida, foi quem puxou a fila do bom desempenho em 2019, ano em que o Brasil enviou a proteína animal para 154 países, como explica Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec. No acumulado entre janeiro e novembro, o Brasil exportou para o país asiático 410.444 toneladas – crescimento de 39,5% em relação ao registrado em igual período de 2018.
 
 
A projeção para o ano que vem é de que os volumes exportados avancem 13% e cheguem assim a 2,067 milhões de toneladas (foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
A projeção para o ano que vem é de que os volumes exportados avancem 13% e cheguem assim a 2,067 milhões de toneladas (foto: Renato Weil/EM/D.A Press)
 
Neste ano, a cada 100 quilos de carne brasileira embarcada para o exterior, 24,5 quilos foram destinados aos chineses. Já em receita, o aumento foi de 59,75%, chegando a US$ 2,171 bilhões. A alta se intensificou a partir de outubro e tem a ver, em parte, com o problema sanitário que atingiu a criação de suínos no país.

Apesar de a expansão ter sido forte em 2019, a expectativa para 2020 é que ainda haja crescimento das exportações de carne a partir do Brasil. Essa percepção vem do fato de o setor contar com a habilitação de novas plantas pela China e o fim de algumas restrições por parte de mercados como o Japão. A projeção para o ano que vem é que os volumes exportados avancem 13% e cheguem assim a 2,067 milhões de toneladas. Já o faturamento pode crescer 15%, com receita de US$ 8,5 bilhões.

Técnicos do Japão estiveram em missão no Brasil no mês passado para dar continuidade ao processo de avaliação da estrutura de produção local. O México habilitou recentemente algumas plantas brasileiras para a exportação de carne industrializada.

Camardelli acredita que também poderão vir boas notícias em 2020 a partir do Canadá e dos Estados Unidos, que devem enviar técnicos ainda no primeiro trimestre para inspecionar as mudanças feitas na vacinação dos animais brasileiros. Desde 2017, os governos dos dois países discutem depois de uma proibição à carne nacional, segundo os americanos, em função de abcessos causados pela vacinação contra febre aftosa.

Outra promessa é a Indonésia, com uma população maior que a do Brasil. O primeiro lote de carne bovina foi exportado no mês passado. Por isso, Camardelli prefere esperar para ver como esse novo mercado vai se comportar antes de cravar que os resultados poderão ser surpreendentes. A proteína nacional poderá ter espaço também no cardápio das Forças Armadas de alguns países, como Egito e Marrocos, onde a licitação ainda será feita.

Com esse cenário, Camardelli avalia que os preços, que aceleraram nos últimos meses por conta da demanda crescente da China, devem ter um ligeiro recuo em 2020. Mas isso não significa que a carne voltará a patamares do passado, adverte.

Apesar de admitir que o preço da carne no mercado interno deverá ficar acima do valor médio de 2019, o presidente da Abiec não acredita que há um risco de impacto no consumo. Para o representante do setor, com a expectativa de inflação baixa e da recuperação dos postos de trabalho, a perspectiva é que a proteína animal garanta seu lugar no prato do brasileiro. Camardelli citou o ex-ministro da Agricultura, Pratini de Moraes. “Ele dizia que quanto melhor a renda, mais carne é consumida, mais iogurte é comprado, e o impacto chega até o puxadinho feito na casa”.






Marfrig lança marca de hambúrguer
verde e vai vender para a China
 
 
 
A Marfrig Global Foods fez uma parceria com o Burger King, que colocou no cardápio de suas lanchonetes o hambúrguer de origem vegetal(foto: Thiago Brizola /NOVAPR/Divulgacão)
A Marfrig Global Foods fez uma parceria com o Burger King, que colocou no cardápio de suas lanchonetes o hambúrguer de origem vegetal (foto: Thiago Brizola /NOVAPR/Divulgacão)
 
 
Um dos movimentos que tem atraído o setor de carnes é o dos alimentos feitos a partir de plantas, ou plant based. Em agosto, a Marfrig Global Foods fez uma parceria com o Burger King, que colocou no cardápio de suas lanchonetes o hambúrguer de origem vegetal. A JBS também aderiu. Por meio da marca Seara, a companhia lançou na semana passada uma linha de proteína vegetal. Seu primeiro produto – também um hambúrguer, foi apresentado ao mercado quatro meses antes.

Ontem, a Marfrig, maior produtora de hambúrgueres do mundo, anunciou o lançamento da marca própria de hambúrgueres vegetais. A Revolution Burger será vendida no varejo e em redes de food service. As exportações vão começar em 2020 e terão como primeiro destino a China. Um dos parceiros da Marfrig nesta primeira fase será o Outback Steakhouse, que passará a oferecer em seu cardápio uma receita exclusiva do hambúrguer Revolution.

No início de outubro, em entrevista aos Diários Associados, Eduardo Miron, CEO da Marfrig Global Foods, falou sobre os planos para a área de plant based. "Essa tecnologia continuará avançando. Vale a pena analisar o que esse acordo (com a ADM) significa e onde pode nos levar. Estamos com uma combinação extremamente poderosa com a ADM, reconhecida pela parte de desenvolvimento, e com acesso a matérias-primas. Para a escala, isso é importante. A Marfrig entra no mercado de hambúrguer feito de plantas com sua capacidade global de produção e acesso aos melhores clientes. O inicio por meio do hambúrguer de planta é uma obvialidade. Mas não vamos parar aí”, declarou na ocasião.

Miron falou na época que acreditava no potencial de crescimento desses produtos. "Não só temos a capacidade de produzir no Brasil, mas de vender no varejo e aproveitar o potencial de exportação. Os nossos parceiros são extremamente fortes e o que alcançamos é resultado de estudos de vários anos. Até o fim do ano, vamos continuar explorando o produto hambúrguer feito com vegetais, que ainda é recente, para então pensar em atacar os canais de varejo e de exportação, mas ainda é cedo”, comentou o executivo.

"CARNE É CARNE" 

A nomenclatura dos produtos feitos a partir de plantas não é consenso. Para Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec, “carne é carne”, portanto, produtos de origem vegetal não devem adotar essa denominação. Apesar dessa ressalva, o representante da entidade aprova o movimento da indústria. "Tudo que der dinheiro tem validade. Há espaço para todo mundo, mas desde que sejam respeitadas as nomenclaturas".

Entidades como a Abiec e a Confederação Nacional da Agricultura têm se articulado junto ao Congresso Nacional e ao Ministério da Agricultura (Mapa) para que haja regras claras na denominação dos plant based. Camardelli dá mais exemplos. "Leite de soja não pode ter esse nome, porque leite é o que sai da vaca. Da mesma forma, o couro chamado de sintético”.
 
 
 




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