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Estado de Minas CONSUMO

País terá supersafra em 2020, mas os preços seguirão altos

Brasileiros não devem esperar alimentação mais barata em 2020, apesar da oferta recorde de grãos, como soja e milho, segundo o IBGE. A justificativa é o cenário incerto no exterior


postado em 11/12/2019 04:00 / atualizado em 11/12/2019 07:55

 Comércio de milho tende a ser afetado pela briga comercial dos EUA com a China e a demanda asiática (foto: Faemg/Divulgação %u2013 19/10/19)
Comércio de milho tende a ser afetado pela briga comercial dos EUA com a China e a demanda asiática (foto: Faemg/Divulgação %u2013 19/10/19)

A expectativa de mais uma safra recorde de grãos em 2020 não garante preços baixos dos alimentos, de acordo com Carlos Alfredo Guedes, analista da Coordenação de Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o pesquisador, os preços da soja e do milho, dois principais produtos brasileiros, dependerão de fatores externos, como a disputa entre Estados Unidos e China, e da demanda asiática por grãos.

A safra agrícola de 2020 deve alcançar recorde de 240,9 milhões de toneladas, 33,6 mil toneladas a mais que o desempenho do ano anterior. Os dados são do segundo Prognóstico para a Safra Agrícola, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representando  2,4 milhões de toneladas a mais que o previsto no primeiro prognóstico.

“O grande impacto é cada vez mais soja e milho. No caso da soja, depende muito do mercado internacional. Provavelmente, os preços da soja vão ficar aquecidos este ano, devido a essa queda grande (da safra) nos Estados Unidos. O mercado está esperando essa questão da disputa dos Estados Unidos e China, teve taxação de alguns produtos, e um deles foi a soja”, lembrou Guedes.

Quanto ao milho, o pesquisador observou que a exportação brasileira do grão mais que dobrou em 2019, passando de 19,3 milhões de toneladas de milho embarcado de janeiro a novembro de 2018 para 39,1 milhões de toneladas de janeiro a novembro último, aumento de 102,6%.

“Geralmente, quando a gente aumenta a cultura, o preço cai. Mas como a gente exportou muito, o preço se manteve atraente. Muitos produtores que tiveram prejuízo com a soja conseguiram recuperar com o milho segunda safra. Grande parte dessa explicação é a peste suína que dizimou o rebanho da China. Os países próximos à China aumentaram muito as importações de milho para produzir suíno e frango para o mercado chinês. E dólar (mais valorizado em relação ao real) também deixou mais barato comprar milho aqui dentro do que em outro país”, disse Guedes.

O pesquisador lembrou que os preços da soja e do milho influenciam diretamente os custos da produção de frango, suínos e carne bovina. “Enquanto a produção chinesa de suínos não se estabilizar novamente, não se recuperar, a gente deve estar exportando milho. Em torno de 70% do custo da ração do frango e suínos refere-se ao milho. A soja vai para a ração, mas em porcentual menor”, lembrou.

Recuos 

Com relação à área a ser colhida, houve expansão das previsões do IBGE para o algodão (6,4%), soja (1,8%), milho de 1ª safra (0,5%) e milho de 2ª safra (0,3%). Por outro lado, foram projetadas reduções de área para as culturas de feijão de 1ª safra, com recuo de 0,3%; e arroz, com queda de 2,1%.

A revisão da estimativa de produção de soja esperada para 2020 puxou a melhora na expectativa da safra agrícola brasileira no segundo Prognóstico para a Produção Agrícola, do IBGE. “Uma melhora de estimativa para a soja puxou essa revisão de 2020, com alta de 2,1% ante o primeiro prognóstico, explicou Carlos Alfredo Guedes.

A safra de soja em 2020 deverá ser 6,7% superior à de 2019. São esperados também aumentos para a produção de algodão (2%) e de arroz (1%). Por outro lado, o IBGE prevê recuos na produção de milho de 2ª safra, estimada em 9,8%: milho de 1ª safra, de 0,8%; e feijão de 1ª safra, de 0,3%.

As estimativas preveem queda de 7,5% na produção total de milho; 7,5 milhões de toneladas a menos, totalizando 92,7 milhões de toneladas. Segundo o IBGE, o milho de 2ª safra deve responder por 72,3% da produção nacional para 2020, ante 27,7% de participação da 1ª safra de milho. Para a 1ª safra de milho, a previsão é de 25,7 milhões de toneladas. Para o milho de 2ª safra, a produção é estimada em 67 milhões de toneladas.





Carne cara sacrifica os pobres
 
 
A inflação das carnes pesou mais sobre os pobres em novembro e, só não foi pior, porque a alta de preços teve alguma compensação com queda de preços de outros itens da alimentação, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado ontem pelo instituto, mostra que as famílias com renda mais baixa enfrentaram inflação de 0,54% em novembro. No mesmo período, o custo de vida aumentou 0,43% para as famílias de renda mais elevada.

O indicador do Ipea desagrega por faixa de renda os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo governo nas metas perseguidas pelo Banco Central (BC). Em novembro, o IPCA ficou em 0,51%.
 
 
 
Inflação das carnes se juntou à elevação dos gastos com energia(foto: Jair Amaral/EM/D.A Pres %u2013 22/12/18)
Inflação das carnes se juntou à elevação dos gastos com energia (foto: Jair Amaral/EM/D.A Pres %u2013 22/12/18)
 
 
As despesas com os alimentos e moradia ditaram o tom da inflação turbinada para os mais pobres. “A alta de 8,1% dos preços das carnes em novembro contribuiu com 0,28 ponto percentual para o custo de vida dos brasileiros das classes mais baixas, anulando, inclusive, o alívio inflacionário vindo da queda de 12,2% nos preços dos tubérculos.

Adicionalmente, o reajuste de 2,2% das tarifas de energia elétrica – repercutindo a mudança da bandeira tarifária, de verde para amarela – gerou contribuição de 0,12 ponto percentual para a inflação desse segmento”, diz trecho da nota divulgada pelo Ipea.

Nas contas dos pesquisadores do instituto, apenas os aumentos dos preços das carnes e da conta de luz explicam “mais de 70%” de toda a alta inflacionária observada nas famílias de menor renda – na classificação do indicador do Ipea, a faixa mais baixa tem renda familiar de até R$ 1.638,70 por mês.

Já na faixa de renda mais elevada (renda mensal familiar acima de R$ 16.391,58), a inflação foi puxada pelos preços dos combustíveis (alta de 0,78% em novembro), das passagens aéreas (alta de 4,4%) e jogos lotéricos (avanço de 24,4%). A taxa de inflação das famílias de renda mais baixa acumulada em 12 meses até novembro ficou em 3,40%.
 




Supermercados ganham

O crescimento real, ou seja, descontada à inflação, da receita do setor supermercadista em Minas Gerais alcançou 3,73% no período acumulado de janeiro a outubro último, informou a Associação Mineira de Supermercados (AMIS).  O resultado é apontado pelo Termômetro de Vendas, pesquisa mensal da entidade, com empresas de todo o estado. Na comparação com outubro de 2018, o resultado 8,52% superior. Também na análise sobre setembro, prevaleceu expansão, de 4,26%. Um dos fatores que influenciam os números é a base fraca de comparação em setembro, quando houve retração de 4,07%, mas a Amis sustenta que as empresas têm respondido bem às medidas de incentivo ao consumo e à ligeira melhora do emprego.
 


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