Os consumidores de Belo Horizonte estão mais dispostos a gastar com o presente do Dia das Crianças este ano. Porém, se a intenção está maior, o valor usado para fazer o agrado aos pequenos e pequenas não está na mesma direção.
Apesar de o volume ter aumentado, a maior parte dos consumidores, 48,8%, não têm intenção de presentear e outros 7,7% não souberam ou não opinaram. Entre os que não darão presentes, 40,1% afirmaram que o motivo é não ter a quem homenagear.
Outros 25,5% não têm costume desse gesto. Há ainda os que estão desempregados (7,3%), comemoram de outra maneira (2,6%), está mais cauteloso (1,6%) ou endividado (1%). Não sabem ou não responderam totalizam 4,7%.
O levantamento da Fecomercio mostra ainda que a maior parte dos consumidores, 35,7%, vai gastar entre R$ 50 e R$ 100. Outros 14,6% farão gastos menores de até R$ 50. Dessa forma, para a maior parte dos consumidores, 50,3%, a lembrança pelo dia não ultrapassará R$ 100.
Há ainda outros 22,8% que deverão gastar de R$100 a R$200; e apenas 14,6% mais de R$200. O pagamento à vista, no dinheiro, é a modalidade apontada como preferida por quem mora na capital mineira e deve presentear alguém na data.
De acordo com o economista-chefe da Fecomércio, Guilherme Almeida, o cenário verificado pela pesquisa não traz surpresa e segue a tendência de sensível melhora já verificado em outras datas. Para ele, o quadro atual mostra uma melhora em indicadores como inflação, taxa de juros, melhora na taxa de desemprego o resulta na intenção maior de comprar.
Contudo, o fato de o valor disponibilizado para a compra estar menor reflete o ambiente de incerteza. “O orçamento mais enxuto está relacionado com o cenário de desemprego ainda estar elevado, apesar da redução. Com isso, o orçamento dessas pessoas, apesar de estar mais favorável, ainda está apertado e inserido neste ambiente de incerteza”, analisa.
A pesquisa mostra ainda que as lojas de bairro (36,2%), do hipercentro (28,9%) e de shopping (24,3%) serão, nessa ordem, os locais mais procurados para aquisições do período. A internet (5,3%) e os shoppings populares (5,3%) aparecem em seguida. Quanto aos produtos, os itens mais buscados serão os tradicionais brinquedos (79,4%), itens de vestuário (21,2%), calçados (3,5%), livros (1,2%) e jogos eletrônicos (1,2%).
Otimismo do empresariado
Se por um lado os consumidores estão mais cautelosos, os empresários do comércio estão mais otimistas. Isso porque para 60% dos entrevistados as vendas serão melhores que as apuradas em 2018. Além disso, 47,5% das empresas consideram que a data gera impacto positivo. Além disso, ao todo, 42,6% responderam que vão impulsionar ações de propaganda e campanhas e 28,4% apostarão em promoções e liquidações.
Ainda de acordo com economista-chefe da Fecomércio, o segundo semestre tende a ser melhor que o primeiro, principalmente, por causa das datas como Natal, Dia das Crianças e a black friday. Neste ano, ainda tem um fator a mais.
“Comparando os semestres, o segundo costuma ser melhor, pois tem a injeção do 13º salário, que, geralmente, tem uma parte direcionada ao consumo. E neste ano ainda tem a liberação de parte dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) o que acaba estimulando ainda mais”, afirmou.