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Estado de Minas PESQUISA

Investir na diversidade turbina os resultados

Estudo da consultoria americana Boston Consulting Group revela que maior participação de mulheres e minorias nos cargos de comando aumentaria PIB global em US$ 5 trilhões


postado em 17/09/2019 04:00 / atualizado em 17/09/2019 08:34

Rodrigo Galvão, presidente da Oracle (ao centro):
Rodrigo Galvão, presidente da Oracle (ao centro): " Investir na diversidade não é uma forma de ser cool ou de parecer bonzinho aos olhos da sociedade, mas é garantir uma rica geração de conhecimento com pessoas de diferentes pontos de vista" (foto: Cláudio Gatti/DIVULGAÇÃO)


São Paulo – Todos os anos, o presidente da subsidiária brasileira da Oracle, gigante americana de tecnologia, Rodrigo Galvão, participa de perto do processo de seleção de seus estagiários, trainees, funcionários de média e alta patente e até mesmo de diretores. Mais do que a qualificação técnica, uma das grandes preocupações, segundo ele, é garantir a diversidade no processo de recrutamento – que inclui até seleção às cegas, ocasiões em que o recrutador começa a escolher os candidatos sem saber informações como idade e gênero.

“Investir na diversidade não é uma forma de ser cool ou de parecer bonzinho aos olhos da sociedade, mas é garantir uma rica geração de conhecimento com pessoas de diferentes pontos de vista”, afirmou Galvão. Atualmente, cerca de 30% dos funcionários são mulheres, por exemplo. A companhia criou, inclusive, um departamento exclusivo para cuidar da diversidade no Brasil e América Latina.

Sob comando da executiva Daniele Botaro, o departamento tem por objetivo criar programas e políticas que aumentem a presença de grupos minoritários na empresa, engajando os chamados stakeholders nas mudanças da companhia. O foco do trabalho está voltado a mulheres, pessoas com deficiência, etnias e raças, LGBT e questões geracionais.

O empenho da Oracle em ampliar, de forma oficial e permanente, a diversidade nos corredores da empresa não apenas gera um ambiente plural, como também contribui para multiplicar os resultados.

Segundo um estudo da Boston Consulting Group (BCG), batizado de Want to Boot the Global Economy by US$ 5 Trillion? Support Women as Entrepreneurs (“Deseja impulsionar a economia global em US$ 5 trilhões? Apoie mulheres como empreendedoras”), se homens e mulheres participassem igualmente da criação de novos negócios, o Produto Mundial Bruto (PMB) poderia crescer de 3% a 6%, o que representaria um incremento de US$ 2,5 trilhões a US$ 5 trilhões na economia global. Apenas como comparação, o PIB brasileiro em 2018 foi de US$ 1,8 trilhão.

A estimativa se baseia, principalmente, no número de novos empregos que seriam criados caso as mulheres tivessem os mesmos incentivos que os homens para empreender. No entanto, elas enfrentam barreiras maiores. A análise mostra, por exemplo, que suas empresas atraem, em média, metade dos investimentos comparadas às organizações fundadas por homens.

O gênero masculino também tem acesso mais amplo a redes que estimulam e orientam o crescimento de seus negócios. No entanto, segundo Cherie Blair, coautora do estudo e fundadora da Cherie Blair Foundation for Women, o aumento dos lucros foi de 31% nas empresas comandadas por mulheres.

LONGEVIDADE DE EMPRESAS


Para a construção do cálculo, o BCG analisou os indicadores divulgados pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) e pelo Banco Mundial. O artigo utilizou uma amostra de 73 países – entre eles, o Brasil –, representando 178 nações de todos os continentes. A região mais beneficiada seria a Ásia-Pacífico, cuja economia receberia um incremento de US$ 1,7 trilhão. Em seguida, viria a Europa, com crescimento projetado de US$ 1,3 trilhão. Em terceiro lugar estaria a América do Norte, com previsão de aumento de até US$ 800 bilhões no PIB da região. Na América Latina, o crescimento previsto chegaria a US$ 300 bilhões.

A longevidade de empresas também varia de acordo com o gênero de seu fundador, de acordo com o levantamento. E, nesse caso, algumas regiões observam maior disparidade que outras. Por exemplo, enquanto na América Latina empresas criadas por mulheres têm probabilidade 11% menor de sobreviver por mais de 3,5 anos, quando comparadas às fundadas por homens, no Oriente Médio e no Norte da África esse índice chega a 50%. A única região em que as mulheres superam os homens nesse quesito é a América do Norte.


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