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Estado de Minas MERCADO

Guerra comercial leva dólar a R$ 4,12

Imposição de mais tarifas por EUA e China pressiona o câmbio e cotação da divisa americana é a maior deste ano


postado em 24/08/2019 04:00 / atualizado em 23/08/2019 22:36

Na semana, a moeda dos Estados Unidos já se valorizou 3% frente ao real (foto: Rodrigo Clemente/em/d.a press - 22/5/12)
Na semana, a moeda dos Estados Unidos já se valorizou 3% frente ao real (foto: Rodrigo Clemente/em/d.a press - 22/5/12)

São Paulo – Um conjunto de notícias negativas, externas e internas, levou o dólar a fechar no maior nível deste ano. O acirramento da tensão comercial entre a China e os Estados Unidos, com os dois países prometendo medidas protecionistas adicionais, manteve a moeda americana em alta ante a maioria dos emergentes. O real foi novamente uma das divisas com pior desempenho. Também não agradou aos investidores o atraso do cronograma da Previdência no Senado, além das mesas também estarem atentas às repercussões internacionais das queimadas na Amazônia e das denúncias envolvendo o banco BTG na Operação Lava-Jato e potenciais respingos em outras instituições financeiras. O dólar fechou em alta de 1,14% no mercado à vista, a R$ 4,1246, o maior valor desde antes da eleição presidencial, 19 de setembro, quando fechou em R$ 4,1308.
 
O dólar acumulou alta de 3% nos últimos cinco dias, marcando a sexta semana consecutiva de valorização. Em uma cesta de 35 moedas, o real teve o segundo pior desempenho, perdendo apenas para a lira turca. No mês, já acumula ganho de 8%. Na máxima, chegou a R$ 4,13, também voltando a níveis de antes das eleições presidenciais. “Nos últimos dias, ventos contrários vindos do exterior não têm dado trégua aos ativos brasileiros”, observaram na tarde de ontem os estrategistas do grupo financeiro holandês Rabobank.
 
No caso do câmbio, além do aumento da aversão ao risco com o temor de piora da economia mundial, fatores técnicos também estão pesando, incluindo a recomposição de posições defensivas no mercado futuro, aumento da busca entre emergentes por proteção (hedge) no mercado brasileiro e o efeito contágio da Argentina, com investidores se desfazendo do risco Brasil em busca de caixa para fazer face a prejuízos no país vizinho. Por esse motivo, o Rabobank vê que, após a poeira se assentar no país vizinho, o câmbio aqui tende a se acalmar um pouco. Nesse cenário, eles mantiveram a previsão de dólar em R$ 3,70/R$ 3,80 no final do ano.
 
"Hoje foi uma série de notícias ruins. O atraso na Previdência foi malvisto, mas o que mais afetou foi a ameaça da China de retaliar e de Trump prometer o mesmo em seguida”, disse o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem. A China anunciou tarifas retaliatórias sobre mais US$ 75 bilhões em produtos americanos. Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou anunciar medidas de retaliação ainda ontem e voltou a cobrar postura mais ativa do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Powell falou em discurso mais cedo que a instituição está preparada para fornecer, se necessário, mais estímulos monetários. Logo após o discurso, o dólar à vista bateu mínimas, a R$ 4,05.

Bolsa desaba A onda de aversão ao risco nos mercados globais atingiru a bolsa brasileira não escapou. O temor de acirramento da guerra comercial entre EUA e China derrubou os mercados na Europa e nos Estados Unidos e o Índice Bovespa perdeu 2,34% e fechou aos 97.667,49 pontos, menor nível desde 17 de junho. O cenário doméstico também contribuiu para o desempenho negativo do mercado doméstico, afirmaram analistas. Das 66 ações da carteira do Ibovespa, somente Smiles ON terminou o dia em alta, com +2,83%. Entre as blue chips, as quedas mais significativas ficaram com papéis ligados a commodities, em especial os da Petrobras, que recuaram mais de 3%.



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