São Paulo – A Log Commercial Properties e Participações S.A. segue em trajetória de crescimento, com alta na receita. Os resultados foram anunciados ontem e se referem ao segundo trimestre de 2019 e ao acumulado nos primeiros seis meses do ano. Os números mostram que a companhia, dedicada à área de galpões, tem conseguido manter o desempenho apresentado nos trimestres anteriores, sem se deixar abater pelos sinais negativos da economia fraca.
A receita líquida no segundo trimestre do ano foi de R$ 31 milhões, um aumento de 3,1% em relação ao trimestre anterior e de 22,2% na comparação com igual período de 2018. O Ebitda ajustado apresentou crescimento de 0,7% (em relação ao primeiro trimestre) e de 20,4% (segundo trimestre de 2018), respectivamente. O resultado vem do crescimento da operação na comparação com os dois períodos.
A empresa aumentou sua Área Bruta Locável (ABL) e entregou no segundo trimestre 16 mil metros quadrados (m2). Com isso, chegou a uma área total de 833 mil m2. Outro destaque foi a taxa de vacância, um dos principais indicadores do setor, que se manteve em cerca de 4,9%, abaixo da média do mercado.
Segundo Sergio Fischer Teixeira de Souza, diretor-presidente da companhia, apesar dos investimentos para expandir a operação neste ano, a Log tem “olhado novos negócios para atender à demanda dos clientes também em novos estados, já projetando o crescimento para 2020, 2021 e 2022”.
Para o executivo, mesmo sem os números oficiais do país confirmarem uma retomada consistente, “a confiança já está voltando, apesar de a economia real ainda não ter sido impactada”. Fischer acredita que as empresas que têm procurado opções na área de galpões estão confiantes com o cenário atual, de juros e de inflação em um patamar baixo. Também influencia nesse estado de espírito, segundo o executivo, o fato de a reforma da Previdência ter vencido uma primeira etapa na Câmara dos Deputados.
“Isso tudo tem feito os clientes voltarem a buscar novos negócios, o que tem trazido otimismo também para nossa expectativa de crescimento ainda maior. Para atender a essa demanda, estamos fazendo nosso dever de casa para manter a expansão também com um bom retorno. Para isso, montamos uma plataforma com ativos com um nível de qualidade que não existe no Brasil. Nossos resultados têm mostrado que vamos além do discurso”, detalha o diretor-presidente da Log.
A retomada percebida pelo diretor-presidente da empresa deverá ter um impacto positivo nos números da Log também nos dois próximos trimestres. A previsão, segundo o executivo, é de um crescimento no segundo semestre do ano maior do que o registrado no primeiro. A melhoria nos números, caso se confirme, será resultado das entregas de novos galpões nos últimos meses, que estão em fase de contratação pelos clientes.
OCUPAÇÃO
Muitas das entregas de espaços se concentraram em junho, ou seja, seu efeito contábil será sentido a partir do terceiro trimestre, “quando o crescimento será ainda mais robusto”, garante o executivo. “Estamos entregando esses condomínios já com ocupação boa. Cerca de 70% do que será entregue no terceiro trimestre já está pré-locado. Até o fim do ano, entregaremos 90 mil m2”.
Além dos 833 mil m2dos de ABL já entregues em junho, a Log tem um portfólio aprovado de projetos, ainda fora de operação, de cerca de 293,2 mil m² de ABL, distribuídos pelo Sul, Sudeste e Nordeste. Há aproximadamente 87,6 mil m² de ABL com previsão de entrega até dezembro, o que levará a 920 mil m² de ABL até o fim do ano.
O aumento da carteira de clientes e a consequente queda na taxa de vacância registrada na Log tem a ver com a necessidade crescente das empresas em buscar galpões que garantam mais eficiência a suas operações – por exemplo, quanto à sua localização e a própria estrutura oferecida no condomínio, como controle de acesso, segurança e até a adoção de sistemas de iluminação que contribuam para baixar a conta de energia.
Fischer, no entanto, se mostra inquieto quanto ao desenvolvimento de novas soluções para melhorar a eficiência dos condomínios da Log. No entanto, ele faz mistério sobre os projetos que estão em fase de pesquisa. A única pista é que algumas inovações devem passar pela internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) e pela oferta de novos serviços para empresas de e-commerce relacionados à entrega de encomendas.