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Estado de Minas

Presidente da Fiemg mostra otimismo com novo governo, mas critica superministério

Para o empresário Flávio Roscoe Nogueira, proposta do próximo governo federal de unir pastas do Planejamento, da Indústria e da Fazenda mistura demandas diferentes sob um mesmo teto


postado em 02/11/2018 06:00 / atualizado em 02/11/2018 07:54

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe Nogueira, disse ontem na 23ª edição do Minas Trend que as expectativas do setor com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República e do empresário Romeu Zema (Novo) para o governo de Minas são “positivas”, mas criticou propostas de fusões para a criação de superministérios e secretarias que integram um grande número de áreas de gestão.

Segundo Roscoe, a insatisfação do setor é com a junção da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio Exterior. “Entendo que esses ministérios não deveriam estar acoplados, pois uma característica que ficou marcada no Ministério da Fazenda é o foco apenas na arrecadação”, afirmou. “Além do mais, o Ministério da Fazenda já é um superministério. E não acredito que apenas um ministro terá tempo de olhar tudo”, comentou o presidente da Fiemg.

 Na terça-feira, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) chegou a falar sobre uma possível fusão dos ministérios do Meio Ambiente com o da Agricultura, possibilidade praticamente descartada ontem pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, após repercussão negativa, inclusive dentro do atual governo Temer. A proposta da equipe de transição na Presidência é unir a pasta de Economia à de Fazenda, à de Planejamento e à de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

 O governador eleito de Minas, Romeu Zema, também indicou que poderá fazer a fusão entre a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a pasta de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O presidente da Fiemg disse que em Minas uma sugestão da entidade seria a junção das secretarias que cuidam das áreas de produção, agricultura, indústria e comércio no próximo governo.

CRESCIMENTO

 

Apesar das ressalvas em relação às propostas de fusões de ministérios e secretarias em torno de superpastas, Roscoe afirmou que as expectativas da indústria mineira para as duas próximas administrações são “positivas”. “Os novos governos entram com consciência do que precisa ser feito para o Brasil crescer, para que as pessoas possam ser empregadas, gerando mais renda. Na nossa opinião, o Brasil vai crescer e prosperar”, avaliou o presidente da Fiemg.

 Roscoe comentou ainda fala polêmica do economista Paulo Guedes, que comandará o superministério da Economia. Na terça-feira, Guedes afirmou que o Ministério da Indústria e Comércio (MDIC) se transformou em “trincheira da Primeira Guerra Mundial” na defesa de protecionismos. Segundo ele, o governo de Jair Bolsonaro vai “salvar a indústria brasileira, apesar dos industriais brasileiros.” “O Brasil está em um processo de desindustrialização acelerada há mais de 30 anos. Eles (MDIC) estão lá com arame farpado, lama, buraco, defendendo protecionismo, subsídio, coisas que prejudicam a indústria, em vez de lutar por redução de impostos, simplificação e uma integração competitiva à indústria internacional”, afirmou.

INFELICIDADE

 

Para o presidente da Fiemg, “não foi o dia mais feliz na vida do ministro em falar isso.” Roscoe disse que “os industriais brasileiros são muito competentes, capazes, e têm trabalhado muito apesar do Brasil que nós temos, apesar do ambiente de negócio criado que dificulta o brasileiro de empreender.” Segundo ele, o ambiente de negócio é muito “hostil” e “vai melhorar”. “Na verdade, o Brasil está na situação que está, não tão ruim, graças aos industriais e empreendedores brasileiros que são quem faz a diferença, apesar de todas as dificuldades”, defendeu.

 Roscoe disse que conversou com o próximo superministro do presidente eleito Jair Bolsonaro, entre o primeiro e o segundo turno das eleições. Segundo o presidente da Fiemg, além da enorme carga tributária, o governo impõe às empresas brasileiras “impostos ocultos”. “A principal discussão tratou a respeito desses ‘impostos ocultos’. Levantei que 16% do custo industrial são hoje tributos e que, na verdade, não se dão em forma de tributos. Eles são ocultos, são obrigações que o governo impõe às empresas industriais sem a forma de tributo que oneram o seu custo”, disse.

"Entendo que esses ministérios não deveriam estar acoplados, pois uma característica que ficou marcada no Ministério da Fazenda é o foco apenas na arrecadação” 
Flávio Roscoe Nogueira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

 

 


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