A Polícia Civil de Minas Gerais cumpriu, nesta sexta-feira, 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Belo Horizonte, Contagem, Passos e Capitólio, além de dois mandados de prisão preventiva e cinco de prisão temporária como parte da operação “Irmãos Ostentação”, que investiga um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. A fraude é comanda por uma família com negócios na cidade de Capitólio e região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo as investigações, que tiveram atuação do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet) do Ministério Públicode de Minas Gerais, o esquema criminoso teve início com empresas atuantes no comércio de beneficiamento e distribuição de produtos alimentícios.
Mantidas em funcionamento por período de tempo suficiente para atingir solidez econômica, foram depois propositalmente esvaziadas, deixando para trás uma dívida de ICMS de cerca de R$ 10 milhões.
Além do prejuízo já apurado, estimativas da Receita Estadual apontam para a existência de um débito fiscal ainda maior, só quantificável após a análise do material apreendido na operação.
De acordo com o MP, com o valor desviado dos cofres públicos, os investigados montaram uma rede de proteção patrimonial consistente na criação de empresas de participação, restaurante, cervejaria e hotel, atividades próprias para a lavagem de dinheiro, dificultando a identificação dos bens ilicitamente adquiridos e seus reais proprietários. Além delas, foi criada uma nova empresa atacadista na cidade de Contagem, na região da Ceasa e com filial na cidade de Passos, também suspeita da prática de sonegação.
Como forma de garantir o anonimato perante a fiscalização e não levantar suspeitas, os novos empreendimentos foram assumidos por laranjas, a maioria deles parentes dos investigados, que estariam à frente dos negócios.
As fraudes renderam milhões de reais aos investigados que apresentavam sinais exteriores de riqueza, esbanjando nas redes sociais uma vida luxuosa, ostentando imóveis caros e carros de luxo. Segundo a Polícia Civil, só o restaurante instalado próximo à conhecida região de Escarpas do Lago estaria avaliado em torno de 20 milhões de reais. (Com informações do MPMG)
