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Estado de Minas

Indicadores mostram intenso efeito dominó da paralisação nas estradas

A paralisação dos caminhoneiros fez com que o volume de serviços prestados encolhesse 3,8%, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


postado em 14/07/2018 08:00 / atualizado em 14/07/2018 08:26

BR-262, em Juatuba, ficou vazia no fim de maio, o que contribuiu para redução de 5% dos serviços prestados em Minas(foto: Edesio Ferreira/EM)
BR-262, em Juatuba, ficou vazia no fim de maio, o que contribuiu para redução de 5% dos serviços prestados em Minas (foto: Edesio Ferreira/EM)
As empresas prestadoras de serviços no Brasil sentiram tanto quanto a indústria e o comércio, além do consumidor, as consequências do bloqueio das estradas por todo o país, e que se prolongou durante 11 dias ao fim de maio. A paralisação dos caminhoneiros fez com que o volume de serviços prestados encolhesse 3,8%, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda acompanhou retrações também intensas que o instituto divulgou nos últimos dias, fechando a leitura de perdas disseminadas na atividade econômica devido à falta de transporte no período da greve, de 21 a 31 de maio.

 

Numa análise global dos indicadores da indústria, do varejo e dos prestadores de serviços, e que inclui a inflação mais alta enfrentada pelas famílias, o que o país observa são efeitos próximos da realidade que foi transformada pela falta do transporte de mercadorias e serviços, aliada ao desabastecimento  de matérias-primas e produtos finais. A produção industrial caiu 10,9% em maio, as vendas do comércio varejista sentiram baque de 0,6%, afetando os prestadores de serviços, como o IBGE mostrou ontem, e a inflação subiu de 0,4% para 1,26% ainda em maio, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

 

Em Minas Gerais, o efeito dominó levou à retração de 10,2% no ritmo das fábricas; de 1,6% no varejo e 5% no volume de serviços prestados, ainda de acordo com os dados do IBGE. O custo de vida avançou de modesto 0,8% em abril para 1,86% em maio na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com base na pesquisa do instituto. Todos os indicadores, tanto na média do país quanto em Minas, estavam positivos em abril, apesar de as taxas terem sido modestas.

No setor de serviços, a redução de 3,8% do índice de volume de serviços prestados no país foi a mais acentuada desde o início da série histórica de dados acompanhados pelo IBGE, em janeiro de 2011. Só três estados observaram aumento em relação a abril: Acre (4,6%), Distrito Federal (1,4%) e Piauí (1%). A lista dos maiores recuos é encabeçada pelo Tocantins, com perda de 20,2%em maio, seguido do Espírito Santo (-11,3%) e Mato Grosso (-9,3%).

 

A greve dos caminhoneiros deixou herança negativa para o setor de serviços no ano, uma vez que algumas das perdas registradas não podem ser recuperadas, segundo Rodrigo Lobo, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Se ao final do ano tivermos uma taxa positiva no setor de serviços, ela poderia ter sido mais positiva se não fosse a greve de caminhoneiros. Se a taxa for negativa, ela poderia ter sido menos negativa. Algumas perdas não vão ser refeitas nos próximos meses. Alguma coisa se perdeu que não vai voltar atrás”, disse Lobo.

O mau desempenho foi puxado pelo tombo também recorde de 9,5% registrado pelo segmento de transportes, serviços auxiliares ao transporte e correio, embora as perdas tenham sido generalizadas entre todas as atividades pesquisadas. “Mercadorias que não foram escoadas naquele período não serão mais, isso se perdeu. Elas eram necessárias naquele momento, agora não são mais. Produtos perecíveis se perderam. Aquele frete que você vai fazer agora não é aquele que você teria feito em outro período, aquele se perdeu”, explicou Lobo.

 

Nó em restaurantes

O transporte terrestre, que inclui os caminhões, despencou 15% em maio ante abril, queda também histórica, afetando outros serviços subjacentes. “Os restaurantes que ficam à beira de rodovias tiveram retração brusca, é um efeito secundário da greve, que pega outras atividades para além do setor de transportes. A reparação de máquinas e veículos também ficou prejudicada por causa da falta de peças de reposição”, disse o analista do IBGE.

 

Com a greve, os serviços de transporte terrestre operavam em maio 30,8% abaixo do pico alcançado em fevereiro de 2014. O segmento representa mais da metade (52,3%) do setor de transporte como um todo, lembrou o pesquisador do IBGE. Lobo acredita que o setor de serviços possa mostrar alguma recuperação em junho, apesar dos efeitos negativos da realização da Copa do Mundo de Futebol, realizada na Rússia, sobre o desempenho de empresas que liberam funcionários para assistir às partidas.

 

“O indicador antecedente que mede o fluxo de veículos pesados das estradas mostrou crescimento de 47% em junho ante maio”, apontou Lobo. Os serviços prestados às famílias encolheram 0,3% em maio ante abril; os serviços profissionais e administrativos caíram 1,3%; o segmento de outros serviços teve redução de 2,7%; e os serviços de informação e comunicação diminuíram 0,4%. O chamado agregado especial das atividades turísticas recuou 2,4% na passagem de abril para maio.

 

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, os serviços recuaram também 3,8% em maio deste ano, a queda mais intensa desde abril de 2017, quando a taxa retrocedeu 5,7%. A taxa acumulada em 12 meses ficou em -1,6% em maio, ante -1,4% em abril, interrompendo trajetória ascendente iniciada em abril de 2017.

 

enquanto isso...

...Agora é ‘quase’ adeus

Quem cresceu na virada dos anos 1990 para os 2000 provavelmente entrou em uma Blockbuster, a ex-rede gigantesca de locadoras de vídeos que dominou o mercado mundial na época. Com a popularização da internet e dos serviços de streaming, as locadoras de vídeo foram vítimas da evolução tecnológica e praticamente sumiram. A própria Blockbuster declarou falência em 2010, quando a maioria das suas lojas já havia fechado. No Brasil, as 127 lojas da rede (foto) foram adquiridas pela Lojas Americanas em 2007. No entanto, três unidades da marca nos Estados Unidos ainda sobreviveram e chegaram abertas em 2018. Agora, duas delas anunciaram que vão fechar as portas. Localizadas em Anchorage e Fairbanks, as duas maiores cidades no Alasca, o estado norte-americano localizado no Ártico, elas vão fechar na próxima segunda-feira.  A única loja restante da Blockbuster será a localizada em Bend, no Oregon, uma cidade de 92 mil habitantes no Noroeste do país.


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