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Estado de Minas

Crise deve atrasar novos empreendimentos em franquia

Maior evento do setor começa amanhã, em São Paulo, com 126 novas marcas, previsão de 65 mil visitantes, mas com a expectativa de assinatura de contratos apenas em 2019


postado em 26/06/2018 06:00 / atualizado em 26/06/2018 08:26

"A feira ainda é um dos grandes alavancadores na expansão das redes de franquias porque funciona como uma espécie de vitrine de oportunidades" - Altino Cristofoletti Junior, presidente da Associação (foto: Divulgação)

São Paulo – A economia em má fase tirou muitos brasileiros do mercado de trabalho. Muitos ainda procuram uma recolocação, mas há aqueles que decidiram partir para um negócio próprio. Enquanto alguns preferem partir do zero na carreira solo, outros empreendedores escolhem aderir ao franchising como uma forma de minimizar os riscos da vida atrás do balcão. Historicamente, a mortalidade dos empreendimentos por conta própria é cinco vezes maior do que entre as franquias.

Começa hoje em São Paulo a 27ª edição da ABF Franchising Expo, organizada pela Associação Brasileira de Franchising. No evento, os participantes vão poder conhecer 400 marcas. Ao todo, 126 participam pela primeira vez da feira, o equivalente a 31% do total de expositores do evento.

Apesar de uma expectativa positiva quanto ao número de visitantes – são esperadas 65 mil pessoas –, o mesmo otimismo não é visto quanto aos contratos que podem ser gerados a partir da feira. O prazo médio entre o primeiro contato e a assinatura do contrato com o franqueador varia de três a seis meses. Mas para o presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior, essas novas franquias só devem sair do papel em 2019.

“A feira ainda é um dos grandes alavancadores na expansão das redes de franquias porque funciona como uma espécie de vitrine de oportunidades. Neste ano, por conta da situação da economia brasileira e das eleições, muitas pessoas devem participar da feira, mas vão deixar para depois de outubro a assinatura do contrato, quando o futuro deverá estar mais claro tanto em relação ao novo presidente da República quanto à nova composição do Congresso Nacional”, analisa. Com isso, as operações que poderiam começar ainda neste ano devem abrir as portas apenas em 2019.

Segundo Cristofoletti, apesar da desconfiança em relação ao futuro do país, tanto na área política quanto na econômica, há por outro lado fatores que podem estimular quem pensa em abrir uma franquia. Um deles é o fato de o Brasil estar atualmente com uma taxa de juros mais baixa, o que desestimula quem pensa em deixar o dinheiro aplicado em algum tipo de produto financeiro e pode tornar a abertura de uma empresa mais atraente.

Além disso, diz o presidente da ABF, muitos empreendedores podem decidir por uma franquia agora para já estar em operação quando a economia brasileira começar a se recuperar. “Há quem prefira se preparar agora para já pegar a onda favorável que deverá vir no próximo ano”, avalia. Por essas razões, Cristofoletti acredita que haverá um bom público na feira à procura de uma marca. “O momento exige justamente que as pessoas tomem uma decisão, que procurem alternativas”, lembra.

Apesar dessa cautela, as franquias ainda têm apresentado boas taxas de crescimento no país, com melhoria tanto no faturamento quanto na geração de empregos (veja quadro). No entanto, no comparativo entre o primeiro trimestre de 2017 e 2018, houve um ligeiro aumento no número de lojas fechadas e queda na quantidade de unidades abertas. Para este ano, de acordo com levantamento mais recente da ABF, a previsão é de aumento no faturamento entre 7% e 8% e de 3% no número de unidades franqueadas e de postos de trabalho.

Apesar de ter características que dão mais segurança ao empreendedor, o franchising não é o tipo de negócio para todos os perfis de candidato. A favor desse modelo estão o fato de conseguir uma série de vantagens com a economia de escala – por exemplo, na negociação de melhores preços, que impactam em custos menores. Além disso, a exposição da marca é muito maior do que no caso de bandeiras próprias, já que conta com recursos dos franqueados para ações de marketing.

Também joga a favor de quem adere ao franchising o fato de o convívio em rede permitir a troca de experiência entre outros lojistas que estão sob a mesma bandeira. “Essa disseminação de boas práticas na rede pode fazer toda a diferença no sucesso do negócio, ainda mais neste momento em que é preciso ser mais criativo do que nunca para superar as dificuldades”, acredita o presidente da ABF.

Mas nem todos têm o perfil adequado. Christofoletti explica que as franquias não são a melhor opção para quem não tem afinidade com o segmento em que pretende atuar, para aqueles que não se enxergam como patrões, mas sim como empregados, e para quem não pensa em ter de trabalhar em horários menos convencionais, incluindo fins de semana. “É um modelo de negócio para quem não tem medo de assumir riscos e quer estar à frente de um negócio, apoiado por toda a família. Não adianta correr para um negócio só porque está dando dinheiro”, adverte.

“Antes de assinar o contrato, minha recomendação é conversar muito com franqueadores e com franqueados, além de se informar bem sobre aquela marca e o mercado em que pretende atuar”, sugere o presidente da ABF. Vale lembrar ainda que é preciso mirar em um negócio que de fato caiba no planejamento financeiro, incluindo não apenas o investimento inicial, mas uma sobra que garanta o fluxo de caixa e ainda sirva para arcar com as despesas familiares.
 
Espaço especial para microfranquias

As microfranquias têm sido uma alternativa para quem não tem uma reserva financeira tão grande. Neste ano, a ABF Franchising Expo terá pela primeira vez o espaço dedicado aos negócios de baixo investimento. No Boulevard de Microfranquias, estarão marcas com investimento inicial de até R$ 90 mil – muitas delas com a possibilidade de serem operadas sem ponto comercial e sem funcionários, com o próprio franqueado fazendo desde a prospecção de clientes à realização do serviço.

Outro ambiente que deve atrair muitos visitantes por conta do apelo tecnológico é o Smart Mall, liderado pela Totvs, onde serão exibidas soluções inovadoras para o franchising e o varejo. Os cinco ambientes simulam pontos de venda (ótica, perfumaria, loja de roupas, fast food e inclusive uma loja autônoma) com novas tecnologias para as diferentes etapas do processo de compra.

Quem passar pelo espaço vai conhecer uma plataforma de aplicativos com tecnologias relacionadas à inteligência artificial, vitrine digital, click and reserve, pagamento móvel, cardápio digital, espelho inteligente e realidade aumentada.

 


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