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Estado de Minas

Brasil pode sofrer com sobretaxas nas importações de aço e alumínio

Secretário de Comércio americano propõe imposto de 53% nas importações de aço de 12 países e restrições ao alumínio


postado em 17/02/2018 06:00 / atualizado em 17/02/2018 07:49

Outra opção do governo de Donald Trump é taxar compras de produtos siderúrgicos de todos os países (foto: Marcelo Coelho/Divulgação - 11/9/13)
Outra opção do governo de Donald Trump é taxar compras de produtos siderúrgicos de todos os países (foto: Marcelo Coelho/Divulgação - 11/9/13)

Washington – O governo de Donald Trump está avaliando a imposição de tarifas e cotas para limitar as importações de aço e alumínio em nome da “segurança nacional”, o que pode afetar as exportações brasileiras. Lista de recomendações que serão enviadas ao presidente americano mostra que uma das opções seria decretar imposto de 53% sobre importações de aço provenientes de um grupo de 12 países.

O grupo dos exportadores tem o Brasil na liderança, seguido pela China, Costa Rica, Egito, Índia, Malásia, Coreia do Sul, Rússia, África do Sul, Tailândia, Turquia e Vietnã. Outra proposta requer tarifação de 24% sobre as importações de aço dos Estados Unidos provenientes de todos os países.

Sobre as compras de alumínio, uma das recomendações é de que sejam impostas tarifas de pelo menos 7,7% sobre todas as importações. A outra opção seria um imposto de 23,6% sobre o metal vindo da China, Hong Kong, Rússia, Venezuela e Vietnã.

As recomendações fazem parte de relatório interno elaborado pelo Departamento de Comércio, divulgado ontem. “Estou satisfeito em ter conseguido fornecer essas análises e recomendações ao presidente”, disse o secretário de Comércio, Wilbur Ross. Trump tem até abril para decidir se vai restringir e como as importações sob a seção 232 da legislação comercial de 1962, que dá ao presidente o poder de impor tarifas e cotas se ele considerar que algumas importações ameaçam a segurança nacional.

Aperto monetário

Políticas de aperto são também vislumbradas no controle monetário buscado nos Estados Unidos e também na Europa. As especulações de que os grandes bancos centrais se encaminham para endurecer suas políticas ganharam força nos últimos dias, principalmente depois da divulgação dos dados do relatório de emprego em território norte-americano. Em janeiro, os números superaram as estimativas dos economistas, gerando expectativas de pressão inflacionária no país.

Para analistas de bancos e corretoras, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) continuarão à frente do enxugamento da liquidez, mas passarão a ser acompanhados, ainda que de longe, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pelo Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) ao longo deste ano. A tendência vista no mercado financeiro logo depois do ano-novo foi quebrada há 15 dias.

As ações, que foram o grande destaque dos investimentos neste começo de ano, apresentaram forte baixa em meio a expectativas de que o dinheiro fique mais caro. Outro ajuste também foi percebido nos mercados: investidores passaram a se desfazer de títulos soberanos, principalmente dos EUA e da Alemanha. Prevendo que esse movimento de venda dos títulos soberanos atingiria os bônus do governo japonês (JGBs), o Banco do Japão largou na frente e anunciou a ampliação das compras de títulos de cinco a 10 anos e rebaixou de 0,095% para 0,090% a taxa fixa para compra dos papéis de 10 anos.

O movimento de elevação dos rendimentos dos títulos soberanos teve início na Alemanha, diante da percepção dos investidores de que o Banco Central Europeu (BCE) pode iniciar um aperto monetário antes do esperado. Embora alguns dirigentes da instituição continuem a pregar cautela em relação às políticas acomodatícias, outros já veem setembro de 2018 como o prazo máximo para que o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) continue a ser empregado.

Em sua última reunião de política monetária, o banco central dos EUA viu a inflação com maior otimismo e informou apostar em avanço dos índices de preços, com a meta de 2% sendo atingida no médio prazo. Essa sinalização deu impulso à moeda americana, que vem apagando parte das perdas registradas neste início de ano. Além disso, os indicadores econômicos parecem colaborar com a visão do Fed. O relatório de emprego dos EUA de janeiro mostrou que o número de postos de trabalho criados e os salários superaram as expectativas de analistas, sustentando a visão de que a inflação deve ganhar força neste ano.


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