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Estado de Minas

Poupança dribla crise e volta a fechar no azul

Com saldo de R$ 17,12 bilhões em dezembro, pela primeira vez desde 2014 os depósitos na aplicação mais popular no país superam as retiradas. Movimento de fim de ano surpreendeu


postado em 06/01/2018 00:06 / atualizado em 06/01/2018 07:47

Os cofrinhos dos brasileiros guardam R$ 724,6 bilhões, maior valor já registrado pelo Banco Central(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Os cofrinhos dos brasileiros guardam R$ 724,6 bilhões, maior valor já registrado pelo Banco Central (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Brasília – Depois de dois anos de fuga de recursos da caderneta de poupança durante a recessão, a aplicação financeira mais popular no Brasil voltou a ter captação líquida positiva em 2017, quando os depósitos superaram as retiradas em R$ 17,126 bilhões. De acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central, o resultado foi alcançado graças ao desempenho surpreendente de dezembro, que foi positivo em R$ 19,373 bilhões. Alguns fatores explicam a volta por cima que a poupança deu no ano passado, como o aumento da renda de parcela da população e os sucessivos cortes na taxa básica de juros, a Selic, que remunera os títulos do governo no mercado financeiro e serve de referência para as operações nos bancos e no comércio.

No fim de dezembro, o dinheiro guardado pelos brasileiros na aplicação somava R$ 724,6 bilhões, um recorde de todos os tempos, segundo o BC. Em dezembro de 2016, o saldo total estava em R$ 664,9 bilhões. O último ano em que os depósitos haviam superado os saques da poupança foi 2014, quando a captação líquida chegou a R$ 24,033 bilhões.

Desde então, com a crise econômica e o aumento do desemprego, os brasileiros retiraram das cadernetas R$ 53,567 bilhões em 2015 e R$ 40,701 bilhões em 2016 para conseguir fechar suas contas mês a mês. O resultado positivo de 2017 decorre de depósitos totais de R$ 2,085 trilhões e saques totais de R$ 2,068 trilhões. A poupança vinha registrando retirada líquida de R$ 2,246 bilhões no ano até novembro, mas, em dezembro, os depósitos alcançaram R$ 208,604 bilhões e superaram com folga os saques de R$ 189,231 bilhões do mês passado.

O Banco Central informou ainda que os rendimentos da poupança no ano passado totalizaram R$ 42,484 bilhões. A queda dos juros básicos da economia em 2017 foi também responsável pela queda dos rendimentos da caderneta. Sempre a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano, a correção anual das cadernetas ficará limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, acrescido da Taxa Referencial, calculada pelo BC.

Desde a redução do juro básico para 7% ao ano, em dezembro, a correção da poupança passou a ser de 70% dessa taxa, ou seja, 4,9% ao ano, mais Taxa Referencial. A Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), informou ao site de notícias G1 que os fundos de renda fixa “começam a perder competitividade frente às cadernetas de poupança principalmente nas aplicações de baixo valor.”

A explicação está nas taxas maiores cobradas pelos fundos de administração. De acordo com a Anefac,  caderneta de poupança vai continuar sendo uma excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano.

Mercado financeiro Melhor que os resultados da poupança, para os tubarões do mercado financeiro, em uma espécie de continuidade do rali iniciado nas últimas semanas de 2017, o Ibovespa, indicador das ações mais negociadas na bolsa, fechou ontem o 10º pregão consecutivo em alta, que chegou aos 79 mil pontos. O principal índice da Bolsa brasileira encerrou com valorização de 0,54%, aos 79.071,46 pontos. O giro financeiro do dia ficou em R$ 8,10 bilhões.

No período, acumula ganhos de 8,79%. A última vez em que essa sequência ocorreu foi em julho de 2016, quando apurou 9,37%. “Com o décimo dia de alta, o que não é comum, o fôlego está acabando”, afirmou Hersz Ferman, economista da Elite Corretora.

De fato, na primeira etapa da sessão de ontem, o Ibovespa ensaiou movimento de realização de ganhos que não se sustentou. As chamadas blue chips do setor bancário ajudaram a puxar o índice para baixo, mas, na parte da tarde, reverteram a tendência. Nos quatro primeiros dias de janeiro, os papéis Itaú Unibanco PN acumulam ganhos de 6,26%; os do Branco do Brasil, 5,81%, e os do Bradesco PN, 4,95%.

O sinal negativo do índice à vista predominou da abertura ao meio do dia e foi se aplacando, aos poucos e, segundo analistas de bancos e corretoras, depois da divulgação dos dados mais fracos do mercado de trabalho dos Estados Unidos, cuja criação de vagas veio bem abaixo das projeções. “Diante desses dados, subentende-se que o Federal Reserve (o banco central americano) não deve aumentar os juros no curto prazo. A notícia é boa para os países emergentes porque indica que a liquidez mundial deve seguir por mais algum tempo”, ressalta Ariovaldo dos Santos, gerente da mesa de renda variável da H.Commcor.


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