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Estado de Minas

Poupança tem perda de R$ 1,27 bi no mês

Saques de R$ 154,61 bilhões superam depósitos de R$ 153,34 bilhões em abril e fuga de recursos acumulada neste ano já chega a R$ 18,67 bilhões


postado em 06/05/2017 06:00 / atualizado em 06/05/2017 08:17

Brasília – A caderneta de poupanças registrou uma fuga de R$ 1,27 bilhão em abril. A saída de recursos foi provocada pelo volume de R$ 154,61 bilhões em saques acima de um total de R$ 153,34 bilhões depositados, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC). Apesar da captação líquida negativa, o resultado foi o melhor para o mês desde 2013. Em abril do ano passado, houve saques líquidos de R$ 8,246 bilhões e, em março de 2017, retiradas de R$ 4,996 bilhões.


Em 2015 e 2016, a crise econômica acirrou os saques, com as famílias mais retirando do que colocando recursos na poupança para fazer frente as despesas. Em 2017, o fenômeno voltou a ocorrer. O estoque do investimento na poupança está em R$ 661,912 bilhões, já considerando os rendimentos de R$ 3,778 bilhões de abril. Com o aprofundamento da crise econômica, marcado por desemprego, alta da inflação e dos juros e queda da massa de rendimentos, os saques da caderneta passaram a superar os depósitos, um sinal claro de busca de recursos para conter as despesas e pagar dívidas.

No acumulado de 2017, a poupança registra saques líquidos de R$ 18,673 bilhões, resultado de aportes de R$ 645,848 bilhões e retiradas de R$ 664,520 bilhões. No ano passado, em meio à crise, R$ 40,702 bilhões saíram da poupança. Além da crise econômica, a poupança tem perdido espaço para outros investimentos, considerados mais atrativos. A remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) - esse cálculo vale para quando a Selic (a taxa básica de juros) está acima de 8,5% ao ano. Atualmente, ela está em 11,25% ao ano.

No acumulado do ano até abril, a poupança rendeu 2,51%, enquanto o CDI – principal referência para aplicações de renda fixa – subiu 3,84% e a Bovespa teve valorização de 8,59%, conforme a consultoria Economatica. O IGPM – índice de inflação medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) – registrou taxa de –0,36% no ano até abril.

No entanto, diante do arrefecimento dos preços e da consequente queda da taxa básica de juros (Selic), o volume de saques está perdendo força. É um sinal de que o ajuste recessivo já teve o seu principal efeito diluido e, agora, com a desaceleração da inflação e da queda dos juros, deve ter o movimento revertido. (Com agências)

Investimentos têm retração


Se o endividamento das famílias está por trás dos saques na caderneta de poupança, a desconfiança dos empresários e a falta de recursos dos governos estão derrubando os investimentos no país. Os investimentos totais na economia encolheram em março, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) recuou 2,1% em relação a fevereiro. Na comparação com março de 2016, o indicador caiu 0,7%. Em fevereiro, o indicador havia subido 4,3% ante janeiro.

No primeiro trimestre fechado, o Indicador Ipea de FBCF caiu 2,1% em relação aos três primeiros meses de 2016 e ficou estável na comparação com o quarto trimestre. No acumulado em 12 meses terminados em março, o índice registra queda de 6,3%.

O desempenho negativo dos investimentos em março foi verificado nos dois principais componentes da FBCF, ressalta a nota divulgada ontem, pelo Ipea, assinada pelo pesquisador Leonardo Mello de Carvalho. O indicador de construção civil recuou 2,5% em março em relação ao mês anterior, “após quatro variações positivas”, informou o instituto. Ao mesmo tempo, o Consumo Aparente de Máquinas e Equipamentos (Came), que representa a produção industrial doméstica de máquinas e equipamentos, mais as importações, excluídas as exportações, caiu 2,4%.

Conforme o Ipea, a produção doméstica de bens de capital recuou 3,3% em março, “explicando o mau resultado na comparação com fevereiro”. O comércio exterior suavizou a queda. Segundo o Ipea, o volume de exportações de bens de capital cresceu 4,1% sobre fevereiro, enquanto as importações registraram alta de 9,1%, “resultando numa contribuição líquida positiva para o resultado do Came”.

 

Enquanto isso...

… Caixa suspende linha habitacional

Sem recursos suficientes para atender a novos contratos, a Caixa Econômica Federal (CEF) suspendeu os financiamentos habitacionais da linha pró-cotista, que utiliza recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Nesse tipo de financiamento os juros, para trabalhadores com carteira que querem financiar a compra da casa própria, são mais baixos. Segundo a Caixa, os recursos disponíveis hoje nessa linha de crédito atendem apenas os pedidos já recebidos. O pró-cotista é dirigido para a compra de imóveis novos ou usados de até R$ 950 mil nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e R$ 800 mil nos demais estados. É a linha mais barata de crédito habitacional, com exceção do Minha Casa, Minha Vida. Segundo o site G1, A suspensão do pró-cotista não tem relação com a possibilidade de o trabalhador sacar o dinheiro do FGTS para dar entrada em um imóvel ou amortizar a dívida do financiamento habitacional.



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