Pesquisa feita pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) indica que 67,2% das indústrias do estado terceirizam alguma de suas atividades nos últimos três anos. Esse percentual foi menor em relação ao resultado de 2014, quando 72,2% das indústrias consultadas disseram terceirizar parte de suas atividades.
A Fiemg é favorável ao projeto e afirma que ele vai ajudar a reduzir custos da indústria e reaquecer a economia.
Para 91,5% das empresas a redução dos custos é o principal motivo para a decisão de terceirizar. Em segundo lugar (88,6%) foi apontado o ganho de tempo e em seguida o aumento da qualidade de serviços (84,1%).
O levantamento aponta também que o serviço mais repassado para outras empresas é o de montagem e/ou manutenção do equipamento (50,9%), seguido pelo setor de logística e transporte (48%), consultoria técnica (42,8%), segurança e vigilância (38,7%), tecnologia de informação (33,5). As grandes indústrias foram as que mais utilizaram serviços terceirizados nos últimos três anos (78,7%), seguida das médias (63,7%) e das pequenas indústrias (61,5%). Apesar disso, apenas 21% das empresas pretendem ampliar a contratação terceirizada.
Em 2014, data da última sondagem, 25% tinham interesse em aumentar esse tipo de contratação. Nas indústrias de grande porte, 14% pretendem ampliar a terceirização. Quem mais pretende aumentar são as empresas de pequeno (27%) e médio porte (22%). De acordo com a pesquisa, a maioria das indústrias mineiras verifica se as empresas contratadas cumprem o pagamento de encargos trabalhistas e as normas de saúde e segurança no trabalho.
O presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Fiemg, Osmani Teixeira, defende o projeto e afirma que ele vai colocar fim à insegurança jurídica que hoje ronda esse tipo de contratação.
No entanto, ele alerta para os riscos da indústria confundir terceirização com “locação de mão de obra”.
Na terceirização eu contrato serviços e estou proibido de dar ordens para o empregado”, alerta. Segundo ele, o medo de ações na Justiça é o principal entrave para esse tipo de contratação nas indústrias.
De acordo com a pesquisa, para 66,7% das indústrias a insegurança jurídica e possíveis passivos trabalhistas são os principais obstáculos à terceirização. Outros problemas apontados são a qualidade menor do que esperada dos serviços terceirizados (34%), a fiscalização trabalhista (32%), e os custos maiores do que o esperado (30,7%), o aumento do risco no processo produtivo (19%), o excesso de rotatividade (17,6%). Osmani avalia que essa regulamentação vai ajudar no aumento das contratações terceirizadas que, segundo ele, são uma tendência no mundo inteiro.