As medidas têm potencial para valorizar as ações da instituição financeira no pregão de hoje na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). O banco transformará 358 agências em postos de atendimento. Desse total, 176 estão em municípios de pequeno porte, onde o BB é a única instituição financeira. Além disso, 290 agências serão desativadas em praças de médio e grande portes. Por outro lado, serão criados 34 escritórios de negócios digitais e outros 12 já existentes serão ampliados. A instituição financeira tem apostado na internet como uma ferramenta para aumentar a base de clientes, esvaziar agências e concorrer com outros bancos que já oferecem serviços on-line.
Como o Estado de Minas antecipou em outubro, o BB oferecerá aos empregados um novo plano de aposentadoria incentivada(PAI) até 31 de dezembro de 2016. Cerca de 18 mil funcionários poderão aderir ao PAI. Quem optar pelo desligado do banco receberá o equivalente a 12 salários e indenização pelo tempo de serviço que varia entre um e três salários, a depender do tempo de casa. Uma Comissão de Conciliação Prévia (CCP) também será criada para solução consensual de qualquer tipo de matéria relacionada aos contratos de trabalho.
A reestruturação vai revisar o Plano de Funções de 2013, com ampliação do público-alvo para jornada de seis horas. Os funcionários poderão optar, de forma voluntária, a qualquer tempo. O público-alvo da reestruturação são assessores de unidades estratégicas, além de assessores de superintendências e órgãos regionais de gestão de pessoas. O último plano de incentivo à aposentadoria ocorreu no ano passado e foi encerrado em 14 de agosto de 2015. Pelo menos 4.992 empregados aderiram ao plano, que custou R$ 372,5 milhões à instituição financeira.
Dos 109,6 mil empregados que o BB tinha até junho, pelo menos 12 mil já cumprem os requisitos para solicitar a aposentaria complementar da Previ, o fundo de pensão dos funcionários da estatal. Outros seis mil estarão na mesma condição em até quatro anos. São comuns os casos de empregados do BB que já são beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e que se mantêm na ativa para turbinar os ganhos do fundo de pensão quando se desligarem do banco.
Procurado, o BB informou que não comentaria o assunto. A instituição gasta com a folha de pagamento pelo menos R$ 3 bilhões a mais que os concorrentes diretos. No primeiro semestre deste ano, o banco desembolsou R$ 9,3 bilhões para cobrir a remuneração dos empregados. No mesmo período, os salários dos funcionários, somados aos encargos e benefícios, custaram ao Bradesco R$ 6,5 bilhões, e ao Itaú Unibanco, R$ 5,8 bilhões. Essa diferença tem afetado a rentabilidade do BB em relação ao patrimônio, segundo técnicos ouvidos pela reportagem que preferem o anonimato.