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Estado de Minas

Trump preocupa setor siderúrgico brasileiro

Siderurgia não descarta que o presidente eleito dos EUA aumente barreiras protecionistas contra produto nacional


postado em 16/11/2016 06:00 / atualizado em 16/11/2016 09:29



Depois das eleições do republicano Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, o mundo começou a se preocupar ainda mais com medidas protecionistas, que vêm impondo barreiras às importações e colocando freio ao livre comércio mundial e à globalização. No Brasil, o alvo mais recente da política protecionista e motivo de demanda na Organização Mundial do Comércio (OMC) é o aço plano. As vendas para os Estados Unidos encolheram depois de uma combinação de menor demanda mundial e sobretaxação norte-americana ao produto.

Maior fabricante nacional de produtos siderúrgicos, Minas é responsável por 36% da produção bruta de aço do país e não escapou das medidas protecionistas que fecharam mercado para o aço plano.O presidente do Conselho de Política Econômica da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Fernandes, aponta que siderúrgicas com produção no estado e unidades nos Estados Unidos já sentem o peso da medida. “A taxação norte-americana tem prejudicado os contratos de longo prazo, principalmente no caso da produção casada entre os países”, alerta.

Na sexta-feira, o Brasil deu entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC) com pedido de consulta aos Estados Unidos questionando as sobretaxas norte-americanas aos produtos exportados pela Usiminas e CSN. Só a Usiminas, localizada em Ipatinga, é responsável por 33% de toda produção brasileira de aço plano. Especialistas acreditam que a taxação americana ao produto nacional pode ser revertida, mas ao mesmo tempo não descartam que o governo de Donald Trump pode acirrar a onda.

Os Estados Unidos estão entre os principais destinos dos produtos siderúrgicos nacionais, com uma fatia de 40,5% segundo o Instituto Aço Brasil. O percentual é quase o dobro do que é vendido para a Europa, por exemplo, 22% do total das exportações. Apesar de considerar que o Brasil tem chances de reverter o processo e derrubar as barreiras na OMC, Lincoln Fernandes observa que existe um movimento a favor da proteção no mundo. No caso do aço, mesmo que a medida tenha como foco principal barrar a produção chinesa que é a maior do mundo, a medida reflete também em outros países produtores, como o Brasil, em um momento de baixa demanda mundial. Para se ter ideia, de janeiro a setembro deste ano, na comparação com igual período em 2015, as exportações de produtos siderúrgicos somaram US$ 4,1 bilhões, queda de 16,5% frente ao ano passado.

O professor de análise de mercados internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Tharcísio de Souza, considera que as eleições americanas sinalizam para uma guinada do mundo para o conservadorismo e para o protecionismo dos mercados. “A redução da abertura comercial é uma reação contra a globalização.” Segundo ele, o movimento por parte dos Estados Unidos não deve durar porque o país perdeu a capacidade produtiva, com elevação de custos, e como primeira economia do mundo precisa negociar com seus parceiros comerciais. “Acho que as barreiras ainda tendem a piorar, antes de começarem a cair, o que pode afetar o comércio brasileiro”, diz.

Por outro lado, enquanto briga contra as medidas que sobretaxam a produto nacional, o Brasil também é autor de medidas para proteger o mercado nacional. “O Brasil também foi condenado na OMC por vantagens concedidas à indústria automotiva. De um lado somos acoçados pelos americanos e de outro também praticamos ações de protecionismo”, aponta o especialista.

TARIFAS Em março, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos havia concluído que várias companhias violaram regras antidumping no mercado norte-americano de aços planos e decidiu impor tarifas contra produtos de vários países, incluindo os do Brasil, um dos menores produtores da liga no mundo. Como justificativa pela medida antidumping os EUA alegam subsídios ilegais concedidos pelo Brasil ao setor siderúrgico, que no caso de aços planos é representado por companhias como Usiminas e CSN.

Para os laminados a frio, a Comissão de Comércio Internacional dos EUA (ITC, na sigla em inglês) definiu tarifas contra subsídio de 11,315 para a CSN e de 11,09% para a Usiminas. Para os laminados a quente, a tarifa contra subsídios sobre laminados a quente foi definida em 3,9% a 11,3% contra a maior parte das siderúrgicas do Brasil. (Com agências)


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