O ex-ministro do Planejamento Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, tomou posse como ministro da Fazenda, em cerimômia no Palácio do Planalto, na tarde desta segunda-feira. Com a saída do ex-ministro Joaquim Levy, a presidente Dilma Rousseff optou por uma solução caseira, limitando-se a transferir Barbosa do Planejamento, para a Fazenda, ideia que é rejeitada por muitos setores do governo. Com a saída de Barbosa, Valdir Simão também tomou posse nesta segunda, assumindo a pasta do Planejamento.
Durante a posse, Dilma disse que "os ministros estão prontos para ser a equipe do equilíbrio fiscal e da retomada do crescimento econômico". A presidente destacou ainda que "experiência e competência ambos têm de sobra".
Após a assinatura de posse dos ministros, Dilma fez um agradecimento à Levy. A presidente disse que Levy foi decisivo para realizar ajustes fiscais na economia brasileira, mesmo em um ambiente de crise política e econômica. "Destaco a grande capacidade de agir com serenidade e eficiência, mesmo em momentos de pressão, e soube superar desafrios, contribuindo com a estabilidade e governabilidade".
Ainda de acordo com a presidente, durante o pronuncimento de posse, a mudança na Fazenda não altera os objetivos da política econômica de curto prazo: "equilíbrio fiscal, controle da inflação e recuperação do crescimento econômico do país". Ela ressaltou que o equilíbrio fiscal e a recuperação da economia brasileira podem e devem caminhar juntos.
Saída de Levy
A gota d'água para o tempo de Levy ter chegado ao fim mais rapidamente foi a nota do Ministério da Fazenda divulgada na quarta-feira sobre o rebaixamento do Brasil pela Fitch, além do fato de ele estar fazendo "festinhas" de despedida, enquanto o Planalto precisava dizer que ele ainda possuía a confiança do governo, para não piorar ainda mais o quadro econômico.
A presidente e auxiliares diretos dela ficaram muito irritados com o trecho inicial da nota que diz que, nas palavras de um interlocutor, "deu razão à agência de risco" ao rebaixamento do Brasil. O Planalto não gostou também de ele sugerir, de acordo com a forma como o texto foi elaborado, que faltava determinação do governo em implantar medidas para corrigir o déficit orçamentário de 2016.
As ironias do ministro com várias questões também deixaram de ser bem-vindas e bem-vistas há muito tempo. A despedida de Levy do CMN foi só mais uma certeza de que a solução terá de ser ainda mais rápida do que o Planalto esperava.
Levy já havia dado indicações de que iria deixar o cargo na visita que fez na quarta-feira no início da tarde ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "Foi uma espécie de despedida", comentou um dos presentes. Dois senadores com trânsito com Levy relataram à reportagem que ele vinha dando sinais de que deixaria o cargo após concluída a votação das matérias fiscais no Congresso.
Com Agência Estado