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Estado de Minas

Analistas e entidades já preveem queda de até 4% do PIB este ano

Projeções para o fechamento do ano foram revisadas e já há previsão de um encolhimento superior a 3,5% na atividade econômica


postado em 03/12/2015 06:00 / atualizado em 03/12/2015 07:26

A recessão que se aprofunda no país, já chega a ser considerada a pior crise dos últimos 70 anos. Depois dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB), que recuou 4,5% ante o mesmo período do ano passado, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as projeções para o fechamento do ano foram revisadas e já há previsão de um encolhimento superior a 3,5% na atividade econômica.

Com a forte queda no consumo das famílias, responsável por 60% do PIB, a Confederação Nacional do Comércio (CNC), revisou suas perspectivas. A retração de 3,1% cresceu para 3,5% no fechamento de 2015. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) enxerga um horizonte ainda mais nublado e considera que o encolhimento do Produto Interno Bruto pode chegar a 4% neste ano. O último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), em novembro, já previa um resultado negativo de 3,15% em 2015, revisando a projeção anterior do mercado de -3%.


Fábio Bentes, economista da CNC diz que o desemprego e ameaça em torno dos postos de trabalho fez o brasileiro pisar forte no freio e o consumo despencar. Segundo ele, a tendência deve continuar no quarto trimestre e com isso a queda no PIB do comércio deve alcançar 8%, bem maior que a recessão de 1,2% experimentada em 2014. “Desde 1948 não há registros nas contas nacionais de uma queda tão grande para o comércio”, ressaltou o economista. “Não é à toa que o ano foi de liquidações, a black friday se transformou em black november, o saldo negativo das vendas é recorde.”

Para a CNC, a recessão deve prosseguir ainda no ano que vem, quando a instituição projeta encolhimento de 2,5% na atividade econômica. O consumo das famílias apresentou no terceiro trimestre sua maior queda desde o primeiro trimestre de 1996, ou em praticamente duas décadas. No ano, a projeção da CNC é que o consumo encolha 3,4%.

Desaceleração no mundo complica


Rafael Cagnin, economista do Iedi, aponta que a alternativa do mercado externo para o setor produtivo nacional, vista como uma luz no fim do túnel, também fica comprometido com a desaceleração do ritmo mundial. A previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para crescimento do PIB global também foi revista para baixo, de 3,6 para 3,1% e expectativa do volume do comércio mundial foi cortada em um ponto percentual. “O que acirra a concorrência no mercado internacional”, lembra o economista. No momento de competir, o Brasil, que ainda tem uma economia fechada, deve enfrentar os desafios da alta carga tributária e gargalos da infraestrutura. “As vantagens do câmbio são corroídas pelo déficit na competitividade”, afirma Rafael.

No tabuleiro da crise, o principal agente que coloca em cheque a economia são os investimentos, considerados porta de saída da tormenta. “O ajuste fiscal está penalizando os investimentos”, diz o economista do Iedi, que aponta ainda o freio da Petrobras como forte impacto negativo para a retomada. A teia é mais intrincada do que parece. “Com o envolvimento de boa parte das grandes construtoras do país nas investigações da operação Lava-jato quem vai fazer as obras do país?”, questiona Cagnin.


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