O presidente da metalúrgica Usiminas, Rômel Erwin de Souza, admitiu nesta quinta-feira em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES que a empresa não entrou em contato com o sindicato dos trabalhadores da unidade de Cubatão (SP) nem elaborou qualquer plano para diminuir o impacto das 4 mil demissões anunciadas para o dia 31 de janeiro. As informações são da Agência Câmara. O fechamento da unidade até janeiro significará a demissão de 2 mil trabalhadores diretos e pelo menos outros 2 mil ligados à cadeia do aço na região.
“A Usiminas cumpriu a exigência de recolocar os trabalhadores no caso de demissão?” perguntou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que citou obrigações contratuais previstas na operação de crédito do BNDES para a empresa.
Segundo o presidente da empresa, o contrato exige que a Usiminas auxilie na recolocação dos trabalhadores apenas se as demissões ocorrerem em função do investimento feito com o empréstimo. “Não foi isso o que aconteceu”, justificou Souza. O presidente leu trecho do contrato, segundo o qual “em função do investimento realizado, se houver redução do quadro, a empresa, antes de fazer a demissão, tem que treinar o pessoal”.
“E o que a empresa está fazendo para diminuir o impacto com os trabalhadores?” perguntou o deputado. “Estamos nos preparando para evitar esse problema. Estamos planejando e vamos propor algo justo que consigamos honrar”, respondeu o executivo. “Então, não está havendo nenhuma negociação com o sindicato?” rebateu Zarattini. “Não”, disse Souza.